A censura no face é automática, mas não menos traumática. Há certo tempo postei um artigo que achei curioso sobre uma clínica de masturbação e doação de esperma na China. A foto postada mostrava homens deitados em macas, com enfermeiras devidamente trajadas, com luvas cirúrgicas, prontas para masturba-los a fim de colher seus espermas. Nenhum erotismo. Mas pra muita gente, a masturbação continua sendo tabu. Denunciaram-me no facebook e levei um dia de balão. O face num primeiro momento dá balão de advertência em todos os denunciados. Se houver reincidência, o balão vai aumentando de tamanho. É um tipo de censura automática que abre precedentes desagradáveis. Se houver uma onda de denuncismo, vai ficar um saco. Imagine que você posta uma charge política, alguém se sente ultrajado e denuncia. O face automaticamente tira sua postagem e te dá um cartão amarelo. De qualquer maneira, a advertência foi boa pra mim, educativa. Sempre é. O face é um lugar onde convivem pessoas de diversas gerações e crenças. Se você se expressa num espaço genérico, deve saber que estará exposto a um tribunal genérico, onde haverá tanto liberais quanto conservadores. Os liberais até suportam ou aceitam as ideias conservadoras, mas os conservadores não tem a mínima tolerância com as ideias liberais. Portanto, se você quiser expressar sobre assuntos considerados ofensivos a certos grupos, melhor procurar grupos afins e se possível, fechados. Mesmo assim, o Obama estará de olho em você...
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
O FACE e o BIG BROTHER
Não falo do Big Brother da Globo, mas do “Grande Irmão” do livro 1984, de George Orwell. No fantástico e profético romance, o grande irmão era quase um Deus, que tudo via e em tudo interferia. Havia a polícia do pensamento, uma ideologia compartilhada até pelas crianças, que denunciavam qualquer um que fizesse qualquer coisa que contrariasse as leis do grande irmão. Pois o face exacerbou isso tudo. Nem precisa o grande irmão gastar com espionagem. As próprias pessoas, de livre vontade vão lá e postam tudo sobre as suas vidas. E o que não é pra publicar, o Obama vai lá e espia.
OS SIVIROLOGISTAS
Outro dia eu presenciei um diálogo inusitado. Estava em um banco aguardando atendimento. A gerente que iria me atender abria uma conta para um rapaz sentado à sua frente. Ele parecia ser peão de obra, tipo trabalho braçal mesmo. No princípio ela deu a ele alguns papéis para preencher. Mas depois dele errar 3 formulários, resolveu preencher ela mesmo. Ela ia perguntando e preenchendo o cadastro, até que chegou a pergunta que gerou o texto acima. Ela perguntou qual era sua profissão. E ele devolveu a pergunta: - você quer dizer no que que eu trabalho? – Sim. E ele respondeu: - Uai, eu se viro, né? E ela insistiu: - mas se vira como assim? E ele respondeu: - uai, se precisar de bombêro eu tô lá, se precisar de servente de pedrêro também, se precisar de alguém pra capinar um lote, quarqué coisa que dê dinheiro eu tô dentro. Aí fiquei pensando no quanto somos sivirologistas, brasileiros que sobrevivem fazendo de tudo um pouco, em todas as áreas, em todas as frentes. Hoje somos uma nação de prestadores de serviço, de empreendedores de múltiplas empresas, muitos tentando criar alguma coisa que bombe no mercado pra ficar rico em 2 semanas. Há heroísmo na sobrevivência no mercado selvagem. Estamos de pé porque somos sivirologistas persistentes. Sobreviver é nosso oficio. E vamos criando empresas, as que tem CNPJ e tantas outras imaginárias que só ficam no projeto. Na balada louca dos sivirologistas não tem muito tempo pra descansos, pra ouvir música, pra ver filmes. Não há tréguas, não há espaço para desatenção, não há alegrias fortuitas. Só sobrevivência.
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
VENENOS LIBERADOS
A água é veneno. Consumida em excesso, mata por afogamento. Tudo em
excesso é veneno. Tá certo que alguns venenos matam em doses menores. O curioso
é que algumas substâncias altamente mortíferas tem consumo incentivado e até glamourizado.
Por exemplo: todo mundo adora um churrasquinho. com muita carne gorda,
linguiças babando de tão gordurosas e muitas caixas de cerveja, não é? Ninguém
para pra pensar que se trata de uma combinação altamente prejudicial à
saúde, responsável por um exército de gordos e barrigudos. Mas quem vai abrir
mão desses prazeres? Vamos morrer pra lá. Outro exemplo de veneno liberado. É
sabido que os refrigerantes são altamente prejudiciais, que causam doenças
como a obesidade, reconhecidamente um dos maiores problemas de saúde pública dos
dias de hoje. Mas
quem vai abrir mão dos refris e das suas borbolhas refrescantes? E o Bacon? É
veneno para o coração vendido indiscriminadamente. Tem ainda as guloseimas,
cheias de açucares e substancias nocivas à saúde. Mas a cultura do consumismo incentiva
o pensamento do viver intensamente o aqui e deixar o depois pra depois. O
indivíduo pensa: - Ah, um dia vou morrer mesmo, então vou ser feliz é gora.
Perdeu-se a espiritualidade que nos tornava mais responsáveis pelo que fazíamos
com nossas vidas, antes considerados dons de Deus e, portanto, sob nossa
responsabilidade. O destemor do juízo acaba relaxando o arbítrio. Como disse o
Lobão em sua música “Decadence, avec elegante”, antes viver 10 anos a mil do
que mil anos a dez. Tá certo! No fundo é a própria vida quem vai nos matar para
que outras gerações nos sucedam. A única coisa que podemos fazer é tentar estender
um pouco mais o nosso tempo na terra através das nossas atitudes. Resta saber
se tanto sacrifício se justifica. Se você virar vegetariano pode ganhar alguns
anos a mais. Mas será que vale à pena trocar os prazeres gustativos por
um tempinho a mais de vida? Nem todos pensam assim. Tenho um amigo que é
fumante compulsivo. Ele diz estar ciente dos riscos de contrair um câncer, mas
não consegue fazer nada sem dar umas baforadas. Já tentou parar, mas concluiu
que a vida não anda sem o veneno cilíndrico. Ele diz que se a doença maldita
surgir ele dá um tiro no ouvido e adianta o encontro com a Morte, de forma rápida
e sem alarde. Quem sou eu pra dar conselho? A vida é dele. Quanto a mim, até
tento levar uma vida mais ou menos balanceada. Mas tô sempre caindo em
tentação. Somos frágeis “pecadores”, quase sempre decaindo nas armadilhas dos
desejos. Até consegui cortar alguns hábitos nocivos, mas não abro mão de alguns
venenos. Por exemplo, sou dependente de café. O grão já foi muito criticado no
passado. Diziam que fazia mal para os nervos e gerava uma insônia danada. Mas
parece que a mídia mudou de ideia. Ultimamente andam elogiando muito e
exaltando os benefícios do cafezinho. Segundo o que vem sendo divulgado, o café
dá um “up” na inteligência, além de nos deixar ligados, dispostos e bem
humorados. O Instituto Brasileiro do Café deve estar investindo muito em
marketing. Quando isso acontece, costuma do veneno virar remédio em pouco
tempo. Por falar nisso, acabo de ver uma propaganda da coca-cola. Muita gente
divulga que o refri tem caloria demais, mas a coca já divulga que contém é energia
para viver a vida. Questão de ponto de vista. E você. Vai acreditar em quem?
Nos cientistas chatos que vivem prescrevendo proibições ou nas maravilhosas
propagandas da coca? O marketing adora vender veneno. Freud explica. Tem a
pulsão da morte, uma espécie de tendência suicida que nos acompanha desde sempre.
Alguns a exercem de forma radical e vão às vias de fato. Se jogam de cima de
pontes ou utilizam inacreditáveis clichês para dar cabo da vida. Outros se
matam aos poucos num suicídio lento. Pra mim o que mata mesmo é a hipocrisia.
As autoridades proíbem alguns venenos por considera-los prejudiciais aos
indivíduos e a sociedade, mas qualquer um pode comprar refrigerantes, álcool ou
mesmo soda-cáustica em qualquer supermercado ou drogaria. Só veneno liberado.
Prejudicial mesmo é o consumo em excesso, o lixo que acumulamos por cair nas
armadilhas do capitalismo, lixo que acumulamos tanto em nossos ambientes como
em nós mesmos. E vou parando por aqui pra tomar uma xícara de veneno
fumegante.Estão servidos?
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
DEMOCRATION
Democrático em todos os sentidos. Esse é o conceito do DEMOCRATION, um festival diferente, em que o próprio público escolherá as melhores músicas. Na primeira fase a escolha pela internet e depois pela votação do público presente. AS INSCRIÇÕES poderão ser feitas unicamente pela internet. Os compositores, intérpretes e bandas poderão inscrever-se ao cadastrar-se no site que deverá ser informado nos próximos dias. Haverá TAXA DE INSCRIÇÃO de 10 reais por trabalho inscrito. Os participantes deverão disponibilizar os seguintes CONTEÚDOS: breve histórico do trabalho, fotografias, cartazes de shows, banners virtuais, suas músicas em mp3. Quem tiver vídeos também pode enviar, mas não é obrigatório. As INSCRIÇÕES estarão abertas a partir de 01/10/2013 até o dia 31/10/2013. As votações na internet estarão abertas a partir do dia 20/10/2013. Cada banda classificada deverá apresentar duas músicas, sendo uma inédita e outra cover. Entende-se por inéditas as músicas originais não gravadas e divulgadas comercialmente. Por originais entende-se as que não constituírem plágio e as que não forem adaptação ou citação poética de outro autor. Os artistas terão de preencher um aceito sobre as condições do DEMOCRATION, para divulgação no material do festival. Dos trabalhos inscritos, serão selecionadas 20 (vinte) para serem apresentadas no Festival DEMOCRATION, nos dias 15 e 16 de novembro, respectivamente sexta e sábado. Poderão participar intérpretes, compositores, bandas que tenham trabalhos dentro dos universos do Pop e do Rock. No universo do Pop estão contidos, por exemplo: a dance music, Música Eletrônica, Tecnobrega, Rap, Hiphop, funk,pagode, sertanejo universitário, forró, reggae, ska, etc. No universo do Rock todos os gêneros como Metal, Punk, Hard Rock, blues, progressivo, etc. A seleção dos artistas classificados para se apresentarem no DEMOCRATION será feita unicamente pela Internet. Serão apresentadas as músicas selecionadas para semifinais na sexta-feira dia 15/11/2013 e no sábado 16/11/2013, a partir das 21h00min. A passagem de som acontecerá das 15h00min. às 17h00min., sendo respeitado um tempo limite para cada participante nos dias do Festival. Sobre a forma de julgamento, na primeira fase, a escolha dos trabalhos classificados será feita apenas pela votação na internet. Na fase final, as escolha das melhores classificadas será feita por votação no dia do evento por parte do público. Serão distribuídos premiados os 3 primeiros lugares com prêmios em dinheiro, além de troféus. Outros prêmios poderão ser criados ainda.A comissão organizadora tem considerado que a interação com o público e os debates ajudam a chegar ao melhor formato. O regulamento ainda não está fechado e novidades ainda poderão pintar. O regulamento definitivo estará fechado apenas um dia antes da abertura das inscrições.
GUERRA E DIVERSÃO
Para que aconteça uma guerra, basta que haja um motivo idiota, um alvo. Sempre acontece por interesses contrariados e quase sempre interesses dos poderosos. Enquanto o povo é massacrado pelos governos e desgovernos não acontece nada. Mas quando cutucam algum figurão, logo configura-se um levante e o bicho pega. Existem também as micro-guerras do cotidiano. Fico pensando no ódio irracional entre Cruzeirenses e Atleticanos. Quando a gente está dentro não percebe, mas tem alguns mais exaltados que costumam ir as vias de fato ou mesmo matar por causa de sua guerrinha de brinquedo. Tem pessoas que são belicosas mesmo. Fazer o que? Tem pessoas que adoram ruscar uma briga, fazer uma intriga, criar guerras frias. E as guerras são valorizadas. Prova disso é que chamar uma pessoa de guerreira pode ser considerado elogio. Há quem diga que as guerras foram responsáveis por grandes saltos tecnológicos da humanidade e que até a internet foi inventada por causa delas. E tem países que não vivem sem uma guerrinha. Vejam os países do Oriente Médio? Vivem em guerras infindas desde a época bíblica. Se não tiver um cheirinho de sangue e pólvora no ar, a vida pra eles não tem a menor graça. Mas acho que nenhum povo desse planeta gosta mais de guerras que os Americanos. Tio Sam percebeu que a indústria bélica é extremamente vital e lucrativa. Houve situações em que não só criaram guerras em outros países, como venderam armas para os dois lados. Esperteza, cinismo e escaramuças justificáveis no lucro. As pessoas são dados estatísticos, nada mais que isso. E para fazer a guerra, quando não tem motivo é só inventar. Não tem muito tempo, os Estados Unidos invadiram o Iraque com a justificativa de que tinha armas de destruição em massa. Nada foi encontrado. Engraçado que ninguém fala em punir os Estados Unidos. Agora os Americanos falam em invadir a Síria por causa da provável utilização de gás letal que teria vitimado diversas pessoas. A Síria dá suas justificativas, mas os americanos não querem saber. Há quem diga que o Obama está blefando. Mas não dá pra desprezar o apetite da águia, doida pra atacar os pobres e indefesos Sírios e faturar mais alguns trilhões com os saques. E sobre nossas guerras do dia-a-dia? Pois é! Tem a política partidária que não para nunca. A política não se encerra no pleito. É uma guerra sem tréguas, que tem no pleito o seu ponto máximo. Será essa política racional ou benigna para os nossos povos? Não será apenas conveniente aos nossos interesses? Aliás, convenientes principalmente aos interesses de alguns poderosos que nos lideram e viraram nossos ídolos, quase santos, sem máculas, enquanto o outro lado é o próprio Satanás encarnado. O ser humano adora uma briga. Não tem jeito. Lembro de um desenho animado de um cachorro que protegia as ovelhas do lobo. Em um episódio, em certa altura alguém tocou um triângulo e os dois inimigos pararam debaixo de uma árvore para se alimentar. Era a hora do almoço. Logo que o sagrado momento do alimento passou, os dois retornaram a velha rusga. Sejamos sinceros. A história da humanidade é a história de suas guerras. Embora sonhemos com a paz, somos animais guerreiros, lutamos para aniquilar os adversários, almejamos as conquistas e vamos às ultimas consequências por elas. O apocalipse talvez seja nosso último orgasmo.
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