O
entrevistado no Espaço Democrático essa semana é Fabrício Lopes. Seu nome
também vem sendo muito citado como possível candidato a prefeito. Conhecido
pelo perfil conciliador, tido como honesto e ponderado,Fabrício se apresenta
como alternativa do MDB, partido que busca recuperar um protagonismo maior na
cidade.
BOM
DIA - O que vc sonha para João
Monlevade? O que vc acha que a cidade precisa para dar um salto de qualidade e
desenvolvimento?
Fabrício Lopes - Precisa da união de
todos em torno do desenvolvimento e progresso do Município. Queremos uma cidade
modernizada, competitiva, com crescente pólo siderúrgico e pólo estudantil e
com parceria público privada ativa. Local onde se incentiva e valoriza a mão de
obra local,com transporte público organizado e eficiente, onde as “disputas”
políticas sejam apenas no período eleitoral. Aquela cidade onde se valoriza o
comércio local, gere empregos, diversão e educação de boa qualidade para crianças
e jovens. Um município onde a saúde seja
tratada comoprioridade e a terceira idade se sinta valorizada e respeitada.
Umacidade mais alegre, colorida, hospitaleira e humanizada.Uma cidade onde meu
filho e o filho de todas as famílias possam dizer sorrindo: Eu amo esta cidade,
sinto orgulho de viver aqui!
BOM DIA - Vc teve oportunidades de ouro de observar a
cidade de dentro, principalmente quando foi secretário de obras. Conhece as
dores da cidade. Quais seriam as suas prioridades assim que assumisse?
Fabrício
Lopes - Primeira coisa:assumir uma postura de servidor do povo, aquele
que administra a cidade com humildade e honradez. Ter uma postura firme e ágil,
moderna, de ouvir muito, observar bastante. Pretendo delegar funções,
acompanhar, cobrar, avaliar constantemente e mudar se necessário. Pretendo
manter um canal permanente de diálogo com o poder legislativo, poder
judiciário, a população, os servidores, a iniciativa privada, a sociedade civil
organizada e os empresários. Fortalecer os laços de parceria com CDL, ACIMON e
ARCELOR. Escolher e valorizar os colaboradores por eficiência, produtividade e
meritocracia. Desejo buscar parceria, tanto no setor público, quanto no setor
privado, para a resolutividade das demandas.Enfim, agregar forças políticas na
busca de verbas estaduais e federais para a melhoria da cidade.
Para mim é muito importante o respeito. Procurorespeitar as pessoas para ser
respeitado. Ser sincero e transparente em minhas ações e em meus
relacionamentos com as pessoas.
BOM DIA - Vc integrou o governo Prandini. Depois passou
pelos governos Teófilo e hoje está no governo Simone. Qual o segredo de se
relacionar tão bem dentro dos grupos políticos, sem ter passado por nenhum
atrito ou constrangimento esses anos todos?
Fabrício Lopes - Realmente, eu
agradeço a Deus a oportunidade de ter sido Secretário de Obras no governo de
Gustavo Prandini e posteriormente, do Prefeito Teófilo Torres e de ter
construído com os dois uma amizade verdadeira que perdura até hoje. Trabalhei
muito, aprendi com os servidores, adquiri boa experiência e tenho uma visão de
administração municipal, da máquina pública, dos problemas existentes, das
demandas a serem resolvidas.Estou me lembrando também que tive a oportunidade
de ter sido Vereador e hoje vice-prefeito.Tudo isto me credencia a colocar meu
nome como pré-candidatoa prefeito nas próximas eleições.
BOM DIA - Como vc se definiria politicamente? Direita?
Centro-direita? Centro-esquerda ou esquerda mesmo?
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Um homem bem sucedido tem sempre uma mulher do lado |
Fabrício Lopes - No meu entendimento,
a melhor postura é a do não radicalismo. O político tem que enfrentar os
desafios que lhe são apresentados com serenidade, sempre aberto a novas
opiniões, a ouvir mais do que falar, dialogando sempre, e nunca achar que é o
dono da verdade. Nem direita e nem esquerda. Mas a favor do que for o correto,
do viável e o bem comum.
BOM DIA - O seu partido, o PMDB, há muitos anos não tem
supremacia em João Monlevade, se limitando a apoiar os grupos majoritários. Vc
acha que o partido agora tem força e estrutura suficientes para alavancar uma
candidatura?
Fabrício Lopes - Com certeza temos
força e estrutura suficientes para defendermos uma candidatura para prefeito.
E, mais ainda, temos recebido muitas manifestações de apoio. O partido MDB
construiu uma história política /administrativa de relevância em Monlevade.
Desde a época dos saudosos Prefeitos do MDB, Germim Loureiro e Antônio
Gonçalves, sem esquecer o importante trabalho de Conceição Winter e José Nelson
Fagundes enquanto Vice-Prefeitos pelo MDB, a atuação do partido na cidade
merece destaque. Não só pelo número de
obras realizadas, como também pela postura de honradez e dignidade no trato com
o dinheiro público, e também pelo respeito, diálogo, valorização e incentivo ao
funcionalismo público municipal.
BOM DIA - Você integra um governo hoje. O fato de lançar
uma candidatura, significa que discorda do governo atual? O que vc faria
diferente? E o que acha que está indo bem?
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Vice prefeito |
Fabrício Lopes - Sim. Sou vice -
prefeito com muita honra até o término do mandato e esta será minha postura.
Tenho este compromisso até 31 de dezembro de 2020. O fato de eu lançar minha pré- candidatura,
como prefeito, não quer dizerque haja qualquer divergência ou rusga entre a
Prefeita Simone e eu. Isso indica que temos independência e autonomia, baseadas
no respeito e consideração, para traçar nossos planos pessoais futuros.Contudo,
se caminharmos em opções diferentes, tenho certeza de que o faremos com muita
maturidade política. É natural: ela é filiada ao PSDB e eu ao MDB. Meu partido
entende que está no momento histórico de lançar um candidato a prefeito. E eu
coloquei meu nome à disposição do partido como também outros assim o fizeram.
Por uma questão de ética, não gostaria
de falar o que eu faria diferente, mas em alguns momentos, nossos pensamentos
se divergem. Hoje ela é a prefeita e eu sou o vice. Tenho respeito e admiração
pela pessoa dela. Ela é a mandatária das ações de governo e assim eu a
respeito. A prefeita Simone Moreira tem se esforçado, junto ao secretariado e
demais funcionários, em fazer uma administração muito séria, de muito trabalho,
mantendo em dia a folha de pagamento dos servidores e múltiplos fornecedores,
na época de crise financeira grave, em que poucos municípios estão na mesma
situação.
BOM DIA - Você continua tendo bom relacionamento com o
grupo dos Torres e dos Moreira, mas parece se relacionar bem com pessoas da
esquerda também. Vc se considera um moderado?
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Com o ex prefeito Antonio Gonçalves |
Fabrício Lopes - Sim. Sou um moderado,
conhecedor da máquina pública e tenho posições firmes. Realmente tenho ótimo
relacionamento com os diversos grupos e atores políticos em Monlevade e região.
Valorizo e respeito as pessoas e os diversos grupos políticos naquilo que cada
um tem de melhor a oferecer para o crescimento de Monlevade. É uma
característica minha bem pessoal. Tenho amigos dentro de cada legenda
partidária e me sinto bem e feliz em valorizar as pessoas pelo que são e não
pela opção partidária e ou cargo que ocupam. Sei o quanto Germim Loureiro,
Antônio Gonçalves, Lúcio Flávio, Leonardo Diniz, Laércio Ribeiro, Carlos
Moreira, Gustavo Prandini, Teófilo Torres, e atualmente a Prefeita Simone
Moreira, cada um a sua maneira, contribuiu para nossa cidade.
BOM DIA - O que vc pensa sobre desenvolvimento econômico
e sobre a dependência da cidade com a siderúrgica. Existem alternativas
viáveis? O que pensa sobre o distrito industrial?
Fabrício Lopes - Monlevade é
privilegiada com a usina que tem. Ao longo de nossa história foi sempre muito
importante a presença da usina no desenvolvimento da cidade. Aqui é produzido o
aço que o mundo inteiro cobiça, respeita e valoriza. Isso é fruto de dedicação,
estudo e muita competência profissional daqueles que trabalham na ARCELOR
MITTAL. É motivo de orgulho para todos nós.
O poder público sempre teve a usina
como uma grande parceira para o desenvolvimento de Monlevade, quer seja
econômico, cultural, na área da assistência social, educação, no esporte e
lazer. Vejo com muita simpatia e respeito a atuação da ARCELOR junto a
Prefeitura Municipal, independente de partido que esteja governando a cidade
ela sempre esteve receptiva às demandas que lhe foram apresentadas e espero que
esse laço de parceria se fortaleça cada vez mais.
Existem diversas alternativas viáveis
para o futuro. O distrito industrial se configura como importante caminho para
o desenvolvimento. A duplicação da 381 é uma necessidade para nosso
desenvolvimento. E a união de forças com os empresários, representados pela
ACIMON e CDL, levarão a mais desenvolvimento.
BOM DIA - Sobre esportes, não acha um desperdício o
Estádio Louis Ench com pouquíssimas atividades esportivas? Não falta estímulo
ao esporte?
Fabrício Lopes - O Estádio Louis Ensch
precisa ter um protagonismo maior nesta cidade. Mas para isso é preciso que o
orçamento municipal destine maiores verbas para o esporte. Principalmente
porque nossos jovens precisam voltar seus interesses para o esporte e o lazer.
Precisamos oferecer mais oportunidades esportivas para nossa juventude. É do
conhecimento de todos o número de crimes, assassinatos, queima de arquivo entre
jovens, como também é assustador o envolvimento com drogas. O esporte precisa
ser a melhor opção para a nossa juventude.
BOM DIA - Na área da saúde, o que vc faria diferente? O
PA é um problema há anos, assim como a afluência de pacientes das cidades
próximas. Como lidar com o problema?
Fabrício Lopes - Um dos pontos
cruciais de nossa área da saúde é a grande demanda vinda de municípios
vizinhos. Já é significativo o valor que o município destina ao Hospital
Margarida, mais de seiscentos mil reais por mês. Entretanto, precisa haver
maior conscientização de todos os prefeitos para que a conta seja rateada entre
todos os municípios e que não fique na responsabilidade de nossa Prefeitura.
Tem-se que aprofundar o diálogo e a parceria com os prefeitos dos municípios
vizinhos até na busca de recursos financeiros, nas esferas estaduais e federais
para resolver esta questão tão complexa.
BOM DIA - Na questão da mobilidade urbana. Houve um
esforço recente no sentido de racionalizar o trânsito no centro comercial, mas
que acabou gerando transtorno. O que acha que precisa ser feito? E sobre a
linha azul? Não foi um bom projeto que foi praticamente cancelado?
Fabrício Lopes - O número de carros em
Monlevade tem crescido muito. Em função disso, o trânsito é um desafio para o
administrador municipal, pois o crescimento da cidade foi muito maior do que
planejaram no passado. Dessa forma, a presença de um estudo mais técnico, mais
aprofundado do tema, respeitando inclusive a vontade do cidadão, levará a
questão a um final de mais êxito.
Quanto a Linha Azul, houve sim um
esforço para melhorar o trânsito no centro da cidade. Sem dúvida, foi um bom
projeto, assim como a proibição do estacionamento no trecho da Avenida Wilson
Alvarenga contribuiu para a melhor fluidez do transito.
BOM DIA - A cidade sofre todos os anos com enchentes.
Todo verão o centro comercial vira um rio caudaloso e quase dá pra andar de
barco. Não acha que tá faltando um estudo sério pra tentar minorar o problema?
Fabrício Lopes - As enchentes estão
sempre nos deixando perplexos com a força cada vez mais devastadora das águas.
Nosso centro comercial não agüenta mais tamanha preocupação e prejuízos humanos
e financeiros. Não é uma ação para amadores e achismos. É preciso que sejam
concentrados esforços para que se encontre, através de estudos técnicos e
robusto planejamento, uma solução a curto, médio e longo prazo.
BOM DIA - Na área cultural, não sente que existem muitos
talentos e poucas vitrines? Não daria pra fazer mais pelos artistas locais?
Fabrício Lopes - Realmente nossa
cidade é privilegiada com a presença de tantos talentos. São diversas áreas que
precisam receber maiores oportunidades e apoio. O primeiro passo é estar com
eles, ouvir, traçar metas e estratégias. Planejar junto aos atores da cultura,
da arte, do esporte e do lazer. Ouvir os
artistas, os artesãos, os músicos, os escritores, os desportistas, os
congadeiros, os cantores, os dançarinos. Enfim, todas as categorias ligadas a
arte e cultura em suas demandas e junto com eles traçar um plano de ação que
seja executável, real, transparente e criativo. O gestor municipal precisa
estar junto, apoiando, valorizando e mostrando sempre os caminhos.

Fabrício Lopes - Sim, sou sempre
otimista. O Brasil está vivendo um novo momento. A lição de muitos erros cometidos
por diversas ações equivocadas de governantes será a mola propulsora para que a
classe política se avalie e tenha posturas mais honestas e alinhadas às
necessidades da população. O Brasil tem jeito,Minas tem jeito e João Monlevade
tem jeito, é cada um de nós fazendo a sua parte, o futuro será de maior
progresso e igualdade social.