
sábado, 28 de novembro de 2009
O ANIVERSARIANTE MERECE!

sábado, 21 de novembro de 2009
FUTSHOW FEMININO
Lembro-me de uma entrevista do grande Telé Santana em que ele falava que apreciava tanto o futebol, que gostava de ver até pelada, futebol de botão, treino, primeira, segunda e nona divisão. Também sou assim. Rolou a pelota e estou lá. Por isso, quando me convidaram para assistir a final do FUTSAL no Ginásio do Real, topei na hora. Várias pessoas fizeram uma propaganda enorme do time de Futsal Feminino de Monlevade, falando de sua campanha impecável, invicta e da importância da decisão que aconteceria, afinal, seria um título de repercussão estadual, inédito para Monlevade. Pensei comigo: vamos lá, né? Pra dizer a verdade, futebol feminino nunca me empolgou tanto. Ainda não havia visto um futebol realmente bem jogado por parte do chamado “sexo frágil”. Aliás, quando usamos esse termo já estamos quase desqualificando as mulheres para um esporte que pressupõe virilidade e força física. Mal sabia que esse preconceito e vários outros cairiam por terra dali a alguns minutos. Chegamos ao Real e o time do Santa Cruz estava atrasado. Sabem por que? Por causa de mais um desastre na 381. A rodovia moedora de carne (trash) impossibilita qualquer agendamento, pois quase todas as vezes em que viajamos tem acidente na estrada. Mas voltando ao jogo, o ginásio do Real não estava tão cheio. Uma pena, pois não é todo dia que se chega a uma final de um campeonato de repercussão estadual. O time de Monlevade já estava em quadra aquecido quando o time do Santa Cruz iniciou seu aquecimento. A torcida estava animada e o time visitante também trouxe uma torcida barulhenta. O time de Monlevade jogava com um uniforme preto com detalhes em rosa. O time do Santa Cruz usava uniforme parecido com o do Vasco da Gama, só que a camisa era vermelha com lista transversal branca e a estrela gamada no peito. - Príii. Apita o juiz. Para delírio da torcida, rolou a pelota. No inicio da partida, o time de Monlevade partiu pra cima. Durante alguns minutos, o time da casa tocou a bola com muita rapidez, envolvendo o time do Santa Cruz. Só o time visitante começou devarinho a tomar conta da partida. O time de Monlevade, nervoso por decidir diante da torcida, partia pra cima de forma desordenada e o time do Santa Cruz tinha um contra-ataque muito rápido. A essa altura, eu já estava completamente extasiado pela velocidade da partida. Me impressionou ver aquelas jovens dividindo as bolas sem medo, com força e virilidade quando necessário. O momento não era bom para o time de Monlevade. As garotas visitantes dominavam a partida, capitaneadas pela número 10, que começava a dar um show à parte. É aquele negócio né? Geralmente a camisa 10 fica para o craque do time e não foi diferente com o futebol das meninas. Num contra-ataque rápido, essa jogadora diferenciada pegou a bola, passou pela nossa defesa e fez o primeiro gol. A torcida ficou calada. Nosso time partiu ainda com mais ímpeto para o ataque, mas errando passes, sem coordenação. Resultado: levou mais um gol com incrível rapidez. O time do Santa Cruz estava muito bem e parecia que iríamos perder de goleada. Me informaram que a craque do time levou o terceiro cartão e o time sentia muito a sua falta. Só que as meninas da quadra resolveram se desdobrar, começaram a sufocar e chegaram ao primeiro gol, incendiando o ginásio. O primeiro tempo terminou assim, projetando para o segundo uma possibilidade de empate e até vitória, afinal, nosso time estava invicto, tendo vencido todas as partidas anteriores, inclusive o time visitante, que foi derrotado em casa por 4x3. Começou o segundo tempo. O time de Monlevade partiu pra cima. Durante um bom tempo, sufocou o adversário, que se defendia como podia. Porém, os destaques individuais do outro time eram notáveis. Havia uma jogadora que se parecia com o craque argentino Canigglia, que roubou uma bola na defesa e fez o terceiro gol. Ducha fria na torcida. Só que o pessoal não sabia que como cada time havia vencido uma partida, haveria prorrogação e pênaltis. Os dois times descansaram por alguns segundos e retornaram com força total. Outra novidade boa é que nosso time se sagraria campeão com um empate na prorrogação, por ter tido a melhor campanha. Só que o time do Santa Cruz fez um gol no primeiro tempo da prorrogação, uma jogada muito bonita que mereceu sambadinha e tudo por parte da atacante. Importante destacar que o Santa Cruz tinha meninas muito mais maduras, que inclusive eram as atuais campeãs. O jogo continuou duro, com jogadas muito emocionantes, várias chances de gol perdidas, inclusive 3 tiros livres não convertidos. Nosso time tinha grande dificuldade em penetrar. Martelava, martelava, mas a goleira pegava tudo. O time adversário começava a ensaiar um olé e fazia jogadas de efeito. A torcida já começava a desanimar. Mas quando faltava um minuto para acabar a prorrogação, o que parecia impossível aconteceu. Num ataque de muita garra e habilidade, o time de Monlevade conseguiu seu gol. O ginásio quase foi abaixo. O time do Santa Cruz ainda tentou de todas as formas desempatar, mas prevaleceu a garra do nosso time sobre a técnica das adversárias. Sinceridade, há muito tempo eu não assistia um jogo tão emocionante. Essas meninas merecem receber uma condecoração lá na prefeitura. Elas conseguiram o que os marmanjos não conseguiram: colocar Monlevade no mapa do futebol. Valeu meninas. Que venham outros títulos.
domingo, 15 de novembro de 2009
CIDADE DE CIDADES REUNIDAS

sábado, 7 de novembro de 2009
CULTURA PROFISSIONAL
Para muitas pessoas, a arte e a cultura ainda são atividades alegóricas, que fazemos nas horas de folga, num intervalo entre um trabalho e outro. A maioria não as considera atividades de formação, mas de entretenimento puro e simples. Muitos dos que exercem atividades culturais e artísticas, também não as faz com um sentido de sobrevivência, mas de passatempo, como algo que se faz como hobby, como distração. Para piorar um pouco a situação, alguns artistas se dão a licença da irresponsabilidade como estilo de vida, os excessos como fontes de inspiração, da autodestruição como glamour, quase como requisito para a transcendência, para o nirvana artístico. Por essas afirmações, constrói-se uma idéia muito marginal dos artistas, de pessoas que vivem no mundo da lua, à margem da lida objetiva, que não conseguem construir nada sólido, nada de aproveitável, nada que edifique. Ledo engano. Esses preconceitos não se sustentam na realidade capitalista. Se formos pensar bem, o principal produto de exportação dos Estados Unidos é a cultura. Alguém duvida que Hollywood tem mais poder de fogo que todo o arsenal atômico americano? Foi através de Hollywood que os Americanos conquistaram realmente a hegemonia mundial. Sob o ponto de vista artístico cultural eles são realmente profissionais ao extremo. Os artistas de lá estudam música, interpretação, dança, marketing, enfim, tudo que diz respeito a administração das carreiras. Já foi o tempo em que era bonito o artista se afundar nas drogas e levar uma vida louca, sem saúde, sem juízo. É lógico que ainda existem exceções à regra. Um escândalo sexual aqui, uma internação ali gera publicidade, factóides, alavanca vendas. Mas o maior volume de produção é de artistas ultra profissionais, excelentes músicos, seres humanos normais que levam a carreira a sério e se cuidam, se concentram como os jogadores de futebol, ensaiam muito, ralam como ginastas olímpicos para bater seus próprios records, enfim, procuram ser muito bons no que fazem. Sei que muitos românticos vão querer me crucificar com a velha máxima de que a arte só brota do caos. Pode até ser. As maneiras de se “psicografar” os espíritos da arte, cada um encontra como pode. Os caminhos que levam ao nirvana são vários. Mas os 99% de transpiração são necessários e imprescindíveis. Sem profissionalismo, quase nada vai à frente