quarta-feira, 16 de março de 2011

SABEDORIA E DISCERNIMENTO

Dizem que o Rei Salomão, certa feita perguntado por Deus sobre seus anseios, respondeu que queria apenas sabedoria e discernimento. Santo Paradoxo, Batman. Ele poderia ter escolhido todos os tesouros do seu tempo, mas escolheu sabedoria e discernimento. É isso que eu peço em minhas orações. Tamanha é a relatividade das verdades que os conceitos de bem e mal, de certo e errado acabam sem efeito. Bandido é o outro lado. Ladrão é o outro lado. Errado é o outro lado. Nessa contabilidade distorcida, nessa conta que não fecha, nesta guerra de argumentos, ficamos que nem um juri perante exímios advogados. Já tive a oportunidade de assistir a juris dramáticos. Diga-se de passagem, sempre gostei de filmes de julgamentos. O réu vira santo quando o advogado é bom.
Ele dramatiza, faz uma contextualização que nos faz até ter pena dos assassinos, quase nos convence de que nós - a sociedade - é que somos culpados. Deveríamos ser nós a cumprir anos na prisão. Depois vem o advogado de acusação e demoniza o santo em poucos minutos. Os olhos geralmente são crispados e o réu coitado é pisoteado, humilhado, chamado dos piores adjetivos que o dicionário pode conter.

Os jurados, que lutam pra não cochilar, ficam ali sem saber em quem acreditar. Há os conservadores, os liberais, os religiosos e com eles todo tipo de preconceitos. Da média desses preconceito é que surge o veridicto. Quando vejo as ações da mídia em nossa região também tenho essa sensação. O espaço midiático tem sido um grande juri e algumas pessoas são bombardeadas dia e noite pelas ideologias, pelos interesses dos donos das mídias. Tem sido um massacre covarde. No caso específico da nossa cidade, estamos ficando sem advogados de defesa. Parece que existe um batalhão de promotores doidos para impor seus veredictos. Devo confessar que muitas vezes me sinto um estrangeiro, passageiro de algum trem. Não conheço muitas histórias pregressas e quase sempre fico perplexo à medida que essas vão se desvelando. Errar, todo mundo erra. Mas existe pouquíssima ou nenhuma paciência com os erros alheios, assim como existe pouco espaço para humildade, para que os erros sejam admitidos, primeiro passo para corrigi-los. Assim sendo, estou acordando de manhã e fazendo a Deus o mesmo pedido que Salomão: por favor, meu Deus! Dê-me sabedoria e discernimento para enxergar com clareza onde está o bem, o certo, o justo. E que seja feita a vossa vontade!

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