Pesquisem na
internet pra ver. Eles escrevem Ara Ketu separado. Tem o bloco e a banda
Ara Ketu. Eles também são conhecidos apenas como Ara. Surgiram como bloco de
percussão, juntaram com escola de dança, depois adicionaram instrumentos
como baixo, guitarra, teclado, metais e vocalista. Eram comandados pelo
carismático Tatau. Agora quem tá no comando é Larissa Luz. Havia um temor pela
troca dos vocalistas. A cantora mostrou personalidade. Primeiro porque
manda voz mesmo. Curioso que as cantoras baianas de trio tem um tom mais grave
pra cantar, com muita emissão vocal. E a Larissa além de cantar muito bem, tem
swing baiano no dançar,no cantar, tem um sorriso aberto, tem aquele jeito
baiano de se comunicar. Ela ia conduzindo a multidão no swing, que ia repetindo
os movimentos, coreografias de mãos pra cima, movimentos do mar, muita
interação e festa. Notei também uma influência de Elza Soares no jeito dela cantar, com uma leve arranhada no final de algumas frases. Na pesquisa da banda, o Cruzeiro deu uma lavada. A banda é
grande e precisa. Como sempre, baixista de banda baiana é bom pra caramba. A
percussa muito boa também. O grupo vocal que somava com a Larissa também
mandava bem, bem ensaiados, com swing em tudo. Gladevon Costa está de parabéns pela ideia do trio. Foi um acerto pela praticidade e som mostrou-se de qualidade. Aliás, Gladevon merece parabéns por um monte de qualidades. O som do bumbo impressionava pelo grave profundo.
Quando somava com o baixo, chegava a ventar para quem estava mais próximo do
trio. Chegaram reclamações de que o som não chegava as pessoas mais distantes.
Interessante que nos trios tem som também dos lados, mas o povo concentrou-se
em um lado apenas da avenida. Mas para quem estava mais próximo teve
um som de altíssima qualidade. O trio tem uma engenharia
muito interessante. Dentro tem até camarim. A escada parece de navio e o palco
é maior do que se imagina para quem está embaixo. Os donos do trio tem uma
fábrica de trios na cidade de Elói Mendes. Constroem para o país inteiro. Quem
quiser ver o trio acesse o site www.triopadilhao.com.br. O público foi grande. Não
arrisco números, pois não sou bom pra esse tipo de contagem no olhômetro. Sei
que tinha um mar de gente. Só se colocar roletas pra contar. Vai aparecer gente
pra dizer que tinha 3000 e também que tinha 30.000. O que importa é que tive
oportunidade de ver um showzaço. Aliás, já vi shows muito bons aqui. Ontem eu
me lembrava do show com a velha guarda da mangueira, que muita gente perdeu.
Mas voltando ao Ara Ketu, valeu por ver a fina flor do Axé, uma banda que tem
um lastro cultural interessante, o Bloco-afro Ara Ketu ou Povo de Ketu foi fundado em 8 de março de 1989 por moradores do
subúrbio ferroviário de Periperique. No show do Aka ketu, só alegria. O que conta é a
brincadeira, o lúdico, a baianidade. Nada de desvarios intelectualóides. Gostei de ver o pessoal
do Grupo Tambores do Morro no trio. O Aka ketu pode ser um bom espelho
para nossos artistas, quem sabe para uma parceria...
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