A se considerar a velocidade do desenvolvimento tecnológico
nos últimos anos, aproxima-se o tempo de se consumar a profecia de um amigo meu
de Teófilo Otonni, o compositor e poeta Cristiano Salazar. Ele falou: “ o mundo
está se desenvolvendo tanto, que daqui há algum tempo não vamos precisar mais
de gente”. Algumas profissões e negócios estão mesmo ficando obsoletos. Os
jornais andam capengando mundo afora. Vemos notícias de que sólidos jornais
pelo mundo que estão indo a bancarrota por causa da internet, que entrega as
notícias de forma instantânea e sem a necessidade de intermediários. Hoje em
dia, não existem mais furos de reportagens. As próprias pessoas furam os
jornais. Quando uma coisa acontece, segundos depois aparece nos blogs, no
twitter e no facebook. Os jornalistas também estão tendo seus espaços
reduzidos. Alguns gigantes como a google, oferecem seus feeds de notícias, onde
a pessoa pode escolher seus temas preferidos e receber as notícias que quiserem
quase em tempo real. Para onde vai o jornalismo? Não sei. Talvez para os
tablets, para várias outras plataformas. Existem experiências por exemplo na
tal Internet 4.0. Sabe o que isso representa? Simplesmente que a internet
avança para outros equipamentos fora dos computadores. Por exemplo, você poderá
receber informações em sua geladeira, no fogão elétrico, na mesa de sua sala,
no teto do seu apartamento, tudo vira tela. Há experiências também do óculos
interativos, como o google glass. Para quem ainda não sabe, trata-se de um óculos com uma tela instalada, onde as pessoas poderão ter acesso aos e-mails,
facebook, vídeos e todos os conteúdos inimagináveis. Ah...e notícias
instantâneas. Na educação também começa uma revolução que nem sabemos onde vai
dar. Além de todas as perdas salariais por que passam os nossos professores,
agora eles começam a ter a avassaladora concorrência da educação virtual. Dizem
que a tecnologia vem para apoiar os educadores. Será? Se a meninada conseguir
realmente aprender através das aulas virtuais, dos games educacionais
melhorando a performance e absorvendo conhecimentos, teremos uma
revolução profunda na educação e inevitavelmente, um enorme desemprego na área.
E pra completar, no mundo da música, a cada dia os avanços tecnológicos nos
trazem dados novos. Pra começar, os cds acabaram com os discos de vinil. Mas o
CD também está caindo do galho. Se há alguns anos atrás, artistas como Zezé de
Camargo e Luciano lançavam um CD e vendiam 3 milhões de cópias, hoje ninguém
mais vende CDS. O artista que vende mais discos, mal chega a 100 mil cópias. E
a tendência é que não venda nada. Mas como vender também, se você baixa tudo na
internet de graça? Não há regulamentação e com isso, ninguém mais quer pagar
pra obter música. Com os filmes acontece a mesma coisa. Com os livros, também.
Tem tudo para se baixar de graça. E como se não bastasse, nem baixar mais tá
precisando. Através dos sistemas de streammings, você acessa os conteúdos
diretos das clounds computers, onde pode ouvir músicas e ver filmes on-line,
com toda qualidade. Pois é! A galerinha que está chegando agora talvez se
adapte com mais facilidade. Antigamente a gente usava o termo “fritar o peixe
de olho no gato”. As novas gerações fritam o peixe, olham o gato, vigiam o
cachorro, aceleram a tartaruga, interagem com o mundo, tudo ao mesmo tempo e
brincando. Resta saber se nessa virtualização de tudo e de todos, sobrará tempo
para respirar o ar puro das montanhas, pra olhar um luar de verdade numa vila
sem luz elétrica, para pisar descalço na terra, curtir cachoeira, sol, vento,
comer fruta no pé, andar de bicicleta, jogar bola, interagir com os elementos
através dos sentidos, essas coisas tão antigas, tão ultrapassadas, tão démodé.
e nessa história meu tempo está ficando para trás... eu ainda gosto de pegar o livro, sentir o cheiro da impressão no papel, de ter o CD nas mãos, de ler o jornal diariamente... vou acabar demodé...
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