CENÁRIOS – De onde vem essa
paixão pela velocidade..
EDSON JR- Desde
criança eu me interessava muito por carros e corridas. Pensava em competir
profissionalmente um dia e sabia que a base de quase toda categoria
automobilística é o kart. Aos 9 anos de idade meu pai me levou para uma visita
ao Kart Clube Ipatinga. Meu interesse pelo esporte foi inevitável. Compramos um
kart e comecei a competir.
CENÁRIOS – Quem foram seus
grandes incentivadores?
EDSON JR- A
maior parte dos meus grandes incentivadores (e também ídolos) está na minha
família. Um grande ídolo e o primeiro incentivador - sem dúvidas o maior deles
até hoje - é meu pai. Ele me incentivou a começar no kart e me acompanha em
todas as corridas desde que comecei.
CENÁRIOS – Você passou por
outras categorias antes de chegar a Categoria Turismo? Como foi a sua
trajetória?
EDSON JR- Permaneci
no Kart de 2004 até 2010, quando, já tendo conquistado muitas vitórias e
títulos, completei 16 anos. Fui
convidado a assistir um treino da categoria Marcas e Pilotos e me encantei.
Algumas semanas depois, pilotei um carro da categoria pela primeira vez. Nessa
categoria, disputei o Campeonato Paulista por dois anos e os bons resultados
abriram as portas para o início da minha trajetória no automobilismo nacional.
Aos 17 anos de idade, fiz minha estreia no Mercedes-Benz Grand Challenge, onde permaneci
por dois anos e, em 2013, conquistei a 3ª colocação no campeonato. Em
2014 ainda fiz participações na categoria da Mercedes-Benz como piloto
convidado e venci a primeira corrida com a CLA 45 AMG (novo carro da marca). O
foco nesse ano, porém, foi o início no Campeonato Brasileiro de Turismo,
categoria em que corro atualmente.
CENÁRIOS – A Categoria
Turismo envolve um investimento muito alto por parte das equipes? Como é a
estrutura da sua equipe atual, o investimento financeiro e perspectivas futuras?
EDSON JR - O
Campeonato Brasileiro de Turismo é uma categoria muito profissional e,
naturalmente, exige boa estrutura física e de pessoal por parte das equipes, o
que demanda alto investimento financeiro. Geralmente, um único carro de corrida
mobiliza ao menos cinco pessoas em tempo integral – entre mecânicos,
engenheiros e chefe de equipe. Minha
atual equipe, a W2 Racing, tem sede no Rio de Janeiro e é um dos times de maior
força e reconhecimento na categoria. Além disso, é a equipe que mais levou
pilotos à Stock Car – desde 2013, três pilotos que passaram pela W2 conseguiram
se promover e atualmente participam da categoria principal, entre eles Felipe
Fraga, atual líder da Stock Car. Essa realidade me traz boas perspectivas para
o futuro.
CENÁRIOS – Como é que
funciona a captação de patrocínios. É feita por vc mesmo ou tem alguém que
cuida dessa parte?
EDSON JR -O
trabalho de captação de patrocínios consiste basicamente em demonstrar o
potencial de marketing envolvido em um evento como o da Stock Car. É de
responsabilidade do piloto, em um trabalho contínuo e incessante. Tenho também
contratos firmados com empresários específicos do setor.
CENÁRIOS – Como foi vencer a última prova do ano em Interlagos?
EDSON JR - Tenho um ótimo histórico nessa pista e trata-se do local em que
conquistei minha primeira vitória na categoria. Tivemos dificuldades com o carro no treino de classificação, mas na hora do prova deu tudo certo. Quanto ao título, dependia de um uma
combinação de resultados para ser campeão, mas a vitória na última prova do ano foi muito importante.
CENÁRIOS – Quais são as
perspectivas de chegar a categoria principal da Stock Car
EDSON JR -Para
2017, recebi convites de equipes renomadas para competir na Stock Car
(categoria principal). Esse fato, por si só, já me deixa bastante contente,
pois representa reconhecimento no meio automobilístico. Para concretizar este
projeto, dependo exclusivamente de apoio financeiro de empresas com interesse
em ter retorno de mídia em nível nacional.
CENÁRIOS – E quanto a
Fórmula 1? Almeja chegar a principal categoria do automobilismo mundial?
EDSON JR - O
caminho que decidi percorrer no automobilismo é o dos carros de Turismo (carros
fechados). A Fórmula 1 passa por uma trajetória distinta, com outro tipo de
preparação. A
Stock Car, brasileira; e a NASCAR, categoria americana, são alguns dos sonhos
que tenho para minha carreira.
CENÁRIOS – Você é Monlevadense.
Teve apoio na cidade para acelerar e chegar às vitórias?
EDSON JR - Do
ponto de vista financeiro, a única empresa da cidade que sempre esteve ao meu
lado foi a EMC Sistemas, empresa familiar. Várias foram procuradas, mas poucas
compreenderam a oportunidade representada pela exposição de marca no
automobilismo nacional. No
entanto, se tratando de torcida e sentimento da população, sempre tive bastante
apoio na região.
CENÁRIOS – O que aconselha
para os jovens que também amam a velocidade a almejam uma carreira no
automobilismo?
EDSON JR - O
automobilismo depende de um bom trabalho de base, que começa no Kart. A
evolução no meio depende não só do gosto pela velocidade, mas também de
virtudes como habilidade, persistência e dedicação. Seguir a carreira como
profissional é missão árdua, sendo necessário superar muitas barreiras,
inclusive financeiras.
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