Incomoda a marginalização por que passa a classe artística no país. De repente voltou o discurso de que artista é vagabundo, maconheiro e sem Vergonha. Isso por que existe uma percepção de que todo artista é de esquerda. O que não é verdade. Grande parte sim, mas não todos. E ainda que fosse, não justifica colocar todo mundo no mesmo balaio. Os artistas já são uma classe sofrida. Vai tentar viver de arte pra ver. Nem Drummond, nosso poeta maior viveu exclusivamente de sua produção poético literária. Era funcionário público. Não é à toa que quando uma criança tem dons artísticos, os pais já ficam preocupados. - Isso não dá dinheiro, meu filho. Que tal fazer um curso superior e tentar concurso? Mas não tem jeito. Como disse Erivelton Bráz em seu livro, cada um é o que é ninguém pode fugir de si. Se o sujeito é artista, vai exercer o seu dom de alguma forma e isso é saudável.
O fazer artístico é uma das atividades mais nobres e humanas, uma das melhores terapias que existe, deveria ser valorizado e não marginalizado.Quando vejo o pessoal detonando as leis de incentivo, como se todas fossem ruins, dá nos nervos. Como é que pode? Claro que houve aberrações, favorecimentos políticos e oportunismos deploráveis. Houve artistas consagrados já endinheirados que obtiveram verbas faraônicas e enricaram ainda mais. Mas não é justo que toda a tribo pague pelo crime de alguns índios.
Serão bem vindas reformas na lei que permitam contemplar os artistas mais necessitados, trabalhos experimentais, trazer à baila as novas manifestações artísticas. Acabar com as leis apenas com a intenção de atingir as esquerdas será dar um tiro no pé. A arte e a cultura não tem cores partidárias, meus amigos. Um povo sem arte é um povo sem alma. Retirem a alma de um povo e teremos uma país de imbecis, incapaz de pensar, de sentir, de viver em comunhão, de olhar pelo outro, de fazer arte...
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