sábado, 5 de dezembro de 2009

MONLEVADE EM 3 TEMPOS

Para alguns monlevadenses, certas coisas são banais, destituídas de beleza e graça, porque comuns e rotineiras. Já pra mim que estou chegando, tudo é fascínio e descoberta. Ainda estou tateando, procurando entender os signos da cidade, seus códigos, suas memórias fragmentadas. Mas já vou formando meu quebra-cabeça. Como sou de Alvinópolis, sempre fui muito ligado à Monlevade. Primeiro por ser uma cidade pólo, de comércio e setor de serviços sem igual na região. Segundo por ser uma cidade entre Alvinópolis e Belo HORIZONTE. Não há como um Alvinopolense (ou de outras cidades da região) passar muito tempo sem transitar pela cidade. Sou apaixonado pelo tempo, seja passado, presente ou futuro. Então vou falar da Monlevade em 3 tempos. Em primeiro lugar, da que conheci na infancia e adolescência. (importante dizer que tenho a mesma idade da cidade). Lembro-me principalmente da charmosíssima cidade antiga, de quando a usina também tinha o nome muito bonito: Belgo Mineira. Não sei porque, sempre me lembrava o canarinho belga. Era um nome que até amenizava o cenário industrial, cinza e enfumaçado. Mas a monlevade antiga tinha casas muito bem cuidadas, parecendo uma vila inglêsa, vida que pululava ao pé da gigantesca usina. Lembro-me também do "estádio" do Jacuí, com suas arquibancadas e do bairro carneirinhos, que ainda não passava de um "bezerrinho". Lembro-me ainda de ter saido uma vez de Alvinópolis para assistr ao filme Gandhi no cinema antigo. Lembro-me também dos tempos gloriosos dos eventos que aconteciam no Grêmio. Meu grupo de músicas (Verde Terra) chegou inclusive a vencer um festival lá com a música Interior. Mas Carneirinhos cresceu e roubou a cena. A Monlevade antiga, tão decantada por Marcelo Melo, virou um quadro amarelado na parede. A Monlevade de outrora perdeu o glamour. Grande parte dessas memórias afetivas vai sendo desprezada, delapidada, esquecida. Quem sabe não valha à pena um projeto conjunto de tombamento e preservação por parte da Arcelor e do poder público? Não seria uma boa idéia pensar nisso? E por falar em Arcelor, devo confessar que sempre tive vontade de conhecer a usina por dentro (as entranhas de Monlevade). Assim como a alma de Alvinópolis é de pano, a de Monlevade é de aço. Tomara que me convidem um dia para conhecer a usina . A criança que existe em mim tem muita vontade de ver o aço vermelho-laranja saindo do forno, forjado em temperatura de estrela. E sobre o futuro? Ora bolas! O futuro é digital. Não tem outro caminho. TV na WEB, Rádio na WEB, escola na WEB, tudo na WEB. Internet não é despesa. É investimento. E não venha me dizer que não gosta de computador e que odeia internet. Me desculpe, mas pra mim, quem não tem msn não existe. Bem pior que não ter CPF. E por falar nisso, tá passando da hora de Monlevade ter internet de 10,50,100 megas. O que as operadoras tem a dizer à respeito?

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