
Quando ouço a palavra tributo, fico meio ressabiado. Dá uma sensação daquela coisa de show póstumo, de homenagem aos ídolos que já se foram, com direito a homenagens, discursos e algumas lágrimas. Quando me convidaram para assistir ao Show Tributo a Cazuza, em princípio fiquei com essa sensação, mas aos poucos alguns acontecimento foram me dobrando. Na realidade, eu já vinha conversando com a Samira, produtora do evento pelo msn há algum tempo. Ela me contactou exatamente por causa da coluna aqui no Bom Dia. Ela me pareceu bem articulada e veio me rodeando(rs), me seduzindo ( no bom sentido) com suas gentilezas e quando foi à comunicação da prefeitura e me deixou alguns ingressos de cortesia, pensei comigo:- Ok! Vou lá. Mesmo que for pra ficar por um momento, assistir um pedaço do show e devolver a cortesia. Ainda mais quando fiquei sabendo que o Guilherme Bahia, guitarrista da melhor cepa iria participar, tocando sua guitarra sempre original. Assim foi passando o dia e sai direto da comunicação e fui para o Sindicato dos Metalurgicos. Chegando à porta, vi um sujeito vestido de pinguim (rs) muito bem trajado e pensei comigo: Puxa vida. Eles estão mesmo gastando. Colocaram recepcionista de terno. Mas quando me aproximei, percebi que se tratava do onipresente repórter Guilherme de Assis. Adentrei o espaço com o Klark Kent de Monlevade e já fui recepcionado na porta pela Samira, toda feliz, pois tudo ia ás mil maravilhas. Já no interior, fiquei muito bem impressionado com a organização, com o público muito bem comportado, com tudo que vi.Quando falei que queria falar com o Guilherme Bahia, a Samira me levou para os Bastidores e foi ai que me senti em casa mesmo. Chegando lá encontrei o Julio Sartori, meu companheiro de prefeitura e colega músico roqueiro. Quando nos encontramos, foi um festival de besteirol, principalmente com as brincadeiras do Clark Kent. Nos bastidores fui apresentado aos jovens músicos do projeto, novíssima geração de excelentes artistas que me pareceram bastantes concentrados. Antes da apresentação, tive oportunidade de assistir a uma preleção da "treinadora" Samira, que teve de passar algumas reprimendas. Depois houve uma oração e...hora do show. Fui pra frente do palco assistir o espetáculo e a qualidade do som estava ótima, principalmente se considerarmos que o show não foi com banda, mas semi acústico, com os instrumentos plugados, mas sem o apoio pesado de uma banda com batera e intenção de tocar rock. Gostei dos músicos, das participações, de tudo no geral. Desfilaram no mínimo uns 15 artistas, entre cantores da nova geração e alguns veteranos também. Meus únicos senões foram que algumas canções, em minha opinião, casam melhor com vozes masculinas, pois as letras são masculinas ( mesmo com o confesso homosexualismo do autor). Outra coisa também é que algumas das canções escolhidas, funcionam melhor com banda, com peso de rock e não tão bem no formato "acústico". Mas de qualquer maneira, muitos arranjos ficaram muito bons, novas leituras que enriquecem as idéias iniciais, merecendo até quem sabe um CD do Tributo a Cazuza. De qualquer maneira, fica o meu parabéns à Samira e sua equipe, pelo arrojo da produção, que sei, ainda conta com poucos recursos, mas que está criando um público fiel e que deverá crescer em apoio, pela qualidade e principalmente, por abrir uma janela, um espaço de esposição do cenário local. Esperamos que venham outros Tributos. Já vou até listando outros artistas "tributáveis": Lulú Santos, Lobão, Kiko Zambiasnki, Gil, Tom Jobim( com o grupo Ellus), a lista é infinita. Deixa eu dar até mais um pitaco. Podem até rolar dois shows por noite: um com Tributo e outro onde os artistas possam mostrar seus trabalhos próprios. É lógico que isso tem de ser bem programado, pois os públicos quase nunca tem paciência de ouvir trabalhos novos. Mas se tiver um show cover junto e uma programação bem feita, tudo cabe. Agora, sobre esse negócio de tributo, vocês nunca podem deixar de convidar o Julio. Ninguém entende mais de tributo do que ele.
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