segunda-feira, 25 de abril de 2011

FALSÁRIOS: ELES ESTÃO ENTRE NÓS...

No Brasil o mais famoso falsário da história recente foi Marcelo Nascimento, que conseguiu passar-se por filho do dono da TAM, sendo entrevistado por Amaury Jr e tendo tratamento VIP em vários camarotes e festas do high society brasileiro. A sua atuação inspirou o roteiro do filme VIP, estrelado por Wagner Moura, em cartaz nos melhores cinemas. Há quem não os considere falsários, mas doentes mentais, pessoas com sérios problemas psíquicos. Podem até ser, mas pelo sim pelo não, melhor que sejam devidamente tratados nas clínicas de penitenciárias. Existem outros camaleões espalhados pelo Brasil afora, dando seus golpes aqui e ali. Há algum tempo, o prefeito Gustavo Prandini quase foi vítima de um desses golpistas. Um sujeito, se dizendo ser o deputado Federal pelo Estado de Goiás ligou para a Prefeitura solicitando socorro, pois estaria com seu carro avariado na BR 381, próximo a João Monlevade. O nosso prefeito, por uma questão de diplomacia, se preparou para atender à solicitação do encrencado deputado. Enquanto isso, pesquisava na internet e verificava que realmente existia um deputado por Goiás com o nome informado. Ele chamou o motorista da prefeitura para conversar sobre o assunto, quando por acaso Emerson Duarte adentrou pela sala ouvindo o final da conversa. Ele havia lido na internet há minutos atrás sobre pessoas em presídios que estavam dando golpes em várias prefeituras do interior de Minas. Só o que ele estranhava é que nos casos anteriores, os caras estavam pedindo recargas de cartões de celulares. Nesse minuto o telefone tocou e era o tal “deputado” de novo, dizendo que havia conseguido consertar o carro e que agora estava precisando era de recargas de celular. O prefeito fingiu que iria atender e acionou a polícia, mas não se conseguiu apurar muita coisa. No caso de João Monlevade, conseguiu-se reverter o esquema, mas muitas vezes os falsários se dão bem. Um amigo, grande empresário e tido como negociador experiente, também caiu no golpe dos prêmios. Ele recebeu um telefonema onde um sujeito dizia estar falando de um tal show de prêmios do SBT e se o meu amigo respondesse uma pergunta corretamente, ganharia uma TV de LCD com tela de 42 polegadas. Meu amigo respondeu corretamente a aí começou a saga. O apresentador falou que, se respondesse mais uma pergunta corretamente, ganharia uma moto zero km. Ele respondeu certo e a próxima pergunta seria para faturar um carro zero km. Só que para isso meu amigo teria de ir a um supermercado e comprar 3 embalagens de produtos patrocinadores do tal prêmio. Ele foi ao supermercado e comprou os tais produtos. Na sequencia, o tal apresentador fez a pergunta e ele novamente acertou. Ganhou um automóvel. Ai chegou a pergunta final. Ele agora concorreria a um apartamento no Bairro Buritís em Belo Horizonte. Nessa hora meu amigo ficou maluco. O apresentador falou pra ele que, antes de responder a pergunta, teria de ir a uma banca de revista e comprar 10 cartões de recarga da TIM. Meu amigo foi lá correndo. Quando chegou, o apresentador pediu que ele lesse os números dos cartões de recarga e ele leu. Naquele momento o telefone saiu do ar e meu amigo ficou doido. Tentava retomar a ligação, buscava o número no celular e só dava número inexistente. Depois de algum tempo ele caiu na real e ficou deprimido por uma semana. Os caras queriam eram os números da recarga. Quando conseguiram o que queria, abandonaram o nosso atônito empresário. Em Alvinópolis, quando eu tinha uns 15 anos de idade ( na era mezozóica), apareceu um professor convocando as pessoas para aulas de computação. Fiquei doido. Na época ninguém ainda nem falava em internet, mas como eu era vidrado em ficção científica e tecnologia, fiquei maluco. Me inscrevi para o curso juntamente com uns 40 jovens da cidade e até alguns adultos. O professor nos pareceu um sujeito de vasto conhecimento. Nas primeiras aulas teóricas, nos apresentou teorias gerais de formatos, de programação e enquanto o tempo ia passando, ia nos engalobando. O combinado seria que a partir do terceiro mês chegariam os computadores, com os quais teríamos aulas práticas. Só que nesta ocasião aconteceu do Cruzeiro jogar uma partida contra o Flamengo no Macaranã e nosso bom professor inventou de promover uma excursão com a turma para o Rio de Janeiro, com direito aos ingressos pro jogão no Maraca. As passagens e ingressos se esgotaram rapidamente. Ficou combinado da turma se encontrar as 5 da manhã de um sábado na porta do Ary, popular loja de material esportivo de Alvinópolis. O pessoal chegou na hora marcada, mas os ônibus simplesmente não apareceram. Seriam dois ônibus lotados, todos pagaram direitinho e levaram o maior cano. O professor sumiu para nunca mais voltar. Alguns meses depois, a cidade viu pela tv o sujeito sendo preso na cidade de Araxá, tentando dar um golpe parecido. Os psicopatas são mais comuns do que se possa imaginar. São falsos médicos, falsos advogados, falsos contadores, falsos tudo e...para complicar, alguns desses falsos são melhores ou mais amados que os verdadeiros. Aí é que está o dilema. Nem sempre ser um verdadeiro isso ou aquilo, verdadeiro no sentido da oficialidade, do diploma, significa ser bom profissional.

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