CENÁRIOS - Você vem acalentando o sonho de
ser prefeito de Monlevade há tempos ou foi recentemente que começou a cogitar a
candidatura?
Luiz Ernesto - Fundamos a REDE em João
Monlevade em fevereiro de 2017 e um dos objetivos do partido sempre foi
participar de forma ativa do processo eleitoral e democrático em nossa cidade,
com a possibilidade de apresentar nomes para o Legislativo e para o Executivo.
A formação de uma chapa consistente de candidatos a vereador sempre foi pautada
e, há alguns meses, viemos amadurecendo a ideia de uma pré-candidatura à
Prefeitura, o que culminou no lançamento de meu nome, em abril passado. Pelo
lado pessoal, é uma vontade e um sonho que sempre mantive acesso.
CENÁRIOS - O que o ajudou a decidir e a se
posicionar publicamente como candidato a prefeito de João Monlevade?
Luiz Ernesto - Sem dúvida, a confiança
dos nossos filiados, do Diretório Estadual e da Executiva Nacional da REDE. da deputada
estadual Ana Paula Siqueira e, claro, a força, a motivação e as palavras
de apoio dos monlevadenses que confiam em nosso projeto, em mim e nas pessoas
que estão conosco. Tudo isso me motivou e me ajudou na decisão.
CENÁRIOS - O que a sua candidatura traz de
diferente?
Luiz Ernesto - Essencialmente, o fato
de não pertencer a grupos políticos com interesses estritamente voltados para
seus correligionários. Não queremos o poder pelo poder, o fomento à troca de
favores, a obtenção de benefícios e à perpetuação no poder, inclusive, somos
contra a reeleição, no Executivo e no Legislativo. Isso, sem contar que temos
um projeto desenvolvimentista e progressista para a cidade, e não projetos
pessoais.
Luiz Ernesto - Sim, vislumbro. Sempre
há espaços de crescimento, principalmente para um município forjado por trabalho,
para onde muitos vieram exatamente para trabalhar e crescer. A essência de João
Monlevade é essa é não pode ser perdida. A siderurgia, o comércio varejista e
os serviços são de extrema importância e fundamentais para o desenvolvimento do
município, mas também podemos ser polo em outras áreas, porque não nos próprios
setores de agricultura familiar, cultura, esporte e entretenimento e no fomento
à ciência e tecnologia, com a base acadêmica que temos? O incentivo às pequenas
indústrias também seria um bom caminho e não virar as costas para o Distrito
Industrial e para a Incubadora de Empresas pode ser um bom início. Temos muita
gente boa e importantes grupos trabalhando por João Monlevade, como o próprio
Pensando Monlevade, do qual você parte, entre outros, que estão ocupando os
espaços e lacunas deixados pelo poder público.
CENÁRIOS - Você não acha que os prefeitos,
não só de Monlevade, como da região deviam se unir e formar uma bancada da 381?
Buscando apoios de todos os políticos de forma suprapartidária, para fechar de
vez essa moedora de carne humana?


CENÁRIOS - Sua candidatura será pela Rede
de Marina Silva. Podemos dizer que uma provável administração do Luiz Ernesto
terá forte viés ambiental?
Luiz Ernesto - Sem dúvida. O agente
público que não pauta a questão ambiental em sua agenda está fadado ao
fracasso. É de suma importância, vital e hoje em dia já deixou de ser um viés
ideológico e se tornou uma questão de sobrevivência. As questões de proteção ao
meio ambiente e respeito à biodiversidade são muito caras à nossa querida
Marina Silva, que é uma das maiores ambientalistas do planeta e nos transmite
esse legado.
CENÁRIOS - A cidade vive praticamente da
siderurgia e do setor de serviços. Não tem áreas agriculturáveis e a área
física do município é pequena. Ainda assim, você vislumbra espaços de
crescimentos? Outras vocações que podem gerar mais emprego e renda?


Luiz Ernesto - Claro. Essa pauta é de
extrema importância e deve ser levada muito a sério pelos prefeitos da região.
Já chega de levantar a bandeira da 381 apenas para angariar votos em época de
eleições. Algo consistente deve ser feito. Menos blá blá blá e jogo de
interesses seria fundamental.
CENÁRIOS - Qual a sua visão da Monlevade
hoje? Concorda com a gestão de austeridade em função da crise ou faria
diferente?
Luiz Ernesto - Minha visão é de inércia,
má vontade política e pura utilização do poder administrativo para fomentar um
grupo de pessoas. É claro que faria diferente. Os tempos são difíceis e é
preciso responsabilidade, mas onde há crise com uma arrecadação de R$200
milhões? Onde há crise quando se gratifica servidores municipais com 80% a mais
do seu salário apenas por amizade ou por serem correligionários, sem qualquer
meritocracia? Onde há crise quando se paga um aluguel de R$4.300,00 durante
dois anos para manter uma casa vazia? Onde há crise quando se consomem R$22
milhões para construir um hospital que nunca curou uma unha encravada? A crise
em Monlevade é de caráter.
![]() |
Com a Deputada Ana Paula Siqueira |
CENÁRIOS - Sua candidatura está mais pra
esquerda ou vc tem facilidade de dialogar com o pessoal de centro e de direita
também ?
Luiz Ernesto - Temos facilidade em
dialogar com gente de bem, seja de esquerda, centro ou direita. Gente bem
intencionada e que pense em Monlevade antes do seu umbigo é bem vinda para o
diálogo, independente de corrente ideológica ou partidária. A REDE possui,
obviamente, seus princípios e condutas de ética e posicionamentos políticos,
sociais e ideológicos, mas longe de radicalismos.
CENÁRIOS - Você também é escritor e
jornalista. Como vê a cidade hoje sob o ponto de vista da cultura, da literatura,
da arte em geral.
Luiz Ernesto - Infelizmente,
fragmentada, diluída, dispersa e inconsistente. Não se
fomenta ou produz cultura sem sensibilidade cultural. Não se produz cultura e
arte de forma consistente e sistemática só pensando em votos e entretenimento.
Quando se assiste a um governo alardear aos quatro ventos, no aniversário da
cidade, um curso de design de sobrancelhas (nada contra, especificamente) como
se fosse a formatura de uma orquestra de câmara, é porque algo não vai
bem.Temos que ser mais pontuais com a cultura como lazer e oferta de arte e no
incentivo aos nossos artistas e escritores, que são muitos e talentosos.

CENÁRIOS - Monlevade, para a maioria das
cidades próximas é uma espécie de capital regional. Mas já conversei com muitos
monlevadenses que só criticam, que afirmam que a cidade não tem nada e só falam
mal. O que fazer pra aumentar a autoestima e o sentimento de amor à cidade?
Luiz Ernesto - Devolvê-la ao seu povo e
a todos que a amam. Fazer com que o monlevadense sinta-se filho e, ao mesmo
tempo, pai e tutor da cidade. Ter orgulho de ser monlevadense. E isso não é
difícil, um bom começo é mudar a mentalidade dos que estão no poder, ou melhor
dizendo, mudar quem está no poder e detém esse pensamento de posse da cidade
para servir apenas a um grupo de pessoas. João Monlevade tem que voltar a ser
do povo. Eu estou prestes a completar 44 anos e vivi uma Monlevade assim, que
se perdeu. Se perdeu pela cegueira do poder.
![]() |
Debatendo cultura com pessoas do meio. |
CENÁRIOS - Um candidatura decola quando o
postulante consegue sonhar o mesmo sonho dos cidadãos. O que vc sonha para João
Monlevade?
Luiz Ernesto - Sonho em ver João
Monlevade virar esse jogo e voltar a ser um lugar aprazível de se viver e que
gere orgulho em seus filhos e moradores. Sonho em ver uma João Monlevade ser
administrada por gente que não quer o poder pelo poder, pelo dinheiro, pela
fama e pela ganância, mas que deseja dedicar seu tempo para contribuir por uma
cidade melhor e ouvir quem deseja o mesmo, em todas as áreas. Uma Monlevade sem
conchavos, sem aparelhamento político. Uma Monlevade que não pare no tempo e
que olhe para o futuro, mas que recupere a aura dos bons anos de 1970 e 1980,
dos ex-prefeitos Lúcio Flávio, Antônio Gonçalves e Bio, que fizeram muito sem
semear ódio e desavença. Sonho em ver uma Joao Monlevade mais leve, que gere
oportunidades para seus jovens e não os façam sonhar em deixar a cidade. Enfim,
uma Monlevade nossa, de volta.
precisamos nos conhecer. 031 9 8698 1805. abraços.
ResponderExcluirEncaminhei seu recado ao Luiz Ernesto.
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