sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

VAMOS MUDAR A CULTURA DA 381?


Na minha coluna semanal no BOM DIA eu sempre escrevo sobre cultura. Há uma definição de cultura que diz: "cultura é o conjunto de conhecimentos adquiridos por um povo para se adaptar a determinado local". Aí eu fico pensando: será que pensamos a 381 da maneira correta? Será que não temos alguns equívocos? Há quem advogue que a culpa dos acidentes é da duplicação que não acaba nunca. Mas será que essa percepção é correta? Será que não precisamos educar antes de duplicar? O que podemos fazer nós cidadãos comuns, usuários e sobreviventes pra ajudar de alguma forma ? Nos últimos dias tivemos mais acidentes terríveis com óbitos, destroçando famílias, causando grande comoção, que dura
Acidente que vitimou um amigo.
3 dias e logo todos esquecem até o próximo acidente. Há pouco tempo tivemos um empresário, um monlevadense gerador de empregos, um cidadão trabalhador que também perdeu a vida na BR. Já está virando uma coisa naturalizada. A 381 não poupa ninguém, nem idade, nem cor da pele, nem poder econômico. Pra investigar um pouco sobre o pensamento das pessoas, criei no facebook um grupo chamado VIVA 381 e lancei o seguinte enquete:  PARA VC, O QUE MAIS MATA NA BR 381? As opções foram as seguintes: 1) - Falta de duplicação - que leva a colisão frontal; 2) - Falta de monitoramento e punição aos infratores; 3) - Irresponsabilidade dos condutores; 4) - Falta de sinalização;  5) - Falta de educação e informação aos usuários; 6) - A raiva - pelo tempo que se perde. 
O pessoal infelizmente ultrapassa nas faixas continuas. 
E para minha surpresa ganhou disparado a opção IRRESPONSABILIDADE DOS CONDUTORES. Pelas opiniões colhidas,  os grandes culpados são os motoristas imprudentes, que ultrapassam em qualquer lugar. E também tem a imperícia, pessoas não acostumadas a dirigir na BR que caem nas suas armadilhas. Tem ainda os distraídos, os que dirigem atendendo o celular, vendo instagram e conversando no whatsapp, etc. Mas o que fazer para resolver o problema? Aí teremos a segunda opção escolhida: MONITORAMENTO E PUNIÇÃO AOS INFRATORES. Se os motoristas souberem que estão sendo monitorados, que levarão pesadas multas se ultrapassarem em faixas contínuas ou se ultrapassarem a velocidade permitida, pela pedagogia do bolso, existe uma grande possibilidade de que deixem de fazer suas loucuras, que colocam em risco os que vem do outro lado e não tem nada a ver com o assunto.  Mas para que se consiga 
Os satélites vigiando os apressadinhos.
eficiência, vai ter de ser encontrada uma tecnologia à prova de fraudes.O ideal mesmo seria  monitoramento de satélite, de modo que as pessoas fossem monitoradas em todo o percurso, pois os apressadinhos aproveitam para correr nos pontos cegos. 

Os radares tem seus problemas. Mas é a tecnologia que se tem.



Os radares por enquanto foram os meios encontrados. Parece que vão voltar para as BRs. Já é alguma coisa. Poderia ser criado um telefone do tipo disk denúncia, um número pequeno tipo o 196. Poderia ser o DISK 381. Podia ter um zap também. A pessoa ligaria anonimamente e a polícia iria conferir os dados e interpelar os possíveis infratores. 

Muitos acham que a duplicação vai aumentar os acidentes.
Curioso que a maioria das pessoas não considera prioritária a DUPLICAÇÃO que leva a colisão frontal e à maioria dos óbitos . Muitos até acham que pode é aumentar a irresponsabilidade, pois os motoristas malucos serão mais estimulados a correr. Eu já vejo um pouco diferente. É fato que 67% dos acidentes acontecem pelas colisões frontais. Logo, se duplicar elimina-se uma das causas dos óbitos.
O terceiro item citado foi a FALTA DE EDUCAÇÃO E INFORMAÇÃO AOS USUÁRIOS. Por mais que as pessoas vejam na mídia nacional matérias sobre a Rodovia da Morte, motoristas de outras regiões não sabem o que vão encontrar. Seria importante um projeto de comunicação para manter todos informados, até educando pra usar a BR com civilidade, aproveitando as paisagens, as paradas e cidades afluentes. Poderiam ser fixados outdoors, campanha de rádio , folders e internet. 
Outdoors impactantes na Europa.
E pra finalizar, morre-se da RAIVA, pelo tempo que se perde numa viagem, pelas interrupções e acidentes frequentes. E depois de todos esses argumentos, a CONCLUSÃO a que chegamos é que se não mudarmos a cultura, a maneira de lidarmos com a BR continuaremos tendo óbitos e depois que duplicar, teremos outros tipos de acidentes. A duplicação é importante, mas parece que vai demorar. Podemos mudar a cultura antes da duplicação, educar os motoristas pelos instrumentos de fiscalização e controle e pela difusão de conteúdos bem elaborados. Mas para isso terá de haver envolvimento de todos: sociedade civil, instituições, governos, polícia rodoviária, ministério dos transportes, Sevor e entidades que vivenciam os problemas nas BRs, empresas de transporte, indústria, políticos e nós . 

E aí? Topa ajudar a mudar a cultura da 381? 

Um comentário:

  1. Cultura e educação moldam qualquer sociedade. Pessoas cultas e educadas tendem a ser respeitosas em todos os setores sociais.

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