COVERS X AUTORAIS
Os Beatles tocaram covers. O Led Zepelin também. O Van Halen idem.
O Capital Inicial toca muitos covers em seus shows. Michel Teló toca uns 3 hits
próprios e o resto é cover. Caetano gravou cover de BOB DYLAN. Lulu fez versão
dos Beatles. A jovem guarda fez versões
românticas de várias músicas do rock.
Ah... e tem os intérpretes como Elis Regina e Maria Betania. Só cantavam
músicas dos outros, ou seja covers. A diferença é pegavam essas músicas e transformavam
em sucesso. Quase todos tocam covers.
A explicação é simples. Quando o bar anuncia que vai ter uma
banda cover do Raul Seixas, sabe que vai arrastar o enorme público do maior
roqueiro brasileiro. Cover do Pink Floyd também é garantia de bilheteria. Assim
com o Engenheiros do Hawai, com o Legião Urbana, U2 e principalmente Beatles.
Deve ter mais de mil bandas covers dos Beatles só no Brasil.
A explicação é simples também. O público hoje em dia tá muito
interativo. Gosta de ir aos shows e participar cantando junto com os artistas.
Então, prefere músicas conhecidas. Essa é a lógica. Quando as bandas tocam
músicas autorais, o público tem de prestar atenção e não dá pra participar
tanto.
O DRAMA dos AUTORAIS
Os compositores ficam doidos tentando conseguir a atenção do
público para as suas músicas. Conseguir fazer com que as músicas sejam
conhecidas é o grande desafio. Mas tocar em rádios massivamente não é barato. Entrar
nos programas de TV mais populares então nem se fala. E os compositores acabam
sendo barrados até dentro de suas bandas.
O QUE FAZER?
O ideal é equilibrar o repertório. O objetivo número 1 de um
show é satisfazer a platéia, gerar uma experiência agradável, inesquecível.
Se o show for num teatro, pode funcionar muito bem só com autorais,
desde que o artista seja envolvente, didático e que se garanta. Mas num show de
massa ele precisa entreter, criar o
clima para que o povo dance, extravase, seja feliz. Se o artista tiver músicas
autorais que possam ser diluídos dentro desse esquema e que funcionem, tudo
bem. Mas se o artista insistir em tocar só autorais, corre o risco de perder a
atenção do público e gerar desconforto.
TER AUTORAIS É IMPORTANTE?
Depende. Se a banda for convicta no objetivo de fazer só
covers, nem precisa de autorais. Por exemplo, uma banda cover do Mamonas não
precisa de música autoral pra nada. Mas se a banda quiser algo mais, se almejar
ter respeito, se quiser personalizar o trabalho, se quiser ir mais longe, importante
que tenha músicas próprias. Só para citar um exemplo, músicas do BONAPART
tocaram em diversas rádios e ajudaram a popularizar a banda. Se não tivesse
músicas próprias, não alcançaria o status alcançado.
AUTORAIS MUITO BONS DE JOÃO MONLEVADE
Tem alguns compositores que considero muito bons mesmo em
Monlevade e no médio piracicaba. Eu citaria por exemplo a cantora Isa Lelis.
Vcs já ouviram? Melodias bem urdidas e letras muito boas mesmo, confessionais,
muito boas. Julio Sartori da banda DIZARM também é ótimo compositor. Suas
letras são densas e vasculham os labirintos da mente humana, a escravidão
moderna, paranóias e infernos psicológicos. Mark e Max da banda BONAPART também
são muito bons nos temas pop, com uma pegada rock muito bem acabada. Marcos do
Infocus também tem algumas canções pop muito boas. Guilherme Calk fez algumas
coisas muito boas. Chico Franco é compositor da antiga que deve ter um baú
fantástico de composições ( seria legal um projeto de lei de incentivo pra
registrar esse acervo). Em São Domingos do Prata tem Celso Adolfo, que tem dois
hits nacionais que foram "Nós Dois" e "Coração Brasileiro".
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