E começaram as declamações. Que lindeza. As pessoas declamaram poesias vencedoras do concurso. Depois veio abertura para poesias de grandes poetas. Devo registrar a presença do candidato a vereador Guiherme Mototaxi, único político presente e seu irmão Marcelo Sputnik. Teve ainda brechó de livros. Conheci a tribo do 7 faces. Olhos faiscantes de uma turma que vibra com a arte. Sheila Malta foi minha memória de aluguel. Ela lembra letras das músicas e fica soprando pra mim. Sheila é da tribo.
Marcelo Sputnik buscou seu tambor e ai o trem ficou melhor. Tocamos alguns forrós e improvisamos enquanto o pessoal declamava. Não é que ele é bom músico? Ele conseguia acompanhar as minhas viagens ao violão. Criamos brincando um bocado de músicas ali na hora. Curti tocar com ele. A noite transcorreu e quando percebemos, já era hora de parar. Fiquei feliz quando a menina novinha, aquela ligada no hiphop, se aproximou e me falou: - sua arte é muito linda. Foi o elogio mais sincero que eu poderia esperar. Renovei meu estoque de felicidade. Acho que eu era o mais véi do pedaço. Foi delicioso ver que tem uma galera jovem que tá fazendo coisas legais e vai levar adiante o legado. A Carla me falou o nome do movimento dessas meninas umas 4 vezes e esqueci. Coisa de véi. Quero conhecer mais.
Teve também a apresentação da dupla Luiza e Gabriel. Afinação e sensibilidade. Que delícia. Eu fiquei apaixonado pelo 7 faces. O valor que essa turma tem deve ser exaltado. Aproveito até para dizer algo que eu já intuo de outras produções que ficou mais claro ainda. As prefeituras, as instituições estabelecidas devem fazer cultura e fazem. Mas não abarcam tudo. Tem de ter gente pra fazer arte independente, não alinhada, pra dar vazão aos não contemplados pela chamada cultura oficial. E tem eventos que não tem de ter lotados. Tem de ter gente que goste e curta. Quem não gosta ia ficar de saco cheio e sair falando mal. Não dá pra lavar a alma com gente insensível por perto. Outra coisa: pessoal do 7 faces também faz eventos para públicos maiores, mas sempre buscando sensibilizar, levando até o público atrações não convencionais, instigantes, fora do eixo. Será que faltou alguma coisa pra dizer? Talvez um muito obrigado. A felicidade é artigo raro hoje em dia e naquela noite, fui feliz!