terça-feira, 1 de outubro de 2024

SARAU DO 7 FACES - CONCURSO LITERÁRIO FACES DO MÉDIO PIRACICABA -

Aconteceu em Monlevade, na noite de sexta-feira passada (28-09-2024) um evento quase invisível, não percebido. Ainda bem! Não se assustem. A escrita não é linear. Mas pra falar com os seres que estiveram presentes, não preciso disso. Só de afeto e uma boa dose de subjetividade. Algumas pessoas passaram de carro ao redor da praça 7. Olhavam mas não paravam. Deviam comentar: - Nossa...parece um culto. Deve ser um culto.- Mas como assim um culto, se tem um tambor lá no meio? Deve ser macumba. Só pode! Eles não erraram totalmente. Era um culto.O culto dos cultos. Engraçado que a palavra culto, precedida pelo pronome, se unirmos, vira oculto. Mas não! Não foi oculto! Prefiro o quase invisível ou não entendível. Na verdade foi um evento que fez parte do concurso literário faces do médio piracicaba. Foi divulgado na internet, em alguns espaços. Mas com os ruídos eleitorais, pouca coisa tem sobressaído. Ainda bem que foi um público pequeno, só de amigos e amantes das artes. Estiveram presentes apenas pessoas sensíveis, que amam poesia, literatura, reflexões, humanidades. Pra quem não é do ramo, seria tedioso. Pra quem sintoniza na frequência, eu diria que foi uma  noite feliz e não era natal. A Carla Lisboa escreveu que saí de BH  para participar. E ela e o Márcio que vieram de Palmas? Mas valeu muito à pena. Mais que ir a meca. Cheguei atrasado. Pra variar, a 381 entupida, ônibus da gontijo saiu com atraso de 15 minutos, sem nenhuma explicação para os usuários. Cheguei no GRAAAL...não tinha taxi. A Vivo tava fora do ar. O que fazer? Filei a internet do GRAAL e consegui falar com a Carla que foi me buscar com o Márcio, gente boa pra caramba. Eu tinha dito a ela: - Carla, estou enferrujado. Não subo num palco há alguns séculos. Vou fazer um fundo lá, vamos ver o que vai sair. Vc só precisa arrumar um violão. O Márcio comprou um novinho. Fiquei com medo de desafinar, por causa das cordas novas. Que nada! Afinadinho e com boa tocabilidade. Outro pepino: Carla pegou som emprestado com o James. E me falou: - Aí Martino. O som tá ai. Agora tem de montar. Vc entende né? E eu com cara de tacho. Sou muito desajeitado com essas coisas. Mas fomos plugando daqui, apertando botões acolá e no final deu certo. E o evento começou. A Carla abriu o evento, pessoal recitando as poesias. Liguei o violão e comecei a tocar timidamente. Sentia a ferrugem travando. Mas à medida que fui tocando, a ferrugem foi cedendo. Quem toca sente o público nos olhares e sorrisos. Quando comecei, ouvia bolhas de interrogação estourando. O som não tava bom. Violão mais alto que a voz. Até que fomos equilibrando e fui tomando coragem. Ousei cantar as autorais e vi nos olhares que o público tava aceitando bem. Ufa. Ainda bem que não foi muita gente. Se tivesse gente demais, não poderíamos improvisar, eu não poderia tocar minhas músicas, pois o pessoal ia querer as músicas da moda, sertanejos, pisadinhas, Marília Mendonça e congeneres. E não conheço nem tenho vontade de conhecer.

E começaram as declamações. Que lindeza. As pessoas declamaram poesias vencedoras do concurso. Depois veio abertura para poesias de grandes poetas. Devo registrar a presença do candidato a vereador Guiherme Mototaxi, único político presente e seu irmão Marcelo Sputnik. Teve ainda brechó de livros. Conheci a tribo do 7 faces. Olhos faiscantes de uma turma que vibra com a arte. Sheila Malta foi minha memória de aluguel. Ela lembra letras das músicas e fica soprando pra mim. Sheila é da tribo. 

Uma coisa curiosa. Uma menina,morena, novinha, tava com seu pessoal, mas com fone de ouvido. Pensei comigo: Puxa. Essa menina está aqui mas não está. Não tá curtindo. Fiquei bolado. Mas eis que ela se levantou e pediu o microfone. Se confessou tímida e mandou versos próprios. Que maravilha. Que bom ver gente muito jovem fazendo arte. Me senti vovozão. Um vovozão feliz. 

Marcelo Sputnik buscou seu tambor e ai o trem ficou melhor. Tocamos alguns forrós e improvisamos enquanto o pessoal declamava. Não é que ele é bom músico? Ele conseguia acompanhar as minhas viagens ao violão. Criamos brincando um bocado de músicas ali na hora. Curti tocar com ele. A noite transcorreu e quando percebemos, já era hora de parar. Fiquei feliz quando a menina novinha, aquela ligada no hiphop, se aproximou e me falou: - sua arte é muito linda. Foi o elogio mais sincero que eu poderia esperar. Renovei meu estoque de felicidade. Acho que eu era o mais véi do pedaço. Foi delicioso ver que tem uma galera jovem que tá fazendo coisas legais e vai levar adiante o legado. A Carla me falou o nome do movimento dessas meninas umas 4 vezes e esqueci. Coisa de véi. Quero conhecer mais. 

Teve também a apresentação da dupla Luiza e Gabriel. Afinação e sensibilidade. Que delícia. Eu fiquei apaixonado pelo 7 faces. O valor que essa turma tem deve ser exaltado. Aproveito até para dizer algo que eu já intuo de outras produções que ficou mais claro ainda. As prefeituras, as instituições estabelecidas devem fazer cultura e fazem. Mas não abarcam tudo. Tem de ter gente pra fazer arte independente, não alinhada, pra dar vazão aos não contemplados pela chamada cultura oficial. E tem eventos que não tem de ter lotados. Tem de ter gente que goste e curta. Quem não gosta ia ficar de saco cheio e sair falando mal. Não dá pra lavar a alma com gente insensível por perto. Outra coisa: pessoal do 7 faces também faz eventos para públicos maiores, mas sempre buscando sensibilizar, levando até o público atrações não convencionais, instigantes, fora do eixo. Será que faltou alguma coisa pra dizer? Talvez um muito obrigado. A felicidade é artigo raro hoje em dia e naquela noite, fui feliz!














quarta-feira, 11 de setembro de 2024

381 - A MELHOR NOTÍCIA EM MUITAS DÉCADAS

O leilão do Lote 8B da BR 381 é uma notícia magnífica. Pra quem não acreditava, tá aí a manchete que esperávamos há muitos anos. Escrevo sobre essa odisseia há algumas décadas. Mas foi recentemente que as coisas realmente aceleraram. Sejamos justos. Durante a gestão do Tarcísio de Freitas houve inauguração de vários kms. Mas é importante dizer também que muitas obras importantes, obras de arte demoradas e custosas já haviam sido realizadas nos governos anteriores. Méritos compartilhados. Houve muitos leilões frustrados. Mas o fato do governo assumir os dois lotes mais complicados, garantiu a atratividade e o martelo foi batido. Pra mim, ficou de bom tamanho. O governo soube ouvir as partes e conseguiu garantir o passo adiante. Agora é monitorar o cronograma. 

RODOVIA CLÉSIO GONCALVES.

A forma abnegada com que o monlevadense Clésio Gonçalves trabalha pela duplicação e racionalização da 381 merece uma homenagem. Que tal Rodovia Clésio Gonçalves? Ficaria bacana hein? Esse nome 381 é de amargas lembranças.

SEJAMOS JUSTOS

A duplicação começou no governo Dilma. Teve incremento no governo Bolsonaro e vai ter um salto maior ainda neste governo Lula. Bem republicano, como deve ser. O resto é arenga política, que não constrói nada, muito pelo contrário.

OREMOS

Por enquanto temos licitações feitas, contratos assinados, mas não sabemos sobre prazos. Quando começa? Quando termina? Onde acompanhar a evolução da obra? Só podemos dizer que aconteceu mesmo depois da obra pronta e sa fitinha cortada. Sugiro que inaugurem cada lote duplicado, pois merece comemoração mesmo. E oremos, pois no Brasil a polarização costuma criar problemas e embaraços. Se ninguém atrapalhar e a empreiteira cumprir a sua parte, talvez ainda consiga trafegar em vida pela 381, antiga rodovia da morte.

NÃO OLHE PARA O CLIMA

 

Parodiei o título do filme “NÃO OLHEM PARA CIMA”, um dos mais interessantes dos últimos anos, que de forma metafórica, narra a história do mundo atual, cujos líderes são incapazes de enxergar uma realidade catastrófica que se aproxima, por causa dos interesses imediatos, das estruturas de poder e do sistema. Preferem sacrificar o planeta para salvar os negócios. Mesmo que não haja planeta.

OS SINOS ANUNCIAM

Conheci Dindão há nem sei quanto anos atrás. Eu tinha minha banda de Rock, o Republica dos Anjos e morava numa república de estudantes de Alvinópolis que tinha o mesmo nome. Lembro-me que ele esteve lá para contratar o República para o ROCK PIRA, histórico festival de rock que aconteceu em Rio Piracicaba. Antes havia encontrado com ele em alguns festivais de música. O Jornal que ele fazia, o BOM DIA tinha a cultura como prioridade. Cobriam todos os eventos importantes do Médio Piracicaba. Daí nasceu uma amizade que nunca mais esfriou. Mas faço essa introdução por outro motivo. Pra lembrar que desde aquela época, ele já tinha um forte conteúdo ambiental. Já alertava a gente sobre os perigos do aquecimento global, já fazia reportagens sobre as queimadas que dizimavam as florestas nas épocas de seca e dos famosos piromaníacos, que na época queimavam por diversão ou por manejo ignorante. E começava um trabalho de sensibilização em torno do Rio Piracicaba.

VISIONÁRIO DO MEIO AMBIENTE

Dindão desde sempre tem se dedicado a alertar sua cidade, seu entorno, a região, sobre os perigos do desmatamento desenfreado e da predatória ação humana, destruindo a vida em nome do lucro financeiro e da manutenção do poder. Muitas vezes vi pessoas emitindo opiniões sarcásticas sobre seus alertas. Ele ousou falar em Cidades esponja, um conjunto de ações visando conter a precipitação das águas das chuvas, evitando enchentes e alagamentos. Enquanto isso, cidades evoluídas do planeta vão implantando o projeto com sucesso. Dindão usa de todos os meios disponíveis para difundir os conteúdos ambientais, principalmente na defesa da água e dos ecossistemas. No Jornal BOM DIA ele já fazia isso. Desenvolveu o projeto da EXPEDIÇÃO PELO RIO PIRACICABA, que virou referência nacional e o transformou em palestrante do assunto em diversas conferências sobre a água pelo país. Além disso, lança regularmente o TRIBUNA DO PIRACICABA, a voz do RIO, um jornal ambiental muito bem feito, cujas capas deveriam gerar uma exposição, de tão bonitas e inspiradoras.

O planeta queima, as florestas vão sendo dizimadas, os rios vão secando, as serras vão sendo carcomidas, quando não morrem de tanta mineração e assoreamento. Mas o PINK FLOYD não desiste. Só espero, meu camarada, que não tenhamos de cantar aquele refrão...GOOD BY, BLUE SKY...


domingo, 17 de março de 2024

AS MENINAS VÃO SALVAR O ROCK

Dizem que o rock anda meio capenga, que os garotos de hoje não querem saber de carregar peso, a não ser na academia. Esse negócio de carregar bateria, amplificador, instrumentos...aff. Preferível virar MCS ou dupla sertaneja. Só precisa de uma base gravada no celular, um boné maneiro, cordões de ouro, músculos esculpidos numa academia e muitas...muitas tatuagens. Uma situação dessas deixa a gente sem dormir né? Ah se não fosse as mulheres. Elas vão nos salvar . As meninas insones vão nos salvar. Surgiu em Monlevade uma banda feminina que está dando o que falar. Quem viu ficou chapado com a energia das garotas que não dormem. The Sleepless é sobrevivencia. E o Bom dia foi falar com as meninas que estão abalando deixando os marmanjos no chinelo. Mas vamos a entrevista...


1) - Por que THE SLEEPLESS?

Bárbara - A banda surgiu no aniversário do Daniel Bahia, ele fez um evento para comemorar chamado “Daniel Bahia convida”, em que ele convidou vários alunos e amigos para tocarem no Shine Crazy Rock Bar e resolveu juntar a gente para tocar duas músicas. A partir daí começamos a pensar em nomes para nos apresentarmos na hora do show. Apenas a Sofia e a Rafa se conheciam. Decidimos o nome quase na hora do show e foi pensando em uma das músicas que iríamos tocar, chamada “Zombie”, então escolhemos algo relacionado a “sem dormir”. Algumas vezes cogitamos mudá-lo por ser um pouco complicado de escrever e pronunciar, porém, já havia pegado!

2) - Como vcs definem o som de vcs?

Bárbara - Definimos nosso som como dinâmico e desenvolto. Tocamos sempre com muita energia para agitar o nosso público.

3) - Daniel Bahia tem cara de ser sleepless também. Qual a importância dele pra banda?

Bárbara - Daniel é nosso amigo, mentor e professor, e também faz algumas participações em nossos shows quando nossa baixista não pode estar presente. Sem ele não existiria The Sleepless.

4) - Quais os nomes dos integrantes? Tem equipe?

Aili Rie - guitarrista

Bárbara Soares - Vocalista
Maria Vilasboas - baixista
Rafa Novy - baterista
Sofia Prandini - baterista
Somos privilegiadas, pois temos duas bateristas. Não temos uma equipe.

5) - Vcs tocam apenas covers ou também compõem?

Bárbara - Por enquanto tocamos apenas covers, mas temos a pretenção de criarmos um projeto de músicas autorais.

6) - Vemos muita gente falando que o rock morreu. Será que são as meninas que vão ressuscitar o rock?

Bárbara - Nos nossos shows vemos várias crianças com os pais curtindo e pedindo para tirarem fotos com a gente. Acreditamos que temos alguma influência, juntamente com os pais de trazer o rock para as próximas gerações.

7) - Vcs tem roadies ou são vcs mesmas que carregam seus amplificadores, cases de guitarra e baixo, bateria?

Bárbara - Nossos pais e no caso da Bárbara, o marido, nos ajudam transportando nossos instrumentos, mas também temos cases de guitarra, bateria e baixo para conseguirmos carregar-los mais facilmente.

8) -Vcs são fieis ao rock ou também gostam de outros gêneros?

Bárbara - Nosso principal gênero é rock, mas algumas de nós também curtem outros estilos, como pop, música clássica e MPB.

9) - Como está a agenda da banda? Vcs tem empresário, tem alguém que faz o marketing, como é a THE SLEEPLESS dos negócios?

Bárbara - Este ano estamos com alguns shows já agendados. Não temos uma equipe de marketing ou um empresário. Nós mesmas criamos nossos posts e agendamos nossos shows.

10) - Deixem contatos para quem quiser conhecer o trabalho de vcs e contratá-las também.


Bárbara - Nosso instagram é @thesleepless.band. Lá vocês podem conhecer nosso trabalho e nos contactar para agendar shows!