
sábado, 31 de outubro de 2009
CD - INICIO OU FIM ?

quinta-feira, 22 de outubro de 2009
ALTERNATIVA, GRANDE DIFUSORA DO CENÁRIO...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009
INCUBADORA DE CULTURA
terça-feira, 13 de outubro de 2009
MPBM – MÚSICA POPULAR BRASILEIRA by MONLEVADE

A primeira vez que tive contato com a MPB produzida em Monlevade, foi no festival de música que acontecia no Grêmio. Era uma festa maravilhosa, com ginásio lotado e muita animação em torno daquele estilo musical, que na época era preponderante. Difícil acreditar que houve uma época neste país em que shows de Chico Buarque de Holanda, Milton Nascimento, Gilberto Gil, João Bosco, Beto Guedes, Belchior, Mpb4. Gal, Betânia, entre outros, lotavam estádios e eram executados exaustivamente nas rádios do país e até na TV. Havia um programa de MPB na Globo de grande sucesso. Mas voltando ao festival de música, naquela oportunidade, vim de Alvinópolis participar do festival e aconteceu uma coisa curiosa. Inscrevemos a música “Nós os Loucos”, que havia vencido em Itabira e outra música intitulada “Interior” Logicamente, botávamos mais fé em “Nós os loucos”, pela trajetória vitoriosa, porém a música que ganhou a multidão mesmo e o próprio júri foi “Interior”, que venceu o Festival. Essa vitória foi suficiente para nos aproximarmos da cena local e para que conhecêssemos seus talentos. O povo da cidade só falava em uma cantora local chamada Neide Roberto, que segundo todos, tinha qualidade para ser ídolo nacional. Falavam tanto dela, que fiquei com aquilo na cabeça. Infelizmente, não pude conhecê-la naquela época, o que veio acontecer mais à frente. O Verde Terra, na ocasião da produção de seu disco, fez várias promoções pra angariar fundos e um desses eventos foi um show no clube Alvinopolense, com a presença da Seresta Local e da Neide Roberto. Infelizmente choveu muito e o clube não ficou muito cheio, mas mesmo assim a Diva fez seu show como se houvesse 10.000 pessoas presentes. Uma voz marcante, um repertório só de clássicos e um carisma hipnótico. Justificou plenamente a sua fama de grande dama da música em nossa região. Com o passar do tempo, fui conhecendo novos artistas na cena monlevadense, como Roilson, que faturou alguns festivais com a sua música “Cede seu mel”. Depois, tive a grata surpresa de conhecer Rômulo Rãs, um cantor que desde novo já apresentava uma qualidade acima da média, com um repertório de muito bom gosto, um violão correto e uma voz pra lá de afinada. Em princípio, vi Rômulo nos festivais, de forma ainda tímida, mas com o tempo ele foi encorpando, ganhando carisma e devo confessar que poucas vezes vi um cantor conseguir segurar uma platéia munido apenas com seu violão, as vezes com o auxilio luxuoso de um pandeiro. Rômulo criou um estilo próprio e seus shows eram verdadeiros karaokês coletivos. Muitas vezes ele iniciava uma música e deixava a platéia cantar, apenas acompanhando com seu violão suingado, numa catarse de felicidade e de participação. Era até engraçado. Uma vez um amigo meu de Teófilo Otoni falou uma coisa interessante sobre o show de Rômulo. Ele disse: - Puxa vida. Esse cara tem de receber só uma parte do cachê. Ele só começa as músicas. Quem canta mesmo é a multidão! Mas esse era o segredo. A participação era o diferencial. Depois, fiquei sabendo que o Rômulo é parente da Neide Roberto. Tá explicado! Afinidades genéticas falando alto. Mas continuando a falar da cena local, tenho de citar Chico Franco, um compositor local de fino trato. Chico rodava o estado participando em festivais junto com uma cantora daquelas que enchem uma praça com sua voz potente. Várias vezes nos encontramos numa saudável competitividade. Importante citar também Laércio Silvano, um músico de múltiplos talentos e Mauro Martins, que inclusive chegou a gravar uma música minha, Do outro lado do Espelho. Não sei onde se encontra o Mauro, mas também tem grande qualidade e sentimento no cantar. Antes de falar da cena atual, vou abrir um pequeno parêntese: no Festival do Aço que tive a oportunidade de promover junto com o João Carlos da Rádio Alternativa, havia visto um show de uma banda que considerei muito promissora. O nome da banda era Relicário. Eles faziam um show que misturava MPB com elementos do rock e gostei das experiências que faziam. Mas me chamou atenção mesmo a qualidade do vocalista, dono de uma voz potente, agradável e muito afinada. Gostei também do guitarrista, pela originalidade dos arranjos. Infelizmente, parece que a banda não foi pra frente, mas depois fiquei sabendo que o vocalista fazia dupla com outro cantor de grande qualidade. Não era uma dupla sertaneja, mas uma dupla urbana que tocava principalmente MPB de altíssimo nível. O nome da dupla é “João Roberto e Ronivaldo”.
João Roberto e Ronivaldo
Tive a oportunidade de fazer um pequeno trabalho com eles na gravação da música de aniversário da Rádio Alternativa e pude entender porque eles tem carregado essa fama de nomes do momento. Os dois têm belíssimas vozes e um casamento perfeito de tons. Estão inclusive gravando seu CD que deve sair em breve e para minha alegria, também vão gravar “Do outro lado do espelho”. Outro trabalho de grande qualidade que tive oportunidade de conhecer é do Grupo Ellus, formado na Funcec. As meninas do Ellus tem vozes angelicais, lembrando grupos como Quarteto em Cy ou como as vocalistas que faziam backing para Tom Jobim, enfim, .uma musicalidade que faz muito bem aos espíritos. Quando ouvi as meninas da Ellus cantando, pensei comigo: - Puxa vida! Esse é um grupo que gostaria de produzir. Mas esse barco já tem timoneiro e muito bom. Ah.Importante dizer que o Ronivaldo também toca na Ellus. Esse cara também hein? Tá em todas.
Grupo Ellus - um grupo vocal de alta qualidade.
Não poderia deixar de citar também a cantora Natalia, vocalista da Banda Agá Plus ( foto lá em cima) . Tive a oportunidade de fazer alguns trabalhos com ela e muito me impressionou a sua afinação, seu sentimento e facilidade no cantar. É isso, minha gente. A cena local é muito fértil. Precisa mesmo é de produção para alavancar essas potencialidades. Seja no Rock, na MPB, no sertanejo, Monlevade tem ótimos representantes. Algumas coisas vêm sendo pensadas para gerar palco para essas cenas. Mas isso eu deixarei para próximos artigos. Sobre o Rock Pira, deverá ser realizado no próximo ano. Para o corrente, a maioria das prefeituras não tem disponibilidade de verbas e não existem brechas orçamentárias para bancar mais eventos. De qualquer maneira, não é um projeto cancelado, mas apenas adiado. Enquanto isso, continuaremos tomando outras medidas e adiantando o que for possível, para que na hora que houver uma configuração positiva, possamos realizá-lo.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
ANTIGAMENTE É QUE ERA BOM!

Se tem uma frase que me irritava, era quando alguém mais velho me dizia: - Antigamente é que era bom! E ainda exemplificavam: - As mulheres se vestiam bem, os homens usavam ternos e os caçais dançavam boleros, salsas e salsas, sempre coladinhos. Achava isso de uma caretice sem tamanho. Imagine eu, um rapaz que gostava de usar calças rasgadas, camisas de malha com estampas de rock e tênis, me vendo numa situação daquelas? O cúmulo da cafonice. Pois é! Mas cada tempo tem seu figurino e seus rituais. E pra complicar a confusão, vivemos hoje a era da pós-modernidade, quando o antigo, o novo e o que virá se encontram. Pelo menos aqui em Belo Horizonte, tem vários bares e cursos de dança de salão cheios de meninas, adolescentes, balzaquianas, todas as gerações aprendendo a rodopiar com as danças dos tempos das nossas tataravós. Ao mesmo tempo quem tem essas festas retrô, tem as raves, com música eletrônica, alta tecnologia de luzes e drogas high tech. Tem ainda shows de pagode, de funk, de forró e da (argh!!!) música emo, uma das piores encarnações do rock em minha opinião. Mas aí apita meu sentido de aranha. Cá estou eu com aquela sensação dejavu de que ANTIGAMENTE é QUE ERA BOM. É que fui colonizado musicalmente pelo Yes, Pink Floyd, Led Zepelin, Deep Purple, ACDC,Beatles, Stones, Sex Pistols, The Clash, Genesis, Van Halen, Aerosmith, Nirvana, além dos mestres da MPB, Tom Jobim, Vinicius de Morais, Caetano, Gil, Rita Lee, Milton, Lô Borges, Toninho Horta Raul Seixas. Ah, tem também o pessoal do Rock Brasil, os Titãs, Barão Vermelho, Lobão, Cazuza, Paralamas, Lulu Santos, Legião. Olha que deixei de citar muitos hein? Mas pois é! Com essas referências, fica difícil gostar do conteúdo literário da galera EMO. Por um lado, isso me deixa com um tremendo complexo de estar ficando gagá, de estar perdendo a capacidade de me atualizar, de gostar do que é novo. Mas como sou dialético comigo mesmo, fico pensando e ruminando : será o povo que está preferindo mesmo esse estilo de rock baba romântico ou é a mídia que empurra isso goela abaixo do povo? Muito bem disse a Fernanda Takai do Pato Fú na entrevista que nos concedeu. A internet nos salva da massificação e da esterilidade das rádios sucesso. É só não termos preguiça de pesquisar, de navegar os mares virtuais e caçarmos tesouros musicais. Eu mesmo nos últimos tempos encontrei coisas geniais revirando sites como Myspace, Palco mp3, entre outros. Mais uma vez me vem a cabeça a frase do Titãs que resume tudo: Tudo ao mesmo tempo agora! Hoje temos toda a história da humanidade disponível numa grande nuvem cultural que paira sobre o planeta. Todos os ritmos, todas as etnias, todas as tribos, tudo está disponível. Nesse novo mundo que se descortina, o “antigamente” pode ser o “novo” e o “novo”, muitas vezes imposto pelo imperativo capitalista de lançar sempre produtos novos, pode ser rechaçado por uma nova humanidade emergente, mais seletiva na hora de escolher o que ouve, assiste, veste ou faz, diante de um grande self-service virtual onde cada um se serve apenas do que gosta. Tudo isso que foi falado, também me salva do ANTIGAMENTE É QUE ERA BOM. Todo tempo é bom. Cada um que escolha o fundo musical para sua vida. Finalizando, aproveito para me desculpar por ter levantado o assunto do FESTIVAL ROCK PIRA e por não ter noticias mais concretas para vocês, embora tenha prometido em vários artigos, divulgar as novidades. De qualquer maneira, os sonhos sempre antecedem os feitos. Só que muitas vezes, não dá para concretizá-los com a velocidade desejada. O projeto continua evoluindo sim, mas temos impasses que precisam ser resolvidos antes que possamos divulgar regulamento, premiações e dados mais exatos. Então, pedimos um pouco mais de paciência. O festival de Rock tá meio garrado, como se diz no popular, mas vai sair.