
Uma das provas da jovialidade de João Monlevade está em suas igrejas. Nada de construções coloniais com obras barrocas ou rococó. Tudo novo, arquitetura de linhas retilíneas. Retirando a matriz de São José dos Operários, mais estilosa, um pouco mais tradicional, temos linhas mais próximas das tendências arquitetônicas da metade do século passado. Mas nem por isso, temos um povo menos religioso. Muito pelo contrário. Pelas origens da nossa população, com presença de tantos moradores oriundos das cidades próximas, temos uma forte religiosidade católica. Prova disso foi a Festa do Coração de Jesus em que tive a honra de participar, tocando algumas músicas juntamente com o Julio Sartori, atual secretário de Fazenda do Município. Como não tivemos tempo de ensaiar em função de nossas atribuições, tivemos de listar músicas que sabíamos, tocar algumas juntos e outras em separado. Toquei músicas mais próximas das serenatas e o Julio, canções mais roqueiras. Sinceramente não sei se agradamos, mas pelo menos fomos lá fazer a nossa parte e devolver um ínfimo do que recebemos da providência divina. Mas confesso que o que mais me agradou foi ver a igreja lotada e as missas maravilhosas. A música executada na igreja é uma coisa de chorar de tão bonita. Existe uma cantora com voz de anjo, um cantor com voz de trovão e um coro vocal afinadíssimo. Música celestial mesmo. Tudo acompanhado por orgão e violão executados com extrema correção. Depois, conversando com o amigo Gláucio que também trabalha na Assessoria de Comunicação da Prefeitura, ele me disse que a tradição de cantos corais em Monlevade já vem de anos e me contou a história em rápidas pinceladas. Pensei comigo: - Puxa...precisamos fazer algo à respeito. Vou conversar com o Luciano Roza pra ver se conseguimos abrir espaços para que a música maravilhosa dos corais cheguem até o público. Sim, porque há música feita para o espírito e música feita para o corpo, para os sentimentos mais, digamos assim: físicos. Poderia até terminar a postagem por aqui. Mas falta comentar uma coisa importante. Eu pelo menos, ainda não havia comido tão bem em Monlevade, com todo respeito aos ótimos restaurantes da cidade. Mas os salgados e comidas feitos pelas mulheres da paróquia são, como se diz popularmente "o melhor que tá teno". Além do mais, o ambiente é muito agradável. Minha filha virou a principal cliente da barraca de pescarias e jogo de argola. Eu tive a oportunidade de conversar com muita gente sorridente, pessoas leves após a linda missa que acabavam de assistir, às palavras sempre enlevantes do Padre, enfim. Acabou que fui num dia para tocar e voltei todos os dias seguintes. Ah...antes que me acusem de herege...devo confessar a minha ausência. Minha igreja tem sido qualquer lugar onde esteja, pois não paro de agradecer pela glória da vida, pela filha e pela familia que tenho, pelas oportunidades que me tem sido oferecidas.
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