
Por ser estrangeiro, fica mais fácil tocar num assunto que muitos podem estranhar. No ano quem vem João Monlevade completa 47 anos de emancipação político-administrativa, mas me causa estranheza a utilização da emancipação como ato fundador da cidade. Se formos pensar, a parte fundante da cidade é a historia de Jean Monlevade (foto acima), um visionário francês que fez uma siderurgia no coração do vale do aço, isso em meados de 1818. Tudo o que veio depois é derivação do sonho desse pioneiro. Depois veio outro visionário, Louis Ensch e deu mais um impulso à cidade, por volta de 1947. Temos de admitir: antes da emancipação havia uma arquitetura mais arrojada, mais glamour, mais beleza. Quem frequenta o blog do Marcelo Melo sabe do que estou falando. As fotografias que ele disponibiliza mostram uma Monlevade muito bonita, que foi sofrendo metamorfoses até chegar à configuração atual. O que resta desse patrimônio histórico vem se deteriorando e merece a nossa reflexão (prometo pesquisar junto ao pessoal da Fundação Casa de Cultura para informar aqui no blog). Parece que a geração emancipada não quer cultivar raizes. Gosta de dizer que a cidade é nova e que o que importa é o presente... e o futuro se você for esperto ( e recordar é morrer...) Seguindo essa lógica, quem nasceu antes de 1964 não existe. E o que vem antes são os monlevadossauros, não passam de pré-história.
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