sexta-feira, 27 de setembro de 2019

ENTREVISTA COM GUSTAVO PRANDINI


O Cenários dessa semana traz como entrevistado o ex-prefeito Gustavo Prandini. Embora ele não se declare candidato, seu nome é sempre citado em pesquisas. Gustavo está retornando a Monlevade pela advocacia, onde está remotando seu escritório. Mas é claro que a política acaba aparecendo no radar. Vamos à entrevista.

CENÁRIOS - Vc acaba de anunciar seu novo escritório de advogacia em João Monlevade. Isso significa um retorno definitivo?

GUSTAVO PRANDINI - Definitivo na vida somente a morte, não é? É bom estar de volta à cidade, estar mais próximo da família. E já estou com meu escritório de advocacia na cidade funcionando. Estas escolhas do presente sim, são definitivas.

CENÁRIOS - Vc gosta d e acredita na política como instrumento de transformação. Cogita a possibilidade de um retorno à prefeitura ou a tendência é a câmara?

GUSTAVO PRANDINI - Nenhum dos dois. Meu objetivo atual é atender bem aqueles que me procuram no escritório de advocacia. Há várias formas de contribuir com a comunidade local.

CENÁRIOS - Vc está em qual partido hoje mesmo? Pretende continuar ou cogita mudar de legenda?

GUSTAVO PRANDINI - Hoje não estou em partido nenhum. Aliás, estou há 7 anos sem estar filiado a partido político.

CENÁRIOS - Houve muito tititi em cima de um encontro seu com Carlos Moreira, afinal, vcs eram adversários ferrenhos. Houve boatos até de que vc poderia sair como vice numa chapa com ele ou Simone. Depois veio outro tititi de que vc estaria pleiteando a procuradoria, com apoio do Moreira.  O que existe de real e de boato?

GUSTAVO PRANDINI - Recentemente conversei com Carlos e com a Prefeita. Vejo isso de forma natural, trocar ideias, experiências, superar diferenças. Infelizmente, o país vive um momento em que parcela das pessoas parece optar pelo ódio, ataques pessoais e isso acaba acontecendo em Monlevade também. Sempre teve gente assim, mas agora parece que há uma parcela maior sendo influenciada por este discurso de ódio. Nunca acreditei que este seja o caminho para algo bom. Mas quanto ao que importa, não discutimos candidaturas para o ano que vem, muito menos este cargo da Câmara que vagou recentemente. Se meu nome foi cogitado fico muito grato, não cheguei a ser ouvido sobre o assunto, mas estou certo de que o Pastorini e a Grazieli farão um ótimo trabalho. Como eu já disse antes, acho que todos ex prefeitos e vice prefeitos deviam conversar mais, pelo bem da cidade. Nestas nossas recentes conversas dei até uma sugestão técnica e tive notícia que já há resultado muito positivo para a cidade. Então, fico feliz. Por que eu deveria torcer para dar errado?

CENÁRIOS - O que vc pensa quando vê que projetos como a Linha Azul, Parque do Areão, Memorial do Aço, as ETEs, entre outros ficaram parados, e outros espaços ficaram praticamente abandonados, virando ruína como foi constatado no Estádio Louis Ensch recentemente.

GUSTAVO PRANDINI - Não visitei o estádio recentemente, não posso falar que esteja “em ruína”. Mas li alguns falando do passado. Os eventos que fizemos lá no meu Governo foram sucesso de público, de logística no trânsito e estacionamento, e o gramado foi preservado. Uma comissão que tinha vereador da oposição acompanhou tudo. Mas sempre tem gente pra só torcer contra. No mais, quanto aos projetos que você citou, que deixei prontos ou bem encaminhados, realmente acredito que o melhor caminho seria que tivessem dado andamento.

CENÁRIOS - Vc já foi prefeito e sabe que muitas vezes alguns empréstimos chegam pra salvar a lavoura.. O que acha sobre esses empréstimos que a prefeitura tá pegando agora?

GUSTAVO PRANDINI - Financiamento de obras são coisas normais em qualquer governo, no mundo todo. Aliás, grandes empresas também pegam financiamento para expansões e novos investimentos. O que importa é a questão técnica. As obras propostas são importantes? O Município está dentro do limite de capacidade de endividamento? Os juros são baixos? Os ótimos servidores da prefeitura, a Érica, a Silvana, a Angélica, o Adílson, o Eduardo e tantos outros podem responder isso. Se a resposta for sim, as críticas externas talvez sejam daqueles que torcem contra.

CENÁRIOS - Sobre o trânsito no centro, problema que vem se agravando com os anos. A prefeitura tentou intervenções recentemente que não deram certo. A partir da sua experiência até em um centro maior, como vc lidaria com a situação hoje?

GUSTAVO PRANDINI - Primeiro, não estou certo de sua afirmação de que as intervenções simplesmente não deram certo. Parte delas pode ter dado certo e parte não. Mas eu teria sim, contratado previamente um projeto técnico conceitual, que depois se transformaria num projeto executivo, e por fim viria a execução.

CENÁRIOS - Daqui a pouco entra a temporada das enchentes. Lembro-me que no seu governo fizeram até memes de vc num jetski na enxurrada. O Djalma em sua entrevista abordou o assunto e deu opiniões relevantes. Hoje, como vc trataria do problema?

GUSTAVO PRANDINI - Nos 4 anos do meu governo tivemos o problema extra de mais chuvas do que nestes últimos anos. Fizemos várias obras que resolveram parcialmente o problema. Não há almoço grátis e a solução definitiva para uma cidade encravada entre montanhas como a nossa exige investimentos e concordo com as ações que o Djalma apontou como necessárias.

CENÁRIOS - Esses dias, por causa da reabertura do seu escritório de advocacia, vc está mais em João Monlevade, conversando, se re-conectando com as pessoas. Quais as principais demandas do povo no seu ver. O que o povo reclama e pede?

GUSTAVO PRANDINI - Difícil dizer.  São praticamente 80 mil pessoas. Regiões e bairros diferentes. Sobretudo, situação de vida diferente. Quem está bem empregado, tem sua casa e seu carro, tem uma demanda X perante o Poder Público. Quem está desempregado, paga aluguel, precisa do transporte coletivo tem uma demanda Y. Mas posso dizer que algumas demandas me parecem comuns: cidade limpa e vias públicas bem cuidadas, educação pública de qualidade e funcionamento adequado do Sistema de Saúde, mais lazer e cultura. Por outro lado, penso que precisamos valorizar mais aspectos positivos da cidade. Temos índices de qualidade superior a grande parte das cidades mineiras. Uma família não tem harmonia se ficar somente um irmão criticando o outro. É preciso encarar e tratar os problemas mas valorizando e preservando o que tem de bom. 

CENÁRIOS - Na área da saúde, levando em consideração o que observou em sua gestão e que perduram hoje em dia. Vc tentaria outras soluções para o complexo sistema de saúde pública de Monlevade?

GUSTAVO PRANDINI - Muitas vezes quem mora aqui só percebe o quanto a cidade é boa quando viaja a trabalho ou férias e precisa do serviço público em outra cidade. Já ouvi muita gente falando que viajou no carnaval, teve um problema de saúde e foi pessimamente atendido na cidade onde estava. E aí reconhece que temos problemas, mas que temos muita coisa funcionando bem também. Precisamos sempre melhorar, temos deficiências, mas há alguns serviços funcionando melhor que em cidades muito maiores. E para algumas ideias concretas e viáveis para melhorar o sistema de saúde local eu precisaria de um diagnóstico atualizado.

CENÁRIOS - Há pouco tempo um político da região me falou que Cultura não dá voto e não enche a barriga de ninguém, que não dá voto e portanto não deve ser priorizada. Será que o voto é a única moeda vigente? Não acha que falta mais espaço para a fruição da arte e da cultura?

GUSTAVO PRANDINI - Minhas ações quando Prefeito falam por mim sobre o que penso da Cultura e Lazer. Mais que duplicamos nossa pontuação no ICMS cultural. Promovemos concursos literários e fotográficos e produzimos publicações com as obras. Realizamos o FESTIAÇO (festival da canção), com artistas de vários cantos do país. Tivemos o FESTIVAL DE ARTES CÊNICAS, que movimentou a cidade e promoveu oficinas para os artistas locais, semente para alguns grupos de teatro que existem hoje na cidade. Em todas as festas da cidade promovidas pela Prefeitura, absolutamente todas, garantimos participação dos artistas locais na programação , além de termos lançado o projeto Mais que Rock para bandas e artistas da cidade, valorizando todos os segmentos. Semana passada mesmo o Adriano da banda Concreto me falou como foi bacana a oportunidade de terem feito um show na Praça do Povo durante meu governo. Resgatamos o carnaval de rua com PRÉ-FOLIA e seus blocos, a cada ano maior, compostos pelos grupos de terceira idade , pelos universitários e tantos outros. Encantamos a cidade, resgatando o espírito natalino com os enfeites da Natal nas praças públicas. Estimulamos e apoiamos lançamento de livros de autores monlevadenses, como o Jairo, o Ventania e outros. Realizamos projetos ousados e pioneiros como a gravação do CD “Cenas da Periferia”, com de músicas de funk, rap e hip hop de artistas da cidade.  A Fundação Casa de Cultura recebeu sede própria, deixando e pagar aluguel e de trocar de lugar. Investimos nas Guardas de Marujo e Congado. Promovemos a Primeira Conferência Municipal de Cultura. Paro aqui, mas teve mais.

CENÁRIOS - Pra você, quais são as palavras do futuro: esperança, austeridade ou as duas?

GUSTAVO PRANDINI - Quem sou eu para saber as palavras do futuro. Você falou esperança e austeridade. Não vejo nenhum conflito entre as duas. Mas veja, esperança vem de “esperar”. Ao invés de esperar,  acho é que temos que fazer nossas escolhas e agir no presente. O Brasil vive um período de retrocessos, Monlevade pode ser um espaço de resistência, de liberdade, de luta, mas com diálogo e união, com valores que agregam ao invés de dividir as pessoas. A união em torno de coisas simples pode trazer evoluções e melhorias surpreendentes

MÚSICA ALÉM DAS MONTANHAS

Neste sábado, dois trabalhos dos mais promissores de Monlevade nos últimos anos, estarão na REDE MINAS no programa COLETÂNEA,  programa de TV transmitido para todo o estado.

BONAPART

As músicas da banda monlevadense chamaram a atenção da equipe da Rede Minas. Nosso estado sempre revelou ótimas bandas e o BONAPART pode ser a bola da vez. Aparecer em um programa de audiência estadual será muito importante. Ainda mais que o programa tem grande audiência na capital.



DAN & DUCA

A dupla monlevadense também conquistou o pessoal da TV MINAS pela qualidade. A belíssima canção CANÁRIO CANTA também vai ecoar por todo o estado. O clipe da dupla, conquista, pela bela música e traz imagens maravilhosas, orgânicas tudo tecido com muito cuidado. A dupla já está preparando novas músicas autorais pra lançar no mercado e está agendando shows nos melhores espaços.


REDE MINAS DE COMUNICAÇÃO.

A REDE MINAS é a maior rede de tv genuinamente mineira. Sua programação é eclética, com foco principalmente em cultura. Seus programas tem grande credibilidade junto ao público e formadores de opinião. O programa Coletânea é um dos grandes sucessos da grade da emissora, exibindo os clips dos artistas emergentes e dos consagrados também. Dessa vez será um especial sobre Música Independente. A TV Rede Minas tem um alcance incrível. Chega por canal aberto a quase todo o território mineiro, que tem cerca de 21 milhões de habitantes. É sintonizada na maioria das cidades mineiras, seja através de retransmissoras ou afiliadas.

RAMON E RAFAEL, SUCESSO NO THE VOICE BRASIL.

A dupla, Ramon e Rafael, da cidade de São Gonçalo do Rio Abaixo, está muito bem no THE VOICE BRASIL e conseguindo grande destaque de mídia, a exemplo do que aconteceu há pouco tempo com  o itabirano Jésus Henrique, que também fez muito sucesso. Isso prova que o DNA musical da região é muito forte. Viva a música do Mediopira.  
FESTIVAL DA MÚSICA EM ALVINÓPOLIS

A comunidade artística recebeu com alegria a notícia de que o tradicional festival da música da cidade será preservado. 

ÍNDIO DO FORRÓ, O ARTISTA MAIS VALENTE DA REGIÃO

Ele encara qualquer platéia, qualquer lugar, toca na roça, na cidade, conhece as zonas rurais de todas as cidades do mediopiracicaba. Ele não precisa de banda. Vai ele sozinho com seu teclado e faz um baile, só ele e seu teclado. Toca enquanto  tiver gente forrozando. Canta muito bem. Tem uma mão direita rápida no teclado. Ele mesmo divulga seus shows na internet e dá moral pros eventos. Tem uma música que faz sucesso na voz dele que é a SAMARA. Ele é Indio do Forró. Um indio monlevadense arretado.


sábado, 21 de setembro de 2019

ENTREVISTA COM DJALMA BASTOS


Entrevista com Djalma Bastos, pré-candidato a prefeito de João Monlevade pelo PSD. Djalma é conhecido pelo espírito prático, empresário bem sucedido, secretário de governo em diversas administrações, ex presidente da câmara, hoje vereador, acumula experiência e credibilidade e tem bom trânsito em todos os segmentos políticos. Mas vamos à entrevista.

CENÁRIOS - O que vc sonha para João Monlevade?

DJALMA BASTOS - Eu sonho o melhor pra cidade. Eu sou nascido e criado em João Monlevade. Tem praticamente 57 anos que estou aqui estabilizado na cidade e a gente sonha com uma cidade altamente sustentável com foco na educação, na saúde, uma cidade muito bem administrada, bem gerida, bem equilibrada economicamente

CENÁRIOS - Qual seria a primeira coisa que vc faria caso fosse eleito?

DJALMA BASTOS - Eu acredito que dentro de um projeto pra buscar uma cidade melhor, nós precisamos de um  plano diretor. O plano diretor ajuda uma administração a definir seu futuro. João Monlevade tem mais de 20 anos que não atualiza o seu plano diretor. Precisamos atualizá-lo. O município tem apenas 100 km2 de extensão, é uma cidade territorialmente pequena e precisamos dar um norte para os investimentos.

CENÁRIOS - Quais seriam os principais eixos em uma gestão DJALMA BASTOS?

DJALMA BASTOS - Tendo o plano diretor, melhoraria a expansão da cidade, incrementando nossos eixos comercial e industrial. Precisamos investir no pequeno empresário, no pequeno empreendedor, que é muito criativo e produtivo. Nós temos 14 cidades no nosso raio de influência que utilizam do nosso comércio e setor de serviços. Até Itabira, uma cidade maior, 10% da população compra do nosso comércio. Isso é muito bom. Precisamos valorizar e entender que isso é grande. Precisamos abrir o mercado, melhorar a mobilidade. E aí vem a saúde, educação. Hoje somos polo educacional com 3 universidades. Temos condições de crescer muito. Mas pra isso, precisamos passar pelo plano diretor.

CENÁRIOS - Vc tem a experiência de ter passado por diversas administrações. O que faria por exemplo com a questão das recorrentes enchentes que assolam a cidade na época de chuva?

DJALMA BASTOS - Na verdade a nossa cidade tem dificuldades por causa da topografia. Asfaltamos todos os bairros então o escoamento da água é muito rápido. Mais do que nunca, precisamos revegetar as cabeceiras e investir em pequenas barraginhas. Esse encontro da Wilson Alvarenga, com a Getulio Vargas, com a Castelo Branco e Rodrigues Alves que desce é muito apertado. Precisamos melhorar muito essa drenagem e contenção. Lá embaixo na saída do canal, melhorar o escoamento da água. Temos de quebrar também essa questão da Rua do Andrade , da Rua Floresta, na antiga ESCON, da água entrar em T no Canal. Isso é um risco enorme e causa um colapso do sistema e muitos alagamentos. Volta a água. Precisamos fazer com que a água entre em Y no Canal. Acho que com essas ações dá pra minorar muito os problemas.

CENÁRIOS - A questão da saúde tem sido um problema que a cidade não consegue resolver. O sistema não dá conta da demanda, que recebe pessoas de outras cidades e que vem recebendo soluções paliativas e custosas há tempos. O que vc faria para racionalizar e encontrar uma solução duradoura?

DJALMA BASTOS - Precisamos aumentar o PSF, aumentar o trabalho na saúde preventiva e melhorar o atendimento nos postos de saúde. Tem também boa parte da demanda da BR 381, que é do SUS, mas que também absorvemos. Precisamos melhorar o hospital para que se torne realmente um hospital de grande porte. E propor as cidades vizinhas de fazermos um consórcio de forma a atendermos todo mundo de forma racional, tudo centralizado em Monlevade, mas sem criar um gargalo que só Monlevade absorve. Precisamos oferecer melhores condições tanto para as populações das cidades vizinhas como de João Monlevade.

CENÁRIOS - Sua esposa é a atual secretária de meio ambiente, cargo que exerce com muito amor e dedicação. Um governo Djalma teria um forte viés ambiental?

DJALMA BASTOS - Essa área pra mim tem importância fundamental. Durante o tempo que fui presidente da câmara...não só nesse mandato, mas também em 1999, criei o projeto ECOS. Trabalhamos revitalizando todas as nascentes, criamos uma patrulha ambiental e fizemos um trabalho maravilhoso, com a parceria da ARCELOR MITTAL, do GRAAL, outras empresas e da própria prefeitura, quando tínhamos 4 pessoas remuneradas pra realizar esses trabalhos e teve um resultado maravilhoso. 
Quando eu estava na presidência da câmara, criamos o projeto BROTOS DA VIDA, um projeto de ótimo resultado feito em parceria com a UEMG e estudantes. Com esse projeto proporcionávamos estágios remunerados para os alunos que faziam um importante trabalho de conscientização, recuperação de nascentes e outras ações. Infelizmente esse projeto está meio parado, mas enfim, cada um administra segundo seus pontos de vista. Com relação as principais demandas da cidade, precisamos terminar o tratamento do esgoto. Nós captamos água no rio Santa Bárbara e entregamos suja no Rio Piracicaba que acaba encontrando com o Rio Doce. Precisamos conscientizar as pessoas,  criar coleta seletiva, com 100% do lixo tratado. A questão ambiental é muito importante não só pelo fato da minha esposa estar na secretaria.  Precisamos investir maciçamente pra salvar não só nossas futuras gerações mas o planeta como um todo.

CENÁRIOS - Um dos principais problemas hoje da cidade é emprego. Principalmente os jovens precisam de trabalho para seguir suas vidas. O que vc faria para gerar emprego e renda na cidade?

DJALMA BASTOS - Nessa área nós estamos até bem. Temos um eixo comercial e empresarial forte, mas precisamos trabalhar a cada dia para que haja mais oportunidades, para que o nosso jovem no futuro possa ser alguém. Vamos fomentar ainda mais esse mercado. Vamos aproveitar a mão de obra universitária e técnica que temos aqui. Precisamos dar oportunidade a toda a nossa juventude.

CENÁRIOS - Vc que é um homem prático. Como vê a questão do trânsito no centro? O que vc faria para dar uma melhorada? Tem solução?

DJALMA BASTOS - Tem solução sim. Precisa contratar profissionais competentes, fazer um levantamento. Precisa investir na mobilidade urbana. Não só no centro, mas em outros corredores, Armando Fajardo, Alberto Lima. Tudo precisa ser trabalhado.

CENÁRIOS - Você extinguiria alguma secretaria? Faria alguma fusão? Tentaria enxugar a máquina?

DJALMA BASTOS - Precisamos melhorar muito o nosso setor público e isso passa pelo ajuste da máquina e pela qualificação dos nossos servidores. Mais importante mesmo é a prefeitura entregue o que a população precisa, com eficiência e sem gastos desnecessários.

CENÁRIOS - Vc hoje faz parte do leque de apoios do atual governo. Tem problemas em criticar o que vem sendo feito ou seu governo será uma espécie de continuidade? O que vc faria diferente do que vem sendo feito?

DJALMA BASTOS - Eu não tenho dificuldades com o governo. A partir do momento que a gente assume um cargo público tem de saber ouvir críticas. Quem assume um cargo público tem de estar preparado pra isso. Tem muitos acertos, tem muito erro. A gente vem discutindo. Acho que o atual governo tem de ouvir um pouco mais. As vezes não ouve.

CENÁRIOS - Muita gente acha que na hora da verdade, teremos apenas duas, no máximo 3 coligações na disputa. O  seu partido o PSD fez parte do leque de apoios da SIMONE. Ser candidato a vice também está no radar?

DJALMA BASTOS - Hoje sou vereador e gosto da política. Eu não pretendo mais ser candidato a vereador. Eu acho que essa discussão tá começando agora. Estamos no momento em que as coisas começam a se definir. Temos de aguardar um posicionamento do governo. Eu já fui vice duas vezes e não fui feliz. Agora, com apoio da executiva, colocamos nosso nome e estamos ai para somar e multiplicar. Que venha o melhor pra cidade.

CENÁRIOS - Como vc vê o abandono do distrito industrial e de espaços como o Estádio Louis Ench, a Escola Santana e o parque o areão. Nada foi pra frente e ainda teve a interrupção da construção do Memorial do aço, que pode virar canil municipal. Não considera uma cachorrada com a cultura do município?

DJALMA BASTOS - O distrito industrial realmente tá meio abandonado e precisa melhorar. Precisa de muita coragem e investimentos. Com relação ao Estádio Louis Ench, eu faria algo diferente. Negociaria com a ARCELOR que tá precisando de espaço e negociaria um novo local para fazer uma nova arena, pensando na expansão da cidade.  Com relação a escola Santana, é um prédio de arquitetura maravilhosa de Yaro Burian, de 1944. O município precisa rever essa situação e ocupar aquele espaço e pensar o que se fazer ali. O Areão também eu discordo de levar o canil pra lá. Eu não faria. Podemos fazer ali um espaço verde, algo muito positivo pra cidade.

CENÁRIOS-Ideologicamente vc se enxerga no campo da direita ou da esquerda?

DJALMA BASTOS - Eu acho difícil discutir direita e esquerda. Eu acho que o povo tá acreditando naqueles que falam a verdade. Eu acho que me identifico com o centro. Trabalhei tanto com PT como com o PSDB mas acho que a verdade tem de ir na frente.

CENÁRIOS - O que vc pensa sobre os empréstimos que a prefeitura tem contraído. Primeiro o de 3 milhões e agora outro de 14 milhões.

DJALMA BASTOS - Eu sou a favor, pois a cidade precisa. Parte desse recurso será utilizado para execução de obras de infra-estrutura, ou seja urbanização viária e todo o sistema para o SION. É um loteamento que desde 1974 está irregular, mas vai ser totalmente regularizado agora. 7 milhões e oitocentos serão para isso. E terá 48 meses de carência. Só com os loteamentos e com os investimentos que os moradores vão fazer, vai pagar isso e talvez até antes, em 2 anos e meio mais ou menos. O restante é para UBS, revitalização de quadras, adequação dos passeios da Getulio Vargas, enfim, recursos para obras fundamentais. João Monlevade tem capacidade pra pegar esse empréstimo. O negócio é aplicar bem esse dinheiro. A polêmica vem da política. Eu já vejo da seguinte forma. O município perdeu boa parte da arrecadação do ICMS que o estado não vem cumprindo. Esses empréstimos irão compensar um pouco essa perda e nos possibilitar fazer algumas coisas importantes. A cidade tem de ter é crédito e capacidade de endividamento e Monlevade tem. Vai ser tudo pela caixa, com juros mais baixos e entendemos que vale à pena. A questão é política. Mas é normal. Faz parte do jogo. Mas em termos práticos, não vejo dificuldade nenhuma. É tocar a bola pra frente. Para que tenham uma ideia, Itabira pegou 60 milhões, Ipatinga pegou 120 milhões. Alvinópolis pegou 3 milhões..

CENÁRIOS - Vc colaborou na época do governo Prandini, foi secretário, depois foi vereador, presidente da câmara, hoje vereador e continua colaborando com a cidade sempre que convocado. Acha que é possível a política do entendimento? Vc mantém um bom diálogo com todo mundo?

DJALMA BASTOS - Graças a Deus sim. A política do entendimento é onde ganham todos. Como diz São Francisco, precisamos entender para sermos entendidos. Eu sou uma pessoa fácil de trabalhar e acredito que precisamos trabalhar com esse forma de entendimento. Manter o diálogo a todo custo.

CENÁRIOS - Sendo eleito, qual o principal legado vc pretende deixar para Monlevade?

DJALMA BASTOS - Quero deixar uma cidade ambientalmente maravilhosa, com todos bolsões verdes, praças bonitas, bem organizadas, campos de futebol, tratamento de esgoto perfeito, bem encaminhado, revitalização dos nossos cinturões verdes na Serra do Macaco, Serra do Andrade, Serra do Seara,  Campo de aviação, que possamos recuperar tudo isso. Investimento em educação, onde todos possam se encaminhar...e também fazer um governo interativo, uma prefeitura bem aberta. O povo ajudando a administrar o município.

sábado, 14 de setembro de 2019

POR QUE OS POLÍTICOS DETESTAM OS INTELECTUAIS?


Se eu fosse político, a primeira coisa que iria fazer é me cercar de notáveis. Iria governar com os intelectuais, com os visionários, com os professores e artistas. Mas nossos políticos preferem se aconselhar com os puxa-sacos que só dizem amém e se dedicam a elogiar o ego dos nossos “odoricos”. Talvez Juscelino Kubitschek tenha sido um dos poucos que se cercou de notáveis, seja da literatura, da música ou da arquitetura.

FHC foi outro fora da curva. Mas por ser esse um dos seus principais atributos e pela sanha oposicionista em destruir reputações, intelectual virou xingamento, sinônimo de pedante, arrogante e inapto para coisas práticas. Tornou-se convenção o elogio à ignorância como valor essencial. Lula tornou-se um paradigma. Para que estudar, para que intelectualidade se um torneiro mecânico com pouquíssima instrução pode chegar ao poder?
Os petistas também não morrem de amores pelos intelectuais. A não ser por aqueles que dão sustentação ao ideário, como Paulo Freire, Frei Beto e Leonardo Boff. Mas intelectualidade com lado? Intelectualidade míope? A história se repete com Bolsonaro. Ele é um brasileiro de baixa intelectualidade, um ex-militar que abraçou a bandeira do conservadorismo e que chegou ao poder por que o povo queria se ver livre do PT, cujo governo já estava desgastado e sem rumo e por que o povo desejava botar um freio na delinquência e na baixa moralidade vigentes.
Mas o governo Bolsonaro também parece não gostar muito dos intelectuais. A não ser do guru, Olavo de Carvalho com suas excentricidades e teorias retrógradas. O governo Bolsonaro infelizmente também sofre de miopia e acha que todos os intelectuais são libertinos e comunistas. E também acha que os artistas são inimigos esquerdistas que dependem da Lei Rouanet. Alguém precisava avisar pra ele que nem todos os artistas são esquerdistas.
Em nível estadual também temos hoje um governo que tenta ser pragmático e botar a casa em ordem. E onde existe pragmatismo não tem lugar pros intelectuais, esses chatões que pensam demais, ousam questionar os "companheiros" e propõem pautas inconvenientes, que não interessam à política eleitoral.
E quando trazemos essa reflexão para realidade das nossas cidades a situação fica ainda pior. Assuntos como literatura, teatro, arte, filosofia, cultura e patrimônio histórico provocam bocejos. Nossos governantes pisam sobre a história sem culpa, nada fazem para a fruição da produção artístico cultural e acreditam piamente que estão certos, que a única coisa que importa é asfalto, concreto e mata-burro (onde correm o risco de cometer suicídio). Qual é o prefeito da região que abre espaço, dialoga, ouve e se cerca dos intelectuais locais? As mentes pensantes têm espaço nos governos das prefeituras do Médio Piracicaba? Há pouco tempo um assessor de prefeito me disse o seguinte: "Martino, eu acho legal a sua luta, mas cultura não dá voto e não enche barriga. O povo quer é festa. O povo não quer cultura".

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

ENTREVISTA COM GUIILHERME NASSER

Guilherme Nasser 
O Cenários hoje foi ouvir outro possível candidato a prefeito de João Monlevade, Guilherme Nasser. Guilherme é vereador à diversos mandatos e é citado em diversas pesquisas. Ele amadureceu bastante nos últimos anos e vem se preparando, trabalhando muito junto as comunidades. Tem tido uma postura crítica com relação ao governo e depois de anos ligado aos grupos dos Torres e dos Moreira, parece trilhar hoje um caminho próprio, independente. Mas vamos à entrevista...

CENÁRIOS - O que vc sonha para João Monlevade? O que vc acha que precisa ser feito para que a cidade dê um salto de desenvolvimento?

Guilherme Nasser - Nossa cidade é referência em na região. Prova disso é o grande número de cidadãos dos municípios vizinhos que aqui vem para realizar compras, contratar serviços, realizar consultas, gerando renda aqui. Minha determinação ou sono é que nossa cidade assuma esse papel protagonista, melhore sua infraestrutura, modernize a sua máquina administrativa e, sobretudo, que deixemos questões partidárias ou pessoais de lado em favor no melhor para a cidade como um todo. João Monlevade precisa de uma gestão baseada em progresso e desenvolvimento, não em manutenção de poder e comando. O desenvolvimento deve ser contínuo, independente de quem esteja à frente da Prefeitura. É necessária uma aliança pelo bem da cidade, não definida por partidarismo ou grupos.

CENÁRIOS - Vc ultimamente tem sido mais independente, mais crítico com relação aos atos de governo. Essas desavenças significam ruptura ou são questões pontuais?

Em campanha...
Guilherme Nasser - Sinceramente, de minha parte não há desavenças com quem quer que seja. A questão é que o meu compromisso maior é com a população como um todo. Tenho claro que o que está errado precisa ser denunciado, destacado, da mesma forma que o que está bom precisa ser elogiado. Não posso mudar meu discurso ou minha postura pensando em partidos ou grupos. Nossa cidade é muito maior que isso. E outra: como vamos melhorar se fingirmos que está tudo bem? A crítica tem esse papel de apontar caminhos, permitir a análise e correção de falhas. Todos podemos melhorar, independentemente de onde estejamos. Não penso nisso de grupo A ou B, precisamos pensar no que é realmente melhor para cidade e as pessoas que nela estão.

CENÁRIOS - Vc sempre foi muito ligado à família Torres. A amizade perdura? Pode ser que seja candidato com apoio do Mauri e dos filhos?

Guilherme Nasser - Minha amizade com a família Torres veio antes da política e se mantém independente dela. O respeito que tenho por eles e pelo que fizeram e fazem por Monlevade e região é imutável. Se terei o apoio da família Torres ou não, creio que ela é quem deve dizer. Mas sei que, independente disso, nós sempre vamos buscar e trabalhar pelo que acreditamos ser o melhor para a nossa população, quer seja caminhando juntos ou não. Não seremos jamais oposição à Monlevade.

CENÁRIOS - Houve notícias de vc esteve conversando com o pessoal do PSL.Cogita a ida para outro partido ou a tendência é de ficar no PSDB mesmo?

Esse é o verdadeiro partido do Guilherme. 
Guilherme Nasser - Fiquei muito honrado com o convite formalmente feito pelo PSL, e eles tem tido uma participação política cada vez mais atuante. Sobre o PSDB, a julgar até mesmo pelas recentes declarações de algumas de suas lideranças, não posso negar que a saída dessa legenda seja uma possibilidade. Mas, claro, observando os prazos e limites da lei eleitoral. 

CENÁRIOS - Qual a leitura vc faz do cenário? Acha que teremos muitos candidatos ou acha que no final vai afunilar e ficarão apenas 2 grupões disputando a prefeitura?

Guilherme Nasser - Penso ser muito cedo ainda para esse tipo de análise. Há muita coisa para acontecer até as eleições do ano que vem. O que temos observado até aqui, de fato, é que há muitos possíveis candidatos manifestando essa intenção. Isso leva a acreditar que não ficaríamos restritos a apenas dois grupos, mas, como disse, muita coisa ainda pode acontecer. Ainda é um cenário aberto.

CENÁRIOS - Com relação à polêmica sobre o trânsito no centro da cidade. Houve muitas críticas e procedentes, pois não se pode usar dinheiro público pra ficar fazendo experiências. Mas a cidade já convive com problemas de trânsito há anos e pelo menos até hoje não conseguiu resolver. Não tá faltando diagnóstico e receita? Por que esse problema se prolonga tanto?

Guilherme Nasser - Trânsito não é achismo. É técnica, é projeto, é ciência. Não dá para aceitar amadorismo numa questão como essa. A quantidade de veículos que temos na cidade é crescente. Além disso, Monlevade é polo comercial na região, o que faz com que muitos venham à cidade para realizar suas compras. Isso tumultua ainda mais o vai e vem de motoristas e pedestres. Boa intenção não muda realidade e nem traz solução. Projeto e conhecimento sim. Em Santa Bárbara, por exemplo, eles desenvolvem um projeto de mobilidade urbana coordenado por professor do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da Escola de Engenharia da UFMG. Tomemos isso como exemplo. É preciso foco em progresso, não em amadorismo.
Caminhando e ouvindo as pessoas...

CENÁRIOS - Vc tem caminhado com seu projeto GABINETE ITINERANTE e conversado olho-no-olho com os cidadãos. Pela sua percepção: quais são as principais demandas do povo hoje?

Guilherme Nasser - O gabinete itinerante tem sido, de fato, uma oportunidade muito rica de conhecer melhor as demandas da população. E o que percebo é que as pessoas estão cada vez mais politizadas, mas as reivindicações principais passam por questões básicas. A mais destacada delas, sem dúvida, é o atendimento na área de saúde. E é, realmente, uma questão muito cara. A pessoa que está doente, sentindo dor, precisando de algum procedimento médico, precisa ter o atendimento o mais humanizado e rápido possível. São questões que, por mais crescente que esteja a demanda, precisa de uma resposta satisfatória do poder público. E hoje, por exemplo, temos o Posto do Industrial fechado, o Centro de Referência em Saúde Bucal (Cresb) fechado, o antigo PA fechado. Situação muito complicada.
Também são demandas recorrentes a questão da iluminação pública, a necessidade de mais horários e linhas de ônibus do transporte coletivo urbano,  a limpeza urbana, entre outros pontos.
Tenho ouvido muita cobrança também por um estreitamente no diálogo da Prefeitura com a população. Muitas medidas têm sido adotadas sem consultar o povo, sem que se verifique realmente qual é a sua necessidade, o que tem gerado muita insatisfação.

CENÁRIOS - Por que não foi adiante um interessante projeto que vc divulgou de levar cultura aos quatro cantos do município? Não acha que tá faltando o município criar alternativas para fruição da produção cultural da cidade, que é imensa?

Guilherme Nasser - Concordo inteiramente com você. A questão cultural é muito importante em qualquer sociedade e o Poder Público precisa cumprir o seu papel, o que busquei fazer, entre outras medidas, com o projeto que você mencionou. A não execução desse projeto até o momento foi uma decisão da Prefeitura. Enquanto vereador não tenho a possibilidade de eu mesmo realizar isso. Quem tem o poder de executar as propostas é quem está a frente do governo.

CENÁRIOS - Você tem boas opções pela frente. Se for candidato a vereador, tem suas bases e vem trabalhando no dia-a-dia. Se for candidato a prefeito acredita numa terceira via ou acha que só é possível pelos grupos tradicionais.

Guilherme Nasser - Acredito que essas questões sempre serão consequência do trabalho que se realiza. Hoje tenho a honra de exercer o mandato de vereador, algo que seguirei com bastante empenho até o último segundo do mandato. Qualquer construção de candidatura, seja para prefeito, vice ou vereador, não deve ser pensamento de uma pessoa de maneira isolada, mas uma construção coletiva. O momento não nos permite firmar grandes certezas sore o ano que vem, mas penso ser viável, sim, a construção de outas vias além das tradicionalmente conhecidas.

CENÁRIOS - Se for eleito prefeito de Monlevade, quais serão suas ações emergenciais?

Guilherme Nasser - Pensando na realidade atual, não tenho dúvida que a questão mais urgente a ser resolvida em nossa cidade é a adoção de um modelo diferente de gestão, daquele adotado até aqui, que priorize mais as pessoas, que seja mais participativa e que tenha por prioridade as demandas básicas da população.  Precisamos colocar a casa em ordem e otimizar os recursos. Estruturar o Governo para que os serviços básicos sejam bem feitos e fazer um planejamento financeiro e estudo de parcerias para capitalização de verba junto às esferas estadual e federal, e até mesmo junto à iniciativa privada.

CENÁRIOS - Como vc vê a questão daquele prédio abandonado da Escola Santana. O município, através da secretaria da educaçao, não poderia tomar alguma atitude no sentido de restaurar e integrar aquele prédio à municipalidade? E com relação ao Estádio Louis Ench? Não anda abandonado e pouco utilizado? Não caberia ocupar o espaço com escolinha de futebol e com ações da secretaria de esportes?

Guilherme Nasser - Essa questão do prédio da Escola Santana tem nos preocupado muito e há bastante tempo. Aquele imóvel pertence ao governo do Estado. Mas, claro, é possível sim que sejam adotadas providências por parte do município. Apesar de ser do governo estadual, o imóvel está situado em nosso município e deve seguir as regras locais. Não pode continuar como está. Aliás, tenho defendido que se discuta com o governo Estadual formas para que a posse desse bem seja transferida ao município.
Sobre o estádio Louis Ensch, está claro que deixou de ser uma prioridade para a Prefeitura. Muito mais que a recuperação do gramado, que a Prefeitura afirma estar fazendo, é preciso ainda reformar a estrutura dos vestiários, banheiros e arquibancadas. Só que pra isso é preciso projeto, planejamento, cronograma de execução e de uso do estádio. É triste ver que um local que já foi palco do nosso Monlevade Esporte Clube, e que já recebeu figuras ilustres do esporte nacional, hoje não passa de muros cercando uma estrutura deteriorada e gramado esburacado.

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

TODOS OS ARTISTAS SÃO MARGINAIS


Conheça a história dessa foto no final do texto.
Calma. Não estou dizendo que os artistas são bandidos ou contraventores, mas que vivem à margem. Já ouvi da boca de alguns empresários : "Artista é vagabundo. Não gosta de trabalhar". Aquilo me doeu. O oficio da arte foge aos padrões do trabalho formal, de bater ponto e trabalhar 8 horas por dia. O artista precisa se inspirar. Ninguém precisa de inspiração pra apertar botões numa fábrica, pra tornear uma peça de aço. E tem outra:  geralmente o artista trabalha exatamente na hora em que a maioria está descansando. Mas artista é vagabundo. Não gosta de trabalhar. Ele precisa ensaiar, se preparar, divulgar, dar manutenção nos instrumentos, motivar os companheiros,  pensar em uma monte de coisas. Mas tem aqueles que também passam horas trabalhando em uma fábrica, em um supermercado, em uma firma e quando chega  sábado à noite vão se divertir num barzinho, num show ou num baile. E vai ter sempre um artista tocando. E vai ter uma equipe grande trabalhando. Fazer arte dá e gera trabalho e renda para muita gente. Mas poucos enxergam isso. Artista é vagabundo. Não gosta de trabalhar. Nascer com dom para alguma arte, por um lado é benção, por outro é maldição. Os artistas sofrem preconceitos desde sempre. Artista é viado, vagabundo e não gosta de trabalhar. Num mundo utilitário, a arte tem um papel de adorno, ofício supérfluo, dispensável, não prioritário. A arte é necessária pra que haja uma música de fundo, seja para uma cerimônia de casamento, para uma recepção, para solenidades Mas artista é vagabundo. Não gosta de trabalhar. Profissão é dentista, advogado, engenheiro, médico, empresário. Ofícios práticos valorizados pelo mercado. Já o Artista é vagabundo. Não gosta de trabalhar. E olha que estou me atendo a música. Tem muita gente que ganha muito dinheiro com música pop comercial, popular, na média do pensamento comum. Esse pessoal trabalha pra caramba. Mas isso não é arte, mas marketing. Artista é vagabundo, não gosta de trabalhar. E olhem que estou falando só da música, parte que domino um pouco. Mas tem a poesia, a pintura, a dança, o teatro, o circo, o cinema. Movimentam um mercado milionário. Provavelmente a arte é o principal produto de exportação de cidades como Paris ou Barcelona. Mas artista é vagabundo. Não gosta de trabalhar. A arte ilumina, denuncia, desvela a ganância, a sujeira  do mundo. Mas quem quer saber disso? Pra que jogar luzes nas trevas? Pra que revelar os vampiros escondidos, sugando quietinhos de canudinho? Pra que refletir? Pra que pensar? Melhor obedecer cegamente, trabalhar, produzir, consumir, morrer em vida. E se possível, não andar com artistas. Artista é vagabundo. Não gosta de trabalhar...

Sobre a foto

Instrumentos musicais no lugar de armas. A ideia de resignificar a favela levou o fotógrafo Anderson Valentim a criar um ensaio em que crianças e adolescentes com o rosto coberto empunham trombonesguitarras e trompetes no lugar de fuzis e metralhadoras. As fotos compõem o projeto "Favelagrafia" que promove uma visão “de dentro para fora” sobre nove comunidades do Rio de Janeiro.