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Guilherme Nasser |
O Cenários hoje foi ouvir outro possível candidato a prefeito
de João Monlevade, Guilherme Nasser. Guilherme é vereador à diversos mandatos e
é citado em diversas pesquisas. Ele amadureceu bastante nos últimos anos e vem se
preparando, trabalhando muito junto as comunidades. Tem tido uma postura
crítica com relação ao governo e depois de anos ligado aos grupos dos Torres e
dos Moreira, parece trilhar hoje um caminho próprio, independente. Mas vamos à
entrevista...
CENÁRIOS - O que vc sonha para João Monlevade? O que vc acha
que precisa ser feito para que a cidade dê um salto de desenvolvimento?
Guilherme Nasser - Nossa cidade é referência em na região.
Prova disso é o grande número de cidadãos dos municípios vizinhos que aqui vem
para realizar compras, contratar serviços, realizar consultas, gerando renda
aqui. Minha determinação ou sono é que nossa cidade assuma esse papel
protagonista, melhore sua infraestrutura, modernize a sua máquina
administrativa e, sobretudo, que deixemos questões partidárias ou pessoais de
lado em favor no melhor para a cidade como um todo. João Monlevade precisa de
uma gestão baseada em progresso e desenvolvimento, não em manutenção de poder e
comando. O desenvolvimento deve ser contínuo, independente de quem esteja à frente
da Prefeitura. É necessária uma aliança pelo bem da cidade, não definida por
partidarismo ou grupos.
CENÁRIOS - Vc ultimamente tem sido mais independente, mais
crítico com relação aos atos de governo. Essas desavenças significam ruptura ou
são questões pontuais?
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Em campanha... |
Guilherme Nasser - Sinceramente, de minha parte não há
desavenças com quem quer que seja. A questão é que o meu compromisso maior é
com a população como um todo. Tenho claro que o que está errado precisa ser
denunciado, destacado, da mesma forma que o que está bom precisa ser elogiado.
Não posso mudar meu discurso ou minha postura pensando em partidos ou grupos.
Nossa cidade é muito maior que isso. E outra: como vamos melhorar se fingirmos
que está tudo bem? A crítica tem esse papel de apontar caminhos, permitir a
análise e correção de falhas. Todos podemos melhorar, independentemente de onde
estejamos. Não penso nisso de grupo A ou B, precisamos pensar no que é
realmente melhor para cidade e as pessoas que nela estão.
CENÁRIOS - Vc sempre foi muito ligado à família Torres. A
amizade perdura? Pode ser que seja candidato com apoio do Mauri e dos filhos?
Guilherme Nasser - Minha amizade com a família Torres veio
antes da política e se mantém independente dela. O respeito que tenho por eles
e pelo que fizeram e fazem por Monlevade e região é imutável. Se terei o apoio
da família Torres ou não, creio que ela é quem deve dizer. Mas sei que,
independente disso, nós sempre vamos buscar e trabalhar pelo que acreditamos
ser o melhor para a nossa população, quer seja caminhando juntos ou não. Não
seremos jamais oposição à Monlevade.
CENÁRIOS - Houve notícias de vc esteve conversando com o
pessoal do PSL.Cogita a ida para outro partido ou a tendência é de ficar no
PSDB mesmo?
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Esse é o verdadeiro partido do Guilherme. |
Guilherme Nasser - Fiquei muito honrado com o convite
formalmente feito pelo PSL, e eles tem tido uma participação política cada vez
mais atuante. Sobre o PSDB, a julgar até mesmo pelas recentes declarações de
algumas de suas lideranças, não posso negar que a saída
dessa legenda seja uma possibilidade. Mas, claro, observando os prazos e limites
da lei eleitoral.
CENÁRIOS - Qual a leitura vc faz do cenário? Acha que teremos
muitos candidatos ou acha que no final vai afunilar e ficarão apenas 2 grupões
disputando a prefeitura?
Guilherme Nasser - Penso ser muito cedo ainda para esse tipo
de análise. Há muita coisa para acontecer até as eleições do ano que vem. O que
temos observado até aqui, de fato, é que há muitos possíveis candidatos
manifestando essa intenção. Isso leva a acreditar que não ficaríamos restritos
a apenas dois grupos, mas, como disse, muita coisa ainda pode acontecer. Ainda
é um cenário aberto.
CENÁRIOS - Com relação à polêmica sobre o trânsito no centro
da cidade. Houve muitas críticas e procedentes, pois não se pode usar dinheiro
público pra ficar fazendo experiências. Mas a cidade já convive com problemas
de trânsito há anos e pelo menos até hoje não conseguiu resolver. Não tá
faltando diagnóstico e receita? Por que esse problema se prolonga tanto?
Guilherme Nasser - Trânsito não é achismo. É técnica, é projeto, é
ciência. Não dá para aceitar amadorismo numa questão como essa. A quantidade de
veículos que temos na cidade é crescente. Além disso, Monlevade é polo
comercial na região, o que faz com que muitos venham à cidade para realizar
suas compras. Isso tumultua ainda mais o vai e vem de motoristas e pedestres.
Boa intenção não muda realidade e nem traz solução. Projeto e conhecimento sim.
Em Santa Bárbara, por exemplo, eles desenvolvem um projeto de mobilidade urbana
coordenado por professor do Departamento de Engenharia de Transportes e
Geotecnia da Escola de Engenharia da UFMG. Tomemos isso como exemplo. É preciso
foco em progresso, não em amadorismo.
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Caminhando e ouvindo as pessoas... |
CENÁRIOS - Vc tem caminhado com seu projeto GABINETE
ITINERANTE e conversado olho-no-olho com os cidadãos. Pela sua percepção: quais
são as principais demandas do povo hoje?
Guilherme Nasser - O gabinete itinerante tem sido, de fato,
uma oportunidade muito rica de conhecer melhor as demandas da população. E o
que percebo é que as pessoas estão cada vez mais politizadas, mas as
reivindicações principais passam por questões básicas. A mais destacada delas,
sem dúvida, é o atendimento na área de saúde. E é, realmente, uma questão muito
cara. A pessoa que está doente, sentindo dor, precisando de algum procedimento
médico, precisa ter o atendimento o mais humanizado e rápido possível. São
questões que, por mais crescente que esteja a demanda, precisa de uma resposta
satisfatória do poder público. E hoje, por exemplo, temos o Posto do Industrial
fechado, o Centro de Referência em Saúde Bucal (Cresb) fechado, o antigo PA
fechado. Situação muito complicada.
Também são demandas recorrentes a questão da iluminação
pública, a necessidade de mais horários e linhas de ônibus do transporte
coletivo urbano, a limpeza urbana, entre
outros pontos.
Tenho ouvido muita cobrança também por um estreitamente no
diálogo da Prefeitura com a população. Muitas medidas têm sido adotadas sem
consultar o povo, sem que se verifique realmente qual é a sua necessidade, o
que tem gerado muita insatisfação.
CENÁRIOS - Por que não foi adiante um interessante projeto
que vc divulgou de levar cultura aos quatro cantos do município? Não acha que
tá faltando o município criar alternativas para fruição da produção cultural da
cidade, que é imensa?
Guilherme Nasser - Concordo inteiramente com você. A questão
cultural é muito importante em qualquer sociedade e o Poder Público precisa
cumprir o seu papel, o que busquei fazer, entre outras medidas, com o projeto
que você mencionou. A não execução desse projeto até o momento foi uma decisão
da Prefeitura. Enquanto vereador não tenho a possibilidade de eu mesmo realizar
isso. Quem tem o poder de executar as propostas é quem está a frente do
governo.
CENÁRIOS - Você tem boas opções pela frente. Se for candidato
a vereador, tem suas bases e vem trabalhando no dia-a-dia. Se for candidato a
prefeito acredita numa terceira via ou acha que só é possível pelos grupos
tradicionais.
Guilherme Nasser - Acredito que essas questões sempre serão
consequência do trabalho que se realiza. Hoje tenho a honra de exercer o
mandato de vereador, algo que seguirei com bastante empenho até o último
segundo do mandato. Qualquer construção de candidatura, seja para prefeito,
vice ou vereador, não deve ser pensamento de uma pessoa de maneira isolada, mas
uma construção coletiva. O momento não nos permite firmar grandes certezas sore
o ano que vem, mas penso ser viável, sim, a construção de outas vias além das
tradicionalmente conhecidas.
CENÁRIOS - Se for eleito prefeito de Monlevade, quais serão
suas ações emergenciais?
Guilherme Nasser - Pensando na realidade atual, não tenho
dúvida que a questão mais urgente a ser resolvida em nossa cidade é a adoção de
um modelo diferente de gestão, daquele adotado até aqui, que priorize mais as
pessoas, que seja mais participativa e que tenha por prioridade as demandas
básicas da população. Precisamos colocar
a casa em ordem e otimizar os recursos. Estruturar o Governo para que os
serviços básicos sejam bem feitos e fazer um planejamento financeiro e estudo
de parcerias para capitalização de verba junto às esferas estadual e federal, e
até mesmo junto à iniciativa privada.
CENÁRIOS - Como vc vê a questão daquele prédio abandonado da
Escola Santana. O município, através da secretaria da educaçao, não poderia
tomar alguma atitude no sentido de restaurar e integrar aquele prédio à
municipalidade? E com relação ao Estádio Louis Ench? Não anda abandonado e
pouco utilizado? Não caberia ocupar o espaço com escolinha de futebol e com
ações da secretaria de esportes?
Guilherme Nasser - Essa questão do prédio da Escola Santana
tem nos preocupado muito e há bastante tempo. Aquele imóvel pertence ao governo
do Estado. Mas, claro, é possível sim que sejam adotadas providências por parte
do município. Apesar de ser do governo estadual, o imóvel está situado em nosso
município e deve seguir as regras locais. Não pode continuar como está. Aliás,
tenho defendido que se discuta com o governo Estadual formas para que a posse
desse bem seja transferida ao município.
Sobre o estádio Louis Ensch, está claro que deixou de ser uma
prioridade para a Prefeitura. Muito mais que a recuperação do gramado, que a
Prefeitura afirma estar fazendo, é preciso ainda reformar a estrutura dos
vestiários, banheiros e arquibancadas. Só que pra isso é preciso projeto,
planejamento, cronograma de execução e de uso do estádio. É triste ver que um
local que já foi palco do nosso Monlevade Esporte Clube, e que já recebeu
figuras ilustres do esporte nacional, hoje não passa de muros cercando uma
estrutura deteriorada e gramado esburacado.
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