Entrevista com Djalma Bastos, pré-candidato
a prefeito de João Monlevade pelo PSD. Djalma é conhecido pelo espírito
prático, empresário bem sucedido, secretário de governo em diversas administrações, ex presidente da câmara, hoje vereador,
acumula experiência e credibilidade e tem bom trânsito em todos os segmentos
políticos. Mas vamos à entrevista.
CENÁRIOS - O que vc sonha para
João Monlevade?
DJALMA BASTOS - Eu sonho o melhor
pra cidade. Eu sou nascido e criado em João Monlevade. Tem praticamente 57 anos
que estou aqui estabilizado na cidade e a gente sonha com uma cidade altamente
sustentável com foco na educação, na saúde, uma cidade muito bem administrada,
bem gerida, bem equilibrada economicamente
CENÁRIOS - Qual seria a primeira
coisa que vc faria caso fosse eleito?
DJALMA BASTOS - Eu acredito que
dentro de um projeto pra buscar uma cidade melhor, nós precisamos de um plano diretor. O plano diretor ajuda uma
administração a definir seu futuro. João Monlevade tem mais de 20 anos que não
atualiza o seu plano diretor. Precisamos atualizá-lo. O município tem apenas
100 km2 de extensão, é uma cidade territorialmente pequena e precisamos dar um norte para os investimentos.
CENÁRIOS - Quais seriam os principais
eixos em uma gestão DJALMA BASTOS?
DJALMA BASTOS - Tendo o plano
diretor, melhoraria a expansão da cidade, incrementando nossos eixos comercial
e industrial. Precisamos investir no pequeno empresário, no pequeno
empreendedor, que é muito criativo e produtivo. Nós temos 14 cidades no nosso
raio de influência que utilizam do nosso comércio e setor de serviços. Até
Itabira, uma cidade maior, 10% da população compra do nosso comércio. Isso é
muito bom. Precisamos valorizar e entender que isso é grande. Precisamos abrir
o mercado, melhorar a mobilidade. E aí vem a saúde, educação. Hoje somos polo educacional
com 3 universidades. Temos condições de crescer muito. Mas pra isso, precisamos
passar pelo plano diretor.
CENÁRIOS - Vc tem a experiência
de ter passado por diversas administrações. O que faria por exemplo com a
questão das recorrentes enchentes que assolam a cidade na época de chuva?
DJALMA BASTOS - Na verdade a
nossa cidade tem dificuldades por causa da topografia. Asfaltamos todos os
bairros então o escoamento da água é muito rápido. Mais do que nunca, precisamos
revegetar as cabeceiras e investir em pequenas barraginhas. Esse encontro da
Wilson Alvarenga, com a Getulio Vargas, com a Castelo Branco e Rodrigues Alves
que desce é muito apertado. Precisamos melhorar muito essa drenagem e
contenção. Lá embaixo na saída do canal, melhorar o escoamento da água. Temos
de quebrar também essa questão da Rua do Andrade , da Rua Floresta, na antiga
ESCON, da água entrar em T no Canal. Isso é um risco enorme e causa um colapso
do sistema e muitos alagamentos. Volta a água. Precisamos fazer com que a água
entre em Y no Canal. Acho que com essas ações dá pra minorar muito os
problemas.
CENÁRIOS - A questão da saúde tem
sido um problema que a cidade não consegue resolver. O sistema não dá conta da
demanda, que recebe pessoas de outras cidades e que vem recebendo soluções
paliativas e custosas há tempos. O que vc faria para racionalizar e encontrar
uma solução duradoura?
DJALMA BASTOS - Precisamos
aumentar o PSF, aumentar o trabalho na saúde preventiva e melhorar o
atendimento nos postos de saúde. Tem também boa parte da demanda da BR 381, que
é do SUS, mas que também absorvemos. Precisamos melhorar o hospital para que se
torne realmente um hospital de grande porte. E propor as cidades vizinhas de
fazermos um consórcio de forma a atendermos todo mundo de forma racional, tudo
centralizado em Monlevade, mas sem criar um gargalo que só Monlevade absorve.
Precisamos oferecer melhores condições tanto para as populações das cidades
vizinhas como de João Monlevade.
CENÁRIOS - Sua esposa é a atual
secretária de meio ambiente, cargo que exerce com muito amor e dedicação. Um
governo Djalma teria um forte viés ambiental?
DJALMA BASTOS - Essa área pra mim
tem importância fundamental. Durante o tempo que fui presidente da câmara...não
só nesse mandato, mas também em 1999, criei o projeto ECOS. Trabalhamos
revitalizando todas as nascentes, criamos uma patrulha ambiental e fizemos um
trabalho maravilhoso, com a parceria da ARCELOR MITTAL, do GRAAL, outras
empresas e da própria prefeitura, quando tínhamos 4 pessoas remuneradas pra
realizar esses trabalhos e teve um resultado maravilhoso.
Quando eu estava na
presidência da câmara, criamos o projeto BROTOS DA VIDA, um projeto de ótimo
resultado feito em parceria com a UEMG e estudantes. Com esse projeto proporcionávamos
estágios remunerados para os alunos que faziam um importante trabalho de
conscientização, recuperação de nascentes e outras ações. Infelizmente esse
projeto está meio parado, mas enfim, cada um administra segundo seus pontos de
vista. Com relação as principais demandas da cidade, precisamos terminar o
tratamento do esgoto. Nós captamos água no rio Santa Bárbara e entregamos suja
no Rio Piracicaba que acaba encontrando com o Rio Doce. Precisamos
conscientizar as pessoas, criar coleta
seletiva, com 100% do lixo tratado. A questão ambiental é muito importante não
só pelo fato da minha esposa estar na secretaria. Precisamos investir maciçamente pra salvar não
só nossas futuras gerações mas o planeta como um todo.
CENÁRIOS - Um dos principais
problemas hoje da cidade é emprego. Principalmente os jovens precisam de
trabalho para seguir suas vidas. O que vc faria para gerar emprego e renda na
cidade?
DJALMA BASTOS - Nessa área nós
estamos até bem. Temos um eixo comercial e empresarial forte, mas precisamos
trabalhar a cada dia para que haja mais oportunidades, para que o nosso jovem
no futuro possa ser alguém. Vamos fomentar ainda mais esse mercado. Vamos
aproveitar a mão de obra universitária e técnica que temos aqui. Precisamos dar
oportunidade a toda a nossa juventude.
CENÁRIOS - Vc que é um homem
prático. Como vê a questão do trânsito no centro? O que vc faria para dar uma
melhorada? Tem solução?
DJALMA BASTOS - Tem solução sim.
Precisa contratar profissionais competentes,
fazer um levantamento. Precisa investir na mobilidade urbana. Não só no centro,
mas em outros corredores, Armando Fajardo, Alberto Lima. Tudo precisa ser
trabalhado.
CENÁRIOS - Você extinguiria
alguma secretaria? Faria alguma fusão? Tentaria enxugar a máquina?
DJALMA BASTOS - Precisamos melhorar
muito o nosso setor público e isso passa pelo ajuste da máquina e pela
qualificação dos nossos servidores. Mais importante mesmo é a prefeitura
entregue o que a população precisa, com eficiência e sem gastos desnecessários.
CENÁRIOS - Vc hoje faz parte do
leque de apoios do atual governo. Tem problemas em criticar o que vem sendo
feito ou seu governo será uma espécie de continuidade? O que vc faria diferente
do que vem sendo feito?
DJALMA BASTOS - Eu não tenho
dificuldades com o governo. A partir do momento que a gente assume um cargo
público tem de saber ouvir críticas. Quem assume um cargo público tem de estar
preparado pra isso. Tem muitos acertos, tem muito erro. A gente vem discutindo.
Acho que o atual governo tem de ouvir um pouco mais. As vezes não ouve.
CENÁRIOS - Muita gente acha que
na hora da verdade, teremos apenas duas, no máximo 3 coligações na disputa.
O seu partido o PSD fez parte do leque
de apoios da SIMONE. Ser candidato a vice também está no radar?
DJALMA BASTOS - Hoje sou vereador
e gosto da política. Eu não pretendo mais ser candidato a vereador. Eu acho que
essa discussão tá começando agora. Estamos no momento em que as coisas começam
a se definir. Temos de aguardar um posicionamento do governo. Eu já fui vice
duas vezes e não fui feliz. Agora, com apoio da executiva, colocamos nosso nome
e estamos ai para somar e multiplicar. Que venha o melhor pra cidade.
CENÁRIOS - Como vc vê o abandono
do distrito industrial e de espaços como o Estádio Louis Ench, a Escola Santana
e o parque o areão. Nada foi pra frente e ainda teve a interrupção da
construção do Memorial do aço, que pode virar canil municipal. Não considera
uma cachorrada com a cultura do município?
DJALMA BASTOS - O distrito
industrial realmente tá meio abandonado e precisa melhorar. Precisa de muita
coragem e investimentos. Com relação ao Estádio Louis Ench, eu faria algo
diferente. Negociaria com a ARCELOR que tá precisando de espaço e negociaria um
novo local para fazer uma nova arena, pensando na expansão da cidade. Com relação a escola Santana, é um prédio de
arquitetura maravilhosa de Yaro Burian, de 1944. O município precisa rever essa
situação e ocupar aquele espaço e pensar o que se fazer ali. O Areão também eu
discordo de levar o canil pra lá. Eu não faria. Podemos fazer ali um espaço
verde, algo muito positivo pra cidade.
CENÁRIOS-Ideologicamente vc se
enxerga no campo da direita ou da esquerda?
DJALMA BASTOS - Eu acho difícil
discutir direita e esquerda. Eu acho que o povo tá acreditando naqueles que
falam a verdade. Eu acho que me identifico com o centro. Trabalhei tanto com PT
como com o PSDB mas acho que a verdade tem de ir na frente.
CENÁRIOS - O que vc pensa sobre
os empréstimos que a prefeitura tem contraído. Primeiro o de 3 milhões e agora
outro de 14 milhões.
DJALMA BASTOS - Eu sou a favor,
pois a cidade precisa. Parte desse recurso será utilizado para execução de
obras de infra-estrutura, ou seja urbanização viária e todo o sistema para o
SION. É um loteamento que desde 1974 está irregular, mas vai ser totalmente
regularizado agora. 7 milhões e oitocentos serão para isso. E terá 48 meses de
carência. Só com os loteamentos e com os investimentos que os moradores vão
fazer, vai pagar isso e talvez até antes, em 2 anos e meio mais ou menos. O
restante é para UBS, revitalização de quadras, adequação dos passeios da
Getulio Vargas, enfim, recursos para obras fundamentais. João Monlevade tem
capacidade pra pegar esse empréstimo. O negócio é aplicar bem esse dinheiro. A
polêmica vem da política. Eu já vejo da seguinte forma. O município perdeu boa
parte da arrecadação do ICMS que o estado não vem cumprindo. Esses empréstimos
irão compensar um pouco essa perda e nos possibilitar fazer algumas coisas
importantes. A cidade tem de ter é crédito e capacidade de endividamento e
Monlevade tem. Vai ser tudo pela caixa, com juros mais baixos e entendemos que
vale à pena. A questão é política. Mas é normal. Faz parte do jogo. Mas em
termos práticos, não vejo dificuldade nenhuma. É tocar a bola pra frente. Para
que tenham uma ideia, Itabira pegou 60 milhões, Ipatinga pegou 120 milhões.
Alvinópolis pegou 3 milhões..
CENÁRIOS - Vc colaborou na época
do governo Prandini, foi secretário, depois foi vereador, presidente da câmara,
hoje vereador e continua colaborando com a cidade sempre que convocado. Acha
que é possível a política do entendimento? Vc mantém um bom diálogo com todo
mundo?
DJALMA BASTOS - Graças a Deus
sim. A política do entendimento é onde ganham todos. Como diz São Francisco,
precisamos entender para sermos entendidos. Eu sou uma pessoa fácil de
trabalhar e acredito que precisamos trabalhar com esse forma de entendimento.
Manter o diálogo a todo custo.
CENÁRIOS - Sendo eleito, qual o
principal legado vc pretende deixar para Monlevade?
DJALMA BASTOS - Quero deixar uma
cidade ambientalmente maravilhosa, com todos bolsões verdes, praças bonitas,
bem organizadas, campos de futebol, tratamento de esgoto perfeito, bem
encaminhado, revitalização dos nossos cinturões verdes na Serra do Macaco,
Serra do Andrade, Serra do Seara, Campo
de aviação, que possamos recuperar tudo isso. Investimento em educação, onde
todos possam se encaminhar...e também fazer um governo interativo, uma
prefeitura bem aberta. O povo ajudando a administrar o município.
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