
Lobão criou um álbum emblemático nos anos 80 chamado O ROCK ERROU. O significado da palavra erro, no entanto, tem de ser analisado de forma mais profunda. Errar nem sempre significa fracasso. Muitas vezes pode significar aprendizado, escada para um sucesso posterior...que ao final, até pode ser considerado um erro...mas errantes somos todos nós mortais.
Woodstock foi um novo big band, explosão que tirou os jovens debaixo das asas dos pais autoritários, dando voz e afirmando a cultura pop, até então inexistente. O Rock até então era um ritmo popular, com letrinhas açucaradas, cheias de gracinhas, mas apenas para entretenimento.
Woodstock foi um festival que nasceu com espírito libertário. O marketing ainda não havia tomado conta do cenário. Os jovens, pela primeira vez na história, tinham um ambiente de liberdade total, onde podiam se amar, conversar, ficar nus, fumar sua erva e principalmente travar contato com artistas que iriam mudar o rumo da história.
Foi ali que surgiu para o mundo o fenômeno Jimmy Hendrix.
Que me perdoem os fãs do Led Zepelin, mas quem inventou o Heavy Metal foi Jimmy Hendrix, o guitarrista mais genial de todos os tempos. Aliás, ele inventou tudo em matéria de rock. Quem escuta atentamente o trabalho do cara vê que tudo tá ali. Todos os grandes guitarristas tiveram que beber naquelas águas.
Lá também esteve Janis Joplin, com seu estilo riponga, a feia mais bonita do mundo, que assombrou a todos com a sua “Mercedes Benz”.
Lá também esteve Joe Cocker com seu vozeirão, Jefferson Airplane, The Grateful dead, The Who, Joan Baez, além de outros astros não tão conhecidos. Mas quando falamos em Woodstock, não tem como não lembrar Jimmy e Janis.
Mas retornando ao Rock que errou do Lobão, nossos heróis erraram na dose e deu no que deu: OVERDOSES EM CASCATA. Foram astros que brilharam intensamente e explodiram em estilhaços, universo que continua se expandindo até hoje, que nem o BIG BANG. Há quem diga que Woodstock emporcalhou o mundo, que gerou um exército de zumbis maconhados, uma geração perdida que praticamente inventou o tráfico de drogas e as popularizou no mundo. Maldade dos neo-conversadores. O rock foi a ultima grande revolução da história e não há revolução sem tragédias. Infelizmente, incorporou-se o sufixo pop no rock, criando o tal de pop rock, uma espécie de coleira na fúria. O Marketing trata de transmutar toda rebeldia em produto e modismo, mas penso que com o tal rock EMO, chegamos ao fundo do poço. Daí não dá pra descer mais. A história sempre se moveu em fluxos e refluxos. Vamos esperar que o bom rock de conteúdo e rebeldia volte a imperar. Tomara que apareçam vários pequenos Woodstocks pelo planeta. Guerrilhas armadas de guitarras e liberdade.
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