terça-feira, 13 de outubro de 2009

MPBM – MÚSICA POPULAR BRASILEIRA by MONLEVADE


Natália Grigório, da novíssima geração da música de Monlevade

A primeira vez que tive contato com a MPB produzida em Monlevade, foi no festival de música que acontecia no Grêmio. Era uma festa maravilhosa, com ginásio lotado e muita animação em torno daquele estilo musical, que na época era preponderante. Difícil acreditar que houve uma época neste país em que shows de Chico Buarque de Holanda, Milton Nascimento, Gilberto Gil, João Bosco, Beto Guedes, Belchior, Mpb4. Gal, Betânia, entre outros, lotavam estádios e eram executados exaustivamente nas rádios do país e até na TV. Havia um programa de MPB na Globo de grande sucesso. Mas voltando ao festival de música, naquela oportunidade, vim de Alvinópolis participar do festival e aconteceu uma coisa curiosa. Inscrevemos a música “Nós os Loucos”, que havia vencido em Itabira e outra música intitulada “Interior” Logicamente, botávamos mais fé em “Nós os loucos”, pela trajetória vitoriosa, porém a música que ganhou a multidão mesmo e o próprio júri foi “Interior”, que venceu o Festival. Essa vitória foi suficiente para nos aproximarmos da cena local e para que conhecêssemos seus talentos. O povo da cidade só falava em uma cantora local chamada Neide Roberto, que segundo todos, tinha qualidade para ser ídolo nacional. Falavam tanto dela, que fiquei com aquilo na cabeça. Infelizmente, não pude conhecê-la naquela época, o que veio acontecer mais à frente. O Verde Terra, na ocasião da produção de seu disco, fez várias promoções pra angariar fundos e um desses eventos foi um show no clube Alvinopolense, com a presença da Seresta Local e da Neide Roberto. Infelizmente choveu muito e o clube não ficou muito cheio, mas mesmo assim a Diva fez seu show como se houvesse 10.000 pessoas presentes. Uma voz marcante, um repertório só de clássicos e um carisma hipnótico. Justificou plenamente a sua fama de grande dama da música em nossa região. Com o passar do tempo, fui conhecendo novos artistas na cena monlevadense, como Roilson, que faturou alguns festivais com a sua música “Cede seu mel”. Depois, tive a grata surpresa de conhecer Rômulo Rãs, um cantor que desde novo já apresentava uma qualidade acima da média, com um repertório de muito bom gosto, um violão correto e uma voz pra lá de afinada. Em princípio, vi Rômulo nos festivais, de forma ainda tímida, mas com o tempo ele foi encorpando, ganhando carisma e devo confessar que poucas vezes vi um cantor conseguir segurar uma platéia munido apenas com seu violão, as vezes com o auxilio luxuoso de um pandeiro. Rômulo criou um estilo próprio e seus shows eram verdadeiros karaokês coletivos. Muitas vezes ele iniciava uma música e deixava a platéia cantar, apenas acompanhando com seu violão suingado, numa catarse de felicidade e de participação. Era até engraçado. Uma vez um amigo meu de Teófilo Otoni falou uma coisa interessante sobre o show de Rômulo. Ele disse: - Puxa vida. Esse cara tem de receber só uma parte do cachê. Ele só começa as músicas. Quem canta mesmo é a multidão! Mas esse era o segredo. A participação era o diferencial. Depois, fiquei sabendo que o Rômulo é parente da Neide Roberto. Tá explicado! Afinidades genéticas falando alto. Mas continuando a falar da cena local, tenho de citar Chico Franco, um compositor local de fino trato. Chico rodava o estado participando em festivais junto com uma cantora daquelas que enchem uma praça com sua voz potente. Várias vezes nos encontramos numa saudável competitividade. Importante citar também Laércio Silvano, um músico de múltiplos talentos e Mauro Martins, que inclusive chegou a gravar uma música minha, Do outro lado do Espelho. Não sei onde se encontra o Mauro, mas também tem grande qualidade e sentimento no cantar. Antes de falar da cena atual, vou abrir um pequeno parêntese: no Festival do Aço que tive a oportunidade de promover junto com o João Carlos da Rádio Alternativa, havia visto um show de uma banda que considerei muito promissora. O nome da banda era Relicário. Eles faziam um show que misturava MPB com elementos do rock e gostei das experiências que faziam. Mas me chamou atenção mesmo a qualidade do vocalista, dono de uma voz potente, agradável e muito afinada. Gostei também do guitarrista, pela originalidade dos arranjos. Infelizmente, parece que a banda não foi pra frente, mas depois fiquei sabendo que o vocalista fazia dupla com outro cantor de grande qualidade. Não era uma dupla sertaneja, mas uma dupla urbana que tocava principalmente MPB de altíssimo nível. O nome da dupla é “João Roberto e Ronivaldo”.


João Roberto e Ronivaldo


Tive a oportunidade de fazer um pequeno trabalho com eles na gravação da música de aniversário da Rádio Alternativa e pude entender porque eles tem carregado essa fama de nomes do momento. Os dois têm belíssimas vozes e um casamento perfeito de tons. Estão inclusive gravando seu CD que deve sair em breve e para minha alegria, também vão gravar “Do outro lado do espelho”. Outro trabalho de grande qualidade que tive oportunidade de conhecer é do Grupo Ellus, formado na Funcec. As meninas do Ellus tem vozes angelicais, lembrando grupos como Quarteto em Cy ou como as vocalistas que faziam backing para Tom Jobim, enfim, .uma musicalidade que faz muito bem aos espíritos. Quando ouvi as meninas da Ellus cantando, pensei comigo: - Puxa vida! Esse é um grupo que gostaria de produzir. Mas esse barco já tem timoneiro e muito bom. Ah.Importante dizer que o Ronivaldo também toca na Ellus. Esse cara também hein? Tá em todas.


Grupo Ellus - um grupo vocal de alta qualidade.


Não poderia deixar de citar também a cantora Natalia, vocalista da Banda Agá Plus ( foto lá em cima) . Tive a oportunidade de fazer alguns trabalhos com ela e muito me impressionou a sua afinação, seu sentimento e facilidade no cantar. É isso, minha gente. A cena local é muito fértil. Precisa mesmo é de produção para alavancar essas potencialidades. Seja no Rock, na MPB, no sertanejo, Monlevade tem ótimos representantes. Algumas coisas vêm sendo pensadas para gerar palco para essas cenas. Mas isso eu deixarei para próximos artigos. Sobre o Rock Pira, deverá ser realizado no próximo ano. Para o corrente, a maioria das prefeituras não tem disponibilidade de verbas e não existem brechas orçamentárias para bancar mais eventos. De qualquer maneira, não é um projeto cancelado, mas apenas adiado. Enquanto isso, continuaremos tomando outras medidas e adiantando o que for possível, para que na hora que houver uma configuração positiva, possamos realizá-lo.

Um comentário:

  1. parabens pelo blog...
    Na musica country VIRGINIA DE MAURO a LULLY de BETO CARRERO vem fazendo o maior sucesso com seu CD MUNDO ENCANTADO em homenagem ao Parque Temático em PENHA/SC. Asssistam no YOUTUBE sessão TRAPINHASTUBE, musicas como: CAVALEIRO DA VITÓRIA, MEU PADRINHO BETO CARRERO, ENTRE OUTRAS...
    é o sonho eterno de BETO CARRERO e a mão de DEUS.

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