
Dizem que os homens não devem chorar. Pobres de nós que temos de represar ou esconder nossas emoções genuínas. Fiquei com os olhos marejados por várias vezes na apresentação da Orquestra Bachianas no Centro Educacional. Já comecei a chorar no filme que antecedeu o show. Que eu me lembre, só me emocionei tanto num show do Tom Jobim que assisti em Belo Horizonte. O Centro Educacional estava lindo, completamente lotado e com uma platéia educada, maravilhada, sabendo aplaudir nas horas certas.Tudo bem que o repertório era somente de clássicos populares, mas sob medida para uma reeducação auditiva, já que os ouvidos gerais vem sendo massacrada com estilos quase únicos. Foi bom até para percebermos que nem só de sertanejo vive o homem. O Maestro estava de ótimo humor, arriscando até algumas piadinhas de vez enquando. Além da maravilhosa música proporcionada ao público, a história do maestro é um exemplo de superação. Ele era considerado um dos maiores pianistas do mundo, quando sofreu de uma doença degenerativa que o impediria de tocar piano pelo resto da vida. Mas o maestro não se deprimiu com isso. Fez exatamente o contrário.Como não conseguiria mesmo tocar piano, resolveu fazer curso e virar maestro. Daí até chegar a Monlevade, apresentações em New York, Londres e por aí vai. E mais...da sua maneira, ainda consegue tocar piano, as vezes com um dedo só ou com as articulações dos dedos, com a sensibilidade e senso de harmonização dos mestres. Humildemente, agradeço à Fundação ArcelorMittal pela oportunidade de fazer parte da equipe que proporcionou esse espetáculo. Quando estivemos na Arcelor, eu e o Luciano Roza, diretor da Fundação Casa de Cultura, já nos entusiasmamos com os projetos. Caberia à Prefeitura contrapartidas que iam de espaços, infraestrutura, divulgação e integração também da Secretaria de Educação, principalmente neste projeto do Maestro João Carlos Martins. Além da apresentação de gala, o projeto se estende também à inclusão social, com aulas no EMIP para varios alunos, com chance inclusive de serem encontrados "diamantes", ou seja, músicos com potencial de integrar a Orquestra Bachianas e viajar pelo mundo com o maestro. No que tange à Prefeitura, pode-se esperar sempre uma parceria construtiva. Outros projetos de grande qualidade vem por aí em parceria com a ARCELOR. Agradeço a Deus pela oportunidade de presenciar um espetáculo tão grandioso em todos os sentidos.
Espetáculos como esse, tão raros em nossa cidade, acaba por privilegiar poucos(600)que conseguiram os ingressos no primeiro minuto em que foram distribuídos. Vê-se que também temos público para gostos que vão além do sertanejo, que insistem em chamar de "elite". O "povão" também aprecia o que é ótimo.
ResponderExcluirEm parte, concordo com a Lutécia. O povo acaba consumindo as "iguarias" que lhe são oferecidas pela mídia. Não sei se o povão tem mal gosto ou se o mal gosto é o que chega ao povão. Realmente, seria ótimo se o espetáculo fosse levado a públicos maiores. No entanto, humildemente penso que não é hora para jogar pra baixo e sim para glorificar. Quem sabe num futuro próximo não possamos pensar levar os espetáculos para públicos maiores? Vamos pensar nisso.
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