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Pra mim foi muito gratificante participar do workshow do Trio Umbigo no auditório da Funcec. Em princípio, confesso que estava meio apreensivo, por ser uma coisa nova e num local meio distante, mas tudo fluiu bem. Meu temor também se devia ao fato da música instrumental não ser um estilo comum à maioria das pessoas. Principalmente se considerarmos o quase que total domínio da sonoridade sertaneja em nossa região. Mas o público foi bem razoável. Eu contei 80 pessoas na platéia, num auditório onde cabem 150. Se contarmos o pessoal da produção e os músicos, havia umas 100 pessoas. Eu já havia assistido alguns ensaios da banda e ficado de queixo caído com as composições e com a qualidade dos músicos. Ao vivo a coisa fluiu ainda melhor, com mais peso. Como dizem os futebolistas: "treino é treino e jogo é jogo!". Tive um papel até interessante no workshow. Daniel me convidou para ser o "apresentador" do evento, logo eu que sou tímido pra caramba. Mas não fujo da raia e foi até bom pra exercitar a arte de encarar e vencer as deficiências. Acho que não me saí tão mal. Meu papel foi introduzir o espetáculo e depois circular com o microfone sem fio no meio da platéia, para fazer algumas perguntas, de modo a quebrar o acanhamento e gerar interatividade. A cada música executada havia um tempo para questionamentos sobre técnicas e utilização dos equipamentos, matando a curiosidade dos presentes, em sua maioria alunos do Bahia. Pra quebrar o estranhamento com o som instrumental, os umbiguenses tiveram a idéia de entremear o show com clássicos do rock, com participação do vocalista Julio Sartóri da banda Desarme. Uma participação inusitada também foi da trombonista Andréa Carvalho, prova de que tudo é possível em música, tocando com a banda uma versão de Beat it, de Michael Jackson. E falando sobre o repertório da banda, das músicas próprias, não há como não citar Machu Picchu, uma composição em compasso ternário. Trata-se de uma música enigmática que parece trilha de cinema e que desemboca num refrão a la Black Sabath, remetendo a uma subida até as ruínas sagradas de Machu Picchu. Vale ser citada também a música em homenagem à banda Desarme, neste caso com destaque para o baixo a la Chris Squire do Yes, executado com perfeição pelo baixista André Freitas, de apenas 14 anos de idade. A canção Woodstock também é de fritar o cérebro, desta vez com destaque para o baterista polvo Fábio Sartori. O show fechou em alto estilo com Tom Sawyer do Rush, com seus compassos quebrados, bem ao gosto do trio canadense e também do Umbigo. E saibam que eu estou falando sobre o show de forma bem resumida, pois o conteúdo em geral foi muito mais abrangente. Importante destacar também a presença do Guitarrista Remo, ídolo e amigo da banda, que deu depoimentos preciosos e cujo dueto com o Daniel Bahia chegou a arrepiar em certos momentos. Pra mim, ficou a impressão de que nascia ali um trabalho realmente interessante, que ainda tem muito a evoluir mas que já nasce com uma proposta diferenciada, que vai agradar tantos aos iniciados na música, quanto aqueles que gostam do bom e velho rock and roll. Imperativo será que busque espaços em outras praças também, posto que o circuito monlevadense é pequeno. Vital será que seja feito um trabalho de prospecção para mapear os espaços regionais que estejam abertos para o tipo de som do Umbigo e mesmo Belo Horizonte e São Paulo, onde a música instrumental tem muitos adeptos. Importante destacar também que estive representando a Fundação Casa de Cultura, que na medida do possível, vai procurando dar suporte à cena local, uma das suas funções mais importantes. Agora é aguardar o próximo show do Umbigo, que vai acontecer no dia 20 de outubro, desta vez no Real. Neste, pode ser até que eu participe cantando algo do República. Vamos ver. Muita água pra rolar até lá...
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