Quem dera a paz.
Quem dera as convergências.
Mais valem as discórdias,
os interesses dos velhacos.
Quando começou a guerra?
Ninguém sabe!
Hoje são vários exércitos
lutando entre si.
Engana-se quem pensa
que são apenas duas facções.
Existem facções dentro das facções.
Existem vários generais,
coronéis e outras patentes.
Com suas botas pesadas,
trituram as cabeças dos comandados,
buchas de canhão
na guerra que realmente importa.
E qual a guerra que realmente importa?
Aquela que dá lucro pra alguém.
Lucro pra quem vende armas.
Lucro para quem vende propaganda oficial.
Lucro pra quem vende noticias.
Lucro para quem tem provisões.
Lucro para os compradores de alma
E o povo?
Ah. O povo também tem seu preço.
Almas etiquetadas, com seus códigos de barra.
Quanto esforço inútil, meu Deus.
Quanta luta vã.
Cabos de guerra
puxam para 4 lados diferentes.
O resultado é a inércia.
A polis estática.
A estrutura carcomendo.
A feiúra tomando conta.
Será que ninguém enxerga?
Quisera sair da casamata.
Abandonar a trincheira,
abrir o peito e gritar:
- Atirem.
Libertem minha alma dessa prisão.
Mas não estou sozinho do mundo.
Aceno com a bandeira branca.
Tiros cortam a escuridão e crivam-na.
A paz está muito longe...
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