terça-feira, 6 de setembro de 2011

FESTIAÇO - A CRÍTICA DA CRÍTICA


MATEMÁTICA PERVERSA

Imaginem que foram 104 inscritos.  74 ficaram de fora. Passaram 30. Das 30, 10 apenas foram para a finaL. Ficaram 20 de fora da final. Das 10 da final, os 5 primeiros classificados se sentem "vencedores", já os outros se sentem injustiçados. Vejam que matemática perversa. Dos 104, apenas 5 contentes.

CRÍTICA CONSTRUTIVA ?

Quem vê os comentários publicados na net e em certo jornal da cidade, imagina que foi um evento lamentável, lastimável, que não deveria nem ter sido feito. 

JURADOS DE MORTE

Pelos comentários, o corpo de jurado foi uma lástima. Só pessoas despreparadas e suspeitas, próximas de "alguns" participantes. Da próxima vez tentaremos trazer alguns jurados de marte ( ou de morte) ou quem sabe venus, esses totalmente isentos, sem o mínimo conhecimento sobre a música terráquea.

CRITÉRIOS OBSCUROS

A organização organizadora também foi formada apenas por pessoas suspeitas interessadas em manipular os resultados. Além do mais, o juiz roubou, deixou de marcar quatro impedimentos, anulou um gol legítimo e ainda expulsou o gandula. 

O SOM

Alguns não se deram bem e consideraram o som horroroso por causa disso. Mas peraí: e os que se saíram bem? Alguns artistas fizeram apresentações magistrais, memoráveis. Já sei! O pessoal do som também estava "roubando" para os 10 classificados. E olha que o prêmio era de 10 trilhões de reais.

INESQUECÍVEIS

Houve muitos fatos marcantes, inesquecíveis. Ainda vou falar detidamente sobre. Muitos artistas de alta qualidade estiveram presentes. Até alguns não se classificaram para a final mas fizeram belíssimas apresentações, como o Funkeiro Bob Tury e o pessoal da Folia da Vaca, entre outros. Aliás, até entre os que não estiveram entre os 30 teve gente muito boa que não se classificou por muito pouco e tem muita qualidade.

ALGUNS QUESTIONAMENTOS MACHUCAM, MAS SÃO NATURAIS.

Nunca vi festival em que o resultado não fosse questionado. João Carlos, da Rádio Alternativa tem uma frase que é definitiva: "não se faz um evento sem arrumar um inimigo". Impressionante. Em toda e qualquer competição, aconteça o que acontecer, alguém vai se sentir prejudicado, vai reclamar de marmelada, favorecimento e outras coisas. Quanto às apresentações, alguns foram muito bem nas eliminatórias e não tão bem na final. Quanto às 30 classificadas, alguns que ficaram de fora encararam numa boa, outros nem tanto. Quanto ao gosto musical de cada um, há quem não goste de rock e ache que só MPB tem direito a prêmios. Tem aquela frase do Caetano: narciso acha feio o que não é espelho. Eu achei o resultado justo pelo que vi nos 3 dias. É obvio que se eu fosse escolher minhas favoritas, teria algumas opiniões discordantes. Mas o resultado vem da somatória dos sentimentos dos jurados. Aliás, em minha opinião, pessoas altamente capacidadas, honestas, acima de qualquer suspeita. Mas não tem jeito. Vai ter quem não concorde. É assim mesmo que funciona. Tem alguns que na decepção de uma não classificação ou de premiação que consideram abaixo de suas categorias, fazem parecer que nada valeu à pena, que foi tudo péssimo, mal organizado, que as "outras" músicas foram abaixo da crítica, desrespeitando os colegas. E tem aqueles que vão mesmo procurar defeitos, encontrar pontas pra puxar, tentar dinamitar, minar qualquer esforço que tenha qualquer relação com o governo. É essa lógica bacaca de oposição e situação. Se for do grupo adversário nada presta e deve ser imediatamente atacado, ridicularizado, menosprezado. Nunca ignorado. E ainda tem aqueles que não foram e não gostaram. Infelizmente é assim mesmo. Ainda bem que somos teimosos e cascudos o suficiente para não nos abater com essas coisas pequenas. O importante é que o Festiaço aconteceu e que desde já começamos a planejar o Festiaço 2012. 

12 comentários:

  1. Quando ouvi que minha música era a décima, não vou dizer que não senti uma pontada na entranha. Agente nunca quer ser o último, mesmo que seja o último dos primeiros, mesmo que você não espere mais ganhar nada de tão grato que está só por estar ali, entre toda aquela gente boa. Mas depois, eu mesma tive que puxar minha orelha. Realmente, se eu fosse escolher, talvez x estaria em y e z no w mas eu estava do lado de cá do palco, não posso ser tão pretensiosa a ponto de me querer artista e jurada. Isso é realmente muita pretensão. E em pretender , nem esperava estar entre os cinco primeiros, na minha estréia em festivais, tanto pela minha inexperiência quanto pela alta qualidade de muitos músicos. O festival foi lindo. Riquíssimo.Mas sabemos bem que nada ou ninguém agrada a gregos e troianos. Grande músicos não chegaram à final. Mas esse conceito todo de justiça é muito furado pra qualquer evento como esse, pois mesmo que baseados é claro em alguma noção literária e musical, os votos não deixam de expressar opiniões. O que separa um finalista de outro músico são míseros pontos ou décimos de pontos que podem significar qualquer coisa ou coisa alguma. Lembrei então de uma frase de não sei quem, que diz mais ou menos que qualquer comparação em arte é estúpida e arbitrária. Concordo plenamente. Ninguém é de longe senhor da música ou da verdade pra dizer que essa música é tão superior a aquela e tão menos dizer que os jurados estavam certos ou errados. Concebi então, que classificações e prêmios são na verdade um bom pretexto e não reais fins. A celebração da música naquela praça era real. Foi uma honra estar lá. Pra mim, deste festival, fica a imagem e o som de Luiz Bira cantando em verdade e amor o nosso árduo ofício de artista, o sorriso enorme de Adalberto e sua generosidade de tocar conosco assim, tão de supetão. Fica aquele orgulho danado de Minas dos meninos da Zazu e o talento do João e do Ronivaldo. Fica a gratidão pelo Rafael e Phelipe Godinho que toparam na hora gravar e competir, se desdobrando na apertada rotina diária para ajudar um colega de estrada. Ficam as idéias trocadas nos bastidores, as histórias contadas. E por isso esse evento teve tudo de maravilhoso. Parabéns a todos os artistas, organizadores, técnicos e jurados. Ser de qualquer uma dessas classes exige uma certa dose de coragem, uma boa dose de desprendimento e uma grande dose de paciência.
    Abraços,
    Nadja Lírio Furtado (décima colocada com uma enorme dose de orgulho).

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  2. Parabéns Nadja, vc foi sim uma VENCEDORA, o principal do festival foi alcançado, descobrir e despontar talentos como você. Terei orgulho em ouvir sua bela canção nas Rádios parceiras do Festiaço.

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  3. Lamentável é a dificuldade de encarar a crítica. Assumir que houve falhas grosseiras é o primeiro passo para que, da próxima vez, o número de elogios supere o das críticas. E não é verdade quando as pessoas dizem que alguns enxergam apenas o que há de negativo. A verdade é que em tudo há dois lados: o mesmo copo pode estar "meio cheio" ou "meio vazio", dependendo de que ângulo o observador vislumbra a situação. Para os prejudicados, o copo estava "meio vazio". Para os favorecidos, com certeza, "meio cheio". E assim é a vida: tendo o rio duas margens, o que se vislumbra de cada uma delas é exatamente o que o ângulo de visão pode nos oferecer. Louvável a iniciativa do festival... mas manchada por erros grosseiros, e não imprevistos. Imprevistos acontecem e nem sempre podem ser contornados. "Falhas premeditadas" e evitáveis são realmente lastimáveis. E isso é FATO. Não apenas constatado por mim. Mas a simples existência da nota neste blog traduz a grandeza da situação e a repercussão negativa dos acontecimentos. Quando está tudo bem, não são necessárias justificativas.

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  4. Ninguém falou que está tudo bem. Mas não está tudo mal também. Você escrever duas linhas com detalhes positivos e trocentas com negatividades, dá a dimensão do quanto enche seu copo com veneno. Mas é assim mesmo. Vamos tocar o barco.

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  5. A Nadja foi finíssima em seu comentário. Outra joia que brilhou na vitrine do Festiaço. Pra quem tem olhos para ouvir...

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  6. Pode ser. De novo as divergências. Em nenhum momento falei sobre os músicos, nem despejei veneno sobre ninguém. Cada vez mais, percebo como é tênue a diferenciação entre críticas e comentários, assim como a diferença entre o diamante e o grafite está apenas na configuração das moléculas. E peço licença para plagiar: "Mas é assim mesmo". Vamos TODOS tocando o barco. Pelo bem de todos. Pela esperança de cultura que começa a despontar em nossa Monlevade.

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  7. Peço desculpas se meus comentários pareceram grosseiros. Não tenho esta intenção.Afinal, erramos sem intenção. Acontece que criei expectativas, coloquei meu computador no melhor ângulo (não para meu conforto, mas para captação da wi-fi)da pensão onde moro em BH e me contorci toda para acompanhar aquilo que é fruto da minha terra, com muito orgulho. Depois de dar duro durante todo o dia num hospital público... Talvez tão duro quanto vcs deram para o festival. Mas infelizmente, o que expressei é exatamente o que recebemos. O que aconteceu de positivo não chegou com clareza até aqui. Tomara que realmente o que foi bom cubra o que foi ruim. E os copos (não apenas os meus) possam se esvaziar de fel... e se encher de mel.

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  8. Um belo texto. Você tem o dom da escrita. Parabéns. Só que também tivemos dezenas, centenas de comentários positivos. Nem assim vamos deixar de avaliar as críticas e tentar corrigir as falhas. Vamos evoluir sim. Foi o primeiro de muitos, se Deus quiser. E se nós quisermos também, né?

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  9. Isso... quero tentar contribuir. De verdade... mesmo. E sou nutricionista... combino mais com os nutrientes que com as palavras... rsrsrs

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  10. As palavras também deve ser nutrientes. Já vi que para o ano que vem teremos o principal, que é gente disposta a trabalhar. Vamos unir forças sim, não tenha dúvidas. Até pra outras coisas da cultura, se quiserem. Minha teoria é de que nós da cultura não devemos ficar reclamando que outros estilos dominaram, como o sertanejo ou outros estilos. A cultura precisa ocupar espaços. É por aí que vamos...

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  11. Por favor, Nadja. Entre em contato comigo no telefone 88151041. Preciso falar com vc. Quando me ligou eu estava com um sério problema para resolver.

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  12. Infelizmente algumas pessoas são individuais demais para analisar o evento em sua totalidade. Acho justo comentários afim de melhorar os futuros festivais, mas a maioria dos que v, eram vindos apenas de uma frustração egoista e as vezes mal informada. Não estão afim de melhorias para todos, somente para o que não agradou na "sua apresentação", ou no "seu caso". Claro que podemos falar com muito mais propriedade do que precisa ser melhorado em torno do que nós mesmo fazemos, mas eu como participante não vi, de forma alguma, falhas que privilegiaram um outro, de forma imoral.

    Só para constar, fiquei sim muito feliz pela minha colocação. Só tenho a agradecer por receberem meu trabalho tão bem. Cobrarei sim, mas é mais de mim mesma, pois credito sim, que certas imperfeições passam despercebidas quando o talento e a sua arte é demonstrada com emoção e sentimento.

    Isabela Leles

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