O CENÁRIOS essa semana conversou com Jader Gonçalves, um
cantor monlevadense que tem uma extensão vocal invejável, uma performance bem
interessante como Frontman e que se dedica principalmente ao rock. Essa semana
ele se apresenta no Shine Crazy com sua banda Impala 67. Mas vamos à entrevista...
CENÁRIOS - Como começou sua trajetória na música?

CENÁRIOS - Você começou tocando algum instrumento? Qual
foi?
JADER - Comecei cantando.Peguei instrumento mesmo foi em
2001 com meu amigo Sanzio, que toca hoje no samba clube. Ele tinha mania de
fazer uns pagodinhos na porta aqui de casa. Então um dia voltando da aula, ele
tava com violão e peguei pela primeira vez. Nessa época o Sanzio me emprestou e
ensinou alguns toques. E a primeira música que aprendi foi de Bruno e Marrone.
Mas tive muita facilidade e achei fabuloso. Eu pedi a minha mãe um violão e ela
fez um trato comigo. Se eu passasse de ano eu ganharia um violão. E deu certo.
Ganhei meu violão e fui atrás do Sanzio pra pegar mais umas dicas. Depois eu
fui pra casa e passei a noite tocando aquelas 3 notas pra aprender a batida.
Vcs não tem noção da alegria. No outro dia fui na casa dele pra mostrar o que
tinha aprendido.
CENÁRIOS - E como foi o seu contato com o rock e com as
bandas de rock?
JADER - O rock começou a entrar no meu coração quando um
colega chamado Leo Calcinha, que estudava conosco no Luis Prisco começou a me
passar músicas. Ele começou a falar bem da minha voz, dizia que eu tinha muito
potencial pra cantar rock. Eu não gostava tanto de rock pesado. Mas ele me
aplicou tantas coisas boas que fui compreendendo a riqueza. Comecei a estudar
mesmo, modulação das vozes, técnicas. Fiquei realmente muito viciado em Rock.
CENÁRIOS - De quais projetos e bandas já participou
JADER - Primeiro projeto foi violão e voz. Junto com o
Sanzio. Depois pintou o amigo chamado Juninho.
E nisso formamos um projeto de escola de inglês. O pessoal sabia que eu
cantava e pediram pra que eu cantasse uma música do BON JOVI. E pediram pra
tocar no intervalo. Foi ai que surgiu a banda CASE, por volta de 2003. Capital,
Charlie Brown e o rock muito em alta na época. Em 2004 fizemos um show mais
impactante no aniversário da cidade. Fizemos a abertura do Chama Chuva. Foi ali
que explodiu a banda. Tocamos pra mais de 20 mil pessoas. Depois foi um bom
tempo na estrada até 2007. Já em 2007 montei um projeto pra tocar música
internacional, que foi o "Fly and high". Passamos por várias
formações até 2014. E hoje temos o Impala 67. São os projetos da minha
trajetória na música.
CENÁRIOS - Quais artistas o influenciaram?
JADER - Dinho do Mamonas, John Bon Jovi, Pink Floyd,
Queen, Elvis... e tem o Creedence, outra banda do meu coração. Boston, Kansas,
Asia, Zé Ramalho, pra mim o maior artista Brasileiro, Raul, entre ou
CENÁRIOS - Vocês tem músicas autorais também ou não se
arrisca como compositor?
JADER - Quando eu tava na CASE um fiz uma música. Ficou
com a Case. Chegamos a gravar essa música. No Fly and Hight comecei a compor
algumas músicas. Mas o projeto não deu certo. Mas banda não é fácil, nem todos
com o mesmo propósito. Mas tenho sim umas 4 ou 5 músicas na gaveta. Talvez o
Impala seja o trabalho certo.
CENÁRIOS
- Qual é a filosofia do IMPALA 67? Tocar música dos 70/80/90 de alto nível? Vcs
tocam músicas de quais bandas?
JADER
- O intuito é tocar dos anos 30 aos 90. Não pegamos ainda os anos 30. Mais 70 e
80. Eu sempre quis tocar essas bandas, por que me enriqueceram muito. São
músicas complexas pra tocar e pra cantar também. É também pesquisa e
desenvolvimento pro músico.
CENÁRIOS - Vi vc cantando uma música do Queen e vi que vc
tem uma ótima extensão vocal. Vc cuida da voz? Teve aulas nesse sentido ou isso
é de fábrica?
JADER - Eu sou muito fã do Queen. Sempre tem de ter Queen
no repertório. Eu puxei a voz do meu pai. Eu cuido bastante da voz sim. O rock
é um estilo que exige muito. O inglês naturalmente já aumenta uma oitava na
voz. Quando comecei foi um pouco complicado. Aprender a modular a voz foi
difícil. Cheguei a estudar com Tó Vilela. Mas aprendi mesmo foi escutando, tentando
imitar os ídolos, conhecendo suas técnicas. O Falsete por exemplo aprendi
sozinho. Aqueles drives também que alguns cantores usam. Depois peguei algumas
video-aulas interessantes. Pesquisei bastante e não paro de estudar. Quero
sempre melhorar. No mais, tomo muita água, não bebo cerveja nem nada no dia de
cantar, faço preparação e não brinco com isso. Evito café, cigarro,
refrigerante escuro. Sempre me preparo bem. Como a banda não tá tocando tanto,
a gente precisa ir devagar, sem afobar.
CENÁRIOS
- Você ouve coisas novas? Tem ciência de novas bandas e novos trabalhos
surgindo ou não consegue ver muita coisa nova digna de nota?
JADER
- Vou ser sincero. Eu até escuto. Mas poucas coisas me agradaram. Fico ainda
com os sons mais antigos. Dos novos eu gosto do Maron 5, Coldplay, Amy, Adele
acho incrível, ouvi recentemente o Gretta Van Flit. O povo fica comparando com
o Led, mas vejo diferenças. Acho que tem uma pitada de coisa nova. Mas ainda
prefiro as coisas mais antigas.
CENÁRIOS - Vocês tem feito muitos shows? Tem empresário
ou cuidam de tudo?
JADER - Eu mesmo é que negocio as coisas da banda .A
banda começou no ano passado no SHINE do ZÉ. Tá muito complicado o meio
musical, de fechar shows. Tá difícil negociar com as casas, que muitas vezes
nos sub-valorizam. Até que tocamos numa série de locais, mas poderia ser melhor.
E a maioria gosta do material da banda, mas há dificuldade para pagar os
custos. Alguns querem que a gente toque pra mostrar serviço.. O cenário tá
devagar. Mas a gente sempre tem esperança de que melhore.
CENÁRIOS - Além do trabalho com o Impala, vc tem um
trabalho próprio né? Violão e voz acústico. Como é esse trabalho?
JADER - Eu faço sim violão e voz nos barzinhos.
Geralmente eu, o Heráclito de Paula e o Batata. Eu gosto por que no barzinho eu
posso tocar o que eu quero. E tem muitas coisas que não cabem nas bandas e dá
pra tocar em barzinho. Eu faço com o muito prazer.
CENÁRIOS - Vcs vão tocar no SHINE CRAZY. O que a
rockeirada pode esperar?
JADER - Zé Ronaldo é amigo de muito tempo. Lembro do
Shine quando começou. O que a turma pode esperar é uma entrega de 5 pessoas.
Vamos fazer nosso melhor. Dar ao povo muito rock and roll. O Shine é nossa
segunda casa. Nos sentimos muito à vontade. Eu faço a festa. Fico totalmente à
vontade a galera abraça com a gente. Bon Jovi, Queen, Kansas, Boston, Aha, Eraser, Stones, Led, Whitesnake,
U2, Tears for fears,
CENÁRIOS
- Como voces analisam o atual CENÁRIO MUSICAL
JADER
- As vezes fico me perguntando: o que está acontecendo com a cidade em termos
de eventos? Monlevade já foi muito rica em eventos. Hoje vejo que decaiu
demais. Não vejo mais um ROCK NA RUA e a cidade tá pedindo isso. Não sei por
que acontece. Bandas boas nós temos demais em diversos estilos. De Rock tem
umas 6 ótimas. E isso muito devido ao Shine. Muitas bandas param por não ter
cena. Eu vim de uma geração incrível, com os melhores encontros de
motociclistas. E hoje não tem mais. Parou. E outras coisas também. Então, hoje
eu bato palmas pro Zé Ronaldo. Tem o Barrigudos também. Mas o quadro tem de
mudar. O pessoal precisa conversar mais, sei lá, a casa de cultura, a gente
pode sentar e conversar.
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