sexta-feira, 22 de novembro de 2019

O INDIOZINHO DE REMISSON ANICETO


Conheci o inquieto poeta e escritor Nova-erense Remisson Aniceto há pouco tempo, mas o suficiente para admirar a sua figura, suas lutas, sua obra. Remisson gosta de poetizar o cotidiano e o faz muito bem em versos e prosa. E agora se arrisca na literatura infantil com o livro "O INDIOZINHO QUE SE APAGAVA". Nome instigante né? O livro sairá pela importante editora gaúcha Coralina, que tem representantes até em Portugal. O INDIOZINHO QUE SE APAGAVA vai inaugurar o selo Coralina Jovem. O livro conta a história de Saíra, um frágil indiozinho adotado por uma família da cidade grande, mas negligenciado pelos novos familiares. Um belo dia, depois de tanto sofrer, decide procurar seus verdadeiros pais. Durante a fuga, descobre uma enorme árvore que o leva para outro mundo e uma seiva mágica que tem o poder de deixá-lo invisível. Basta esfregá-la em seu corpo para desaparecer. O projeto foi pensado para ser monocromático. 
Propositalmente, páginas escuras se misturam com páginas brancas, alusão às pinturas indígenas. Os traços fortes da ilustração se aproximam das pinturas corporais indígenas, bem como os tribais que desaparecem no decorrer do livro geram movimento e seguem o protagonista. O conceito da capa segue o mesmo padrão e possui uma tipografia escura e de difícil leitura, como se estivesse sendo apagada como o próprio indiozinho. Remisson, que não para um minuto sequer, teve o cuidado de enviar cópias para diversos escritores e educadores pra captar os feedbacks. Vamos a alguns.
Segundo Célia Armani, Coordenadora Pedagógica e Educacional e Especialista em Metodologias Ativas, trata-se de uma ótima escolha para escolas que desejam trabalhar valores. A professora aposentada Sonia Maria Lima Teixeira disse o seguinte" Quem nunca teve vontade de desaparecer, de sumir alguma vez na vida? Pois foi literalmente dessa forma que "Saíra", o personagem principal do livro "O Indiozinho Que se Apagava" conseguiu resolver seus problemas e encontrar o seu mundo. Misturando fantasia e realidade, Remisson Aniceto, em seu primeiro livro infantojuvenil, conseguiu, de forma perspicaz, envolver uma pluralidade de temas do cotidiano contemporâneo e de diversidade cultural em uma história cativante, desde as suas primeiras linhas. Vale a pena conferir". Escreveu o sociólogo e historiador, poeta e escritor Cesar Augusto de Carvalho. "Às vezes matuto se o artista tem consciência de suas escolhas para produzir sua obra.
Essa questão, que nunca será respondida, voltou-me à mente ao ler O INDIOZINHO QUE SE APAGAVA, de Remisson Aniceto. A começar pelas ilustrações, quase negras, prestes a fazer desaparecer tudo, até os caracteres. Aí você começa a ler a história e se surpreende com a quantidade de elementos simbólicos que se escondem na trama do indiozinho que, adotado e maltratado pela família branca, foge, não à procura do pai falecido num acidente, mas em busca de sua família, de suas origens. Saíra, o indiozinho, refaz a mesma jornada arquetípica de todos nós, a busca por nós mesmos. Não bastasse a força da narrativa, as ilustrações do livro ganham luz à medida que a história se desenvolve. O negro quase desaparece e o branco integra-se, carne e osso, à narrativa textual.Daí a minha pergunta: será que o autor tem consciência de suas escolhas simbólicas? Da força que elas têm e que ganham na construção do enredo?Mas, isso tem importância? Segundo a professora Monique Naiara M. Luz "Livro bom é aquele que provoca a discussão, promove o debate e aflora o positivismo, o incentivo e o desejo de agir e  transformar a sociedade para melhor. Procurando mostrar  sem demagogia e sem forçar a barra, que o único caminho para o bom convívio social é aquele onde o respeito, a amizade, o amor, a solidariedade, o entendimento e a aceitação caminham juntos. E estas questões são tratadas de forma muito clara no livro "O indiozinho que se apagava", de Remisson Aniceto. Estávamos carentes de um livro deste porte". Pelos comentários, dá pra perceber que o livro será um sucesso. Importante destacar que já está a venda no site da Editora Coralina. Só acessar o site editoracoralina e procurar o livro o indiozinho que se apagava e adquirir pela internet por apenas por apenas 25 reais. Mas pro pessoal de Monlevade e região, Remisson já  entrou em contato com Jacqueline Silvério pra fazer o lançamento na República Literária.

Nenhum comentário:

Postar um comentário