
Essa frase foi dita por dois engenheiros do DNIT na audiência pública que aconteceu em São Gonçalo, na última quarta-feira. Até parece que estavam ensaiados. Chegamos à cidade mais ou menos as 14 horas com sol abrasador e nos dirigimos ao belo Teatro da cidade. Lá chegando, já encontramos uma situação inusitada: o prefeito de Nova União nos apresentou fotografias, mostrando que a ponte próxima a sua cidade, também na br 381, estava comprometida. Culpa de que? Do peso dos caminhões que transitam pela BR. Hoje são bi-trens, tri-trens, tetra-trens, só Deus sabe quando vagões serão no futuro. Mas a reunião mesmo transcorreu de forma serena. Mesmo porque haviam poucos políticos presentes. Parece que a maioria estava num evento em Belo Horizonte. Por isso, houve poucas interrupções e discursos. Os engenheiros se alternaram na exposição. O primeiro, o sr Donizete foi mais objetivo, passando informações mais técnicas. Já o segundo engenheiro, o sr Carlos Rogério, fez uma exposição apaixonada contando a história de sua luta pela 381 desde 2001(depois de 10 anos nessa luta, já deve ter um bom repertório de desculpas). Mas ele discorreu sobre a complexidade da obra e de certa forma, envolveu a todos com seu carisma. Pra encerrar com chave de ouro a sua exposição, mandou que exibissem um vídeo em computação gráfica com uma simulação de como a estrada ficará após a duplicação.(deviam disponibilizar no site do DNIT, pois dá uma idéia muito bacana de como ficará a BR). Algumas coisas ficaram claras pra mim. As explicações desfizeram o mito de que haveria grande redução do percurso. A redução será ínfima. Porém, dá pra perceber que a intervenção será profunda no que diz respeito às chamadas obras de artes. Serão muitos, viadutos, pontes, retornos, que vão demandar um bom tempo para serem construídos. No final da audiência, o engenheiro Carlos Rogério abriu para perguntas. Muitos perguntaram sobre indenizações e licenciamentos ambientais. O engenheiro deixou claro que todos serão indenizados e que os impactos ambientais também estão sendo considerados, com as devidas compensações e ajustes. Muitos queriam saber também sobre os próximos lotes da duplicação, principalmente do trecho que nos interessa, de Barão de Cocais a João Monlevade. Mas os engenheiros deixaram claro que aquela audiência só trataria do lote até Barão e que no momento certo, haverá uma audiência também no vale do aço pra tratar do assunto. A última pergunta a ser respondida foi a minha. Eu quis saber se procediam as declarações de algumas autoridades regionais, de que as obras só começariam em 2012. O engenheiro respondeu de forma quase poética, que é um sonho pelo qual vem lutando já há algum tempo e que acredita no inicio da obra para este ano, mas que independente da data, vai lutar até o fim pra estar presente no dia em que a obra for inaugurada. Depois, o deputado Celinho, Petista e ligado ao movimento sindical, afirmou que mesmo que a obra não se iniciar este ano, é prioridade do governo Dilma e o importante é que saia. Após essas declarações, comecei a dar razão para o Zé Maria que declarou em alto e bom som duvidar que as obras se iniciem esse ano. Se começar, serei um dos primeiros a soltar foguetes. Mas também temos de considerar uma coisa: a BR 381 é uma artéria muito importante de Minas e do Brasil. Qualquer intervenção deve considerar alternativas e planos de contingências, pois parar a 381 significa parar o Brasil. Vejam que frase interessante. Então tá aí a senha. Se as coisas não andarem realmente, vamos parar a 381 que paramos o Brasil. Agora, independente de qualquer coisa, os radares já vem fazendo efeito. Pelas informações, já houve considerável diminuição de acidentes. Alguma coisa precisa ser feita no sentido de educar, de regular, de punir os malucos da BR. E não pensem que estou pessimista com a situação. Só não quero relaxar com um tipo de promessa que já é feita a anos. Já vi essa história um monte de vezes. Vai um assessor de imprensa, um engenheiro simpático e diz para tranquilizar a todos que dessa vez vai. Mas o tempo passa e tudo fica na mesma até a próxima promessa. Não podemos relaxar, seja como for, até que a obra realmente saia da computação gráfica para a realidade. O Célio Lima, que também esteve presente está um pouco mais otimista que eu, considerando a Copa do Mundo que se avizinha, a premência da obra e a adesão ao movimento das transportadoras e indústrias que vem sendo atingidas no bolso com a queda da ponte do Rio das Velhas e com outras pontes que poderão cair, como a de Nova União que já inspira cuidados. Acho até que pode sair. O que me assusta são as desculpas para possíveis protelações, como a possibilidade de recursos sobre recursos no caso das licitações, pontes do rio que cai, dificuldades orçamentárias, enfim, alegações e justificativas. Que vontade de ser mais otimista quanto ao curto prazo. Mas temos mesmo é de nos contentar com as medidas paleativas, pois o grosso da obra mesmo deverá ser construído pela construtora Tartacol. E salve os pardais!
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