
Numa conversa com Luciano Roza, que é diretor da Casa de Cultura, mas que vê o mundo por uma perspectiva histórica, cheguei à uma conclusão de que as coisas, principalmente no mundo capitalista em que vivemos, só tem valor quando chanceladas. Assim, uma música para ser ouvida, consumida, precisa primeiro ser chancelada pelas grandes rádios( chanceladas mediante jabá) e principalmente pela Rede Globo de Televisão. Sem isso, quase ninguém consegue reconhecimento. Por não ser um sujeito muito afeito a esse tipo de cerceamento intelectual, sempre busquei culturas alternativas. Durante muito tempo, peregrinei pelos sebos em Belo Horizonte e em lojas que tinham verdadeiros consultores musicais atrás das novidades. Hoje em dia tá até melhor, pois na internet dá pra gente encontrar coisas sensacionais. Pois bem. Existe um site chamado palcomp3, que é de BH e oferece um menu quase infinito de artistas de todos os jeitos que oferecem músicas de altíssima qualidade gratuitas pra gente baixar. Novidades da hora que vem de todas as partes do país e em todos os gêneros. Para um sujeito como eu, uma fonte muito bacana de novidades. A maioria ali faz suas músicas e busca um lugar ao sol e suas chancelas de legitimidade. Consegui garimpar coisas sensacionais mesmo, de cair o queixo, mas enquanto não tocarem na globo, enquanto não conseguirem inocular seus trabalhos nas veias do grande mercado, continuarão no semi-anonimato. O curioso é que gravei alguns cds com músicas selecionadas a dedo e dei para alguns amigos. Mas sabem o que aconteceu? Conversei com esses "felizardos" e nenhum deles ouviu nem uma música do CD. Mas agora eu entendo. Os trabalhos não foram chancelados.
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