AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar devo agradecer ao Prefeito Gustavo Prandini, que tem me apoiado no sentido de dar suporte para que os artistas Monlevadenses possam brilhar intensamente. Penso ser este um dos papéis mais importantes que a Fundação Casa de Cultura pode cumprir. Depois, devo agradecer ao Prefeito Nôzinho, à Secretária de Cultura Maria Célia, à Diretora do Centro Cultural Miriam Bronski, ao Assessor de Comunicação Ricardo Guerra, a todo o pessoal do Centro Cultural, o Ailton e ao público presente.
O CENTRO CULTURAL
Já conhecia o espaço só de visitar, mas trabalhar nele confirma tudo o que se diz sobre São Gonçalo: estrutura de primeiro mundo. Sonorização acima da média, com mesa digital de última geração ( o Ailton não vai gostar, pois com certeza quer muito mais), telão bacana, tudo que um artista precisa para se apresentar bem. Todos ficaram muito bem impressionados. O atendimento por parte de todos foi de máxima cortesia. O Ailton parece o homem aranha, subindo pelas cordas e pilastras, carregando uma escada enorme como se fosse de papel e dando toda a assistência, com a maior calma do mundo.
O PÚBLICO
Foi pequeno nos dois shows, mas atento e participativo. A Miriam Bronski já havia nos avisado de que o feriadão havia esvaziado a cidade e admitido que a divulgação foi pequena. Pra mim, principalmente em função de uma sobrecarga da comunicação logo na semana, envolvida com mais uma notícia muito boa pra cidade: a vinda de uma nova indústria para a cidade. Êta São Gonçalo! Mais prosperidade chegando. Mas de qualquer maneira, penso que as duas bandas deixaram suas sementinhas plantadas nos corações e mentes de quem compareceu. Além do mais, uma pessoa apenas é um universo. Quem sabe em data próxima as duas bandas possam retornar para tocar com casa cheia?
Na passagem de som, todos maravilhados com o Centro Cultural. Mark Jr, acostumado a tocar em vários tipos de espaço não escondeu a sua admiração. Tudo perfeito, som excelente. Tivemos de pegar a bateria com um grande amigo da música local, o grande swingueiro Topete. Fomos até lá e o baterista da banda, que é de Itabirito enlouqueceu vendo os tambores que o artista Gonçalense produz. E justificando o seu nome, o "topetudo" artista nos mostrou outros instrumentos que está produzindo, como violões, violas e bandolins. Topete botou um violão excelente em minhas mãos e ficamos improvisando músicas, ele ao bandolim e eu ao violão. Deu vontade de ficar lá tocando o resto da noite. Mas a obrigação nos chamava. Tivemos de deixar o amigo por lá pra acabar de montar o set para o show. Lá chegando, o batera percebeu que havíamos esquecido o tapete para trás ( o tapete serviria para fixar o bumbo da bateria no chão, que escorregaria se não estivesse bem firme). Falamos tanto do Topete que o próprio Mark Jr quis ir comigo pra buscar o tal tapete. Lá chegando, Mark se encantou com o violino no Topete e cismou de tocar. Ouvindo ele tocar, cheguei à conclusão de que o homem inventou o instrumento tão peculiar ouvindo os pernilongos fazendo seus concertos. Partimos então para o Centro Cultural e finalizamos a montagem do set. Daí a pouco começaria o show. O público chegava muito devagarinho. Curioso, fui conversar com algumas pessoas e a maioria do público era formado por católicos. O povo é mais ecumênico do que se pensa. O show começou e o som estava perfeito. Banda boa, no chão, excelente guitarrista, batera, baixo, teclado. Bandaço. Mark se revelou um excelente mestre de cerimônias, conversando com o público, brincando com astral alto, muito profissional. O público embora pequeno respondia muito bem, dançando, erguendo as mãos, vivendo a alegria da fé. Mark tocou desde as canções de seus dois Cds, que tem tocado no Brasil inteiro, até hinos de louvor conhecidos de católicos e evangélicos. Os ritmos vão do rock às baladas, mas tem uma música que lembra um calipso, que põe todo mundo para dançar. Depois do show, Mark me contou sobre a rotina de shows da banda. Graças a Deus a agenda está sempre cheia.
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O Umbigo já começa peculiar no nome. Quando chegamos, mais uma vez: UAU!Todos estupefados com a beleza e qualidade do Centro Cultural. Fiquei na porta conversando com algumas pessoas e pude perceber que muitos não estavam sabendo dos shows que estavam acontecendo. Quando eu falava que quem iria tocar era a banda UMBIGO, muitos olhavam de forma enigmática. Eu informava que seria um show que mistura rock e jazz. Na passagem de som me deparei com uma coisa que eu não havia pensado. Trem complicado fazer som de banda de rock em teatro. No dia anterior o som estava perfeito, mas a banda tocava um som mais límpido. Já para o Umbigo que tem uma sonoridade mais rock, foi um problemão acertar o som. O baixo apresentava um som não muito definido, o mesmo acontecendo com a guitarra. Eu pedia ao Nícollas, baixista, para baixar o volume pra equilibrar um pouco. Pedia também mais som na guitarra, mas não chegava. Depois de vários testes chegamos a melhor sonoridade possível. Só que no fundo, eu não estava gostando. Como acompanho o Umbigo a algum tempo, sei que o som da banda é mais definido. Só se tocasse com menos volume, mas é demais pedir a uma banda de rock que toque baixo. Acabamos de passar o som quase na hora da abertura das portas do Centro Cultural. Enquanto as pessoas chegavam, iam assistindo a um filme sensacional chamado PURO VOLUME, que conta a história dos processos de criação de 3 dos maiores guitarristas do mundo. Percebi que haviam vários integrantes de bandas locais estavam super atentos ao filme que é realmente sensacional. Mas finalmente chegou a hora do show. Assim como nos shows anteriores fui um espécie de mestre de cerimônias (MC). Confesso que fiquei meio apreensivo. Uma coisa é fazer em Monlevade, com torcida a favor. Mas começou tudo bem. Desci do palco e fui para o meio do público, onde fui assistindo ao show e interagindo com o pessoal. Enquanto ia assistindo, fui conversando com o pessoal, conhecendo as bandas, conversando com a banda no palco. As pessoas estavam um pouco tímidas e poucos se arvoraram a fazer perguntas. No princípio senti que algumas pessoas estranharam, pois era um show de rock instrumental de músicas inéditas. Mas o povo foi ao delírio quando Júlio Sartori foi convidado ao palco e a banda tocou Purple Haze de Jimmy Hendrix. Ali a banda ganhou a roqueirada. Depois a banda ainda engatou mais uma música daquelas de fritar o cérebro, quando Daniel toca uma guitarra muito louca, que ri, que grita. Não resisti e até pedi que ele tocasse a guitarra em separado pro pessoal ouvir. Nesse momento, fiz amizade com o pessoal da banda Maverick Escarlate, que é de São Gonçalo e toca o fino do Heavy Metal. Perguntei a eles se queriam fazer alguma pergunta pra banda e o cara perguntou: vocês tocam alguma do Led Zepelin? Júlio Sartori subiu ao palco e mandou uma do Zepelin de Chumbo, levando o povo ao delírio novamente. Depois foi a vez da banda tocar a música que considero a mais original dentre as composições próprias: a enigmática e quebrada Machu Picchu. Continuei circulando no meio da galera e descobri mais uma banda local presente. O nome da banda era Dark Roses. Perguntei se queriam fazer alguma pergunta e eles pediram uma do Rush. O umbigo lascou Tom Sowyer. A roqueirada delirou de novo. Quando chegava quase o final do show, perguntei se alguém mais queria falar alguma coisa e um sujeito malucasso pediu o microfone. O sujeito pegou o microfone e disparou a xingar . Falou que eu não tinha de babar ovo no prefeito Nozinho, nem Prandini e nem ninguém. Eu falei pra ele que eu tinha de agradecer sim, pois estávamos lá por causa deles. Ele retrucou dizendo que aquele teatro era dele,que a cidade também era dele e que eu era muito chato. Em princípio fiquei sem ação. Ele fez uma pergunta pro Daniel Bahia, do porque dele ter levado a guitarra Les Paul e não a ter utilizado. Daniel muito delicadamente respondeu pra ele que resolveu na hora não utilizar e o cara continuava falando. Depois esboçou um inicio de pedido de desculpas mas o Daniel falou pra ele que não tinha problema, que era tudo rock and roll e tava tudo certo. Só que o cara começou um novo discurso agressivo e fui forçado a dar um safanão nele e tomar o microfone. Ele dizia que tinha uma banda de heavy metal chamada Black Fire. Sem noção. Mas todo lugar tem alguém assim. Depois a banda ainda tocou a musica Woodstock enquanto um vídeo histórico do Festival em 1969 rolava no telão. Em minha opinião, foi a melhor do show. O show acabou e ainda ficamos por ali, conversando com as pessoas. A conversa com uma dessas pessoas pra mim valeu o show. Encontrei com o Ricardo Rodrigues, germinal da família Rodrigues, sujeito dono de vasta cultura que imagino ser um dos pontos altos da cultura local. Ricardo rasgou elogios ao Umbigo, fez uma série de considerações interessantes e fiquei muito mais tranquilo, pois percebi que ele tem alcance intelectual suficiente para entender a música do Umbigo. Valeu São Gonçalo. Esperamos retornar em breve.
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