
Vem chegando o ovo, quer dizer, a páscoa. O coelhinho se prepara para esconder a ovaiada e a meninada, alvoroçada. É bonito ver as crianças vivendo a fantasia, mas existe algo sinistro por trás dessa "inocência". O sentido da religiosidade é substituido pelo lúdico e pelo consumismo. Uma espécie de ternura embalada e marketada. No natal também é assim. Papai noel abafa o aniversariante . Além dos presentes tradicionais, tem ainda os amigos ocultos. Dia 12 de outubro é dia das crianças é dá-lhe presentes, fazendo o povo esquecer N.S.Aparecida . O capitalismo enraizou-se em todas as atividades humanas. O medo de Deus já não existe. O medo real é o de não ter crédito. Aliás, até Deus virou um produto, vendido em butiques evangélicas, em igrejas geométricas, quadrangulares, retangulares e por aí vai. Chega-se a vender desencapetamento, curas pela internet e tudo que se possa pagar com cartões. Deus foi processado, produzido, embalado e está nas prateleiras, pronto para ser consumido. Mesmo assim, vamos deixar que ressuscitem os seres humanos sensíveis que hibernam dentro de nós. A morte é um estado transitório. Vamos deixar na prateleira o Deus-produto e nos colocar na correnteza do Deus que é vida e luz. Apesar da força da grana que ergue e destrói coisas belas, uma boa páscoa para todos.
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