domingo, 20 de fevereiro de 2011

CAFÉ PEQUENO

Tenho um amigo de Alvinópolis chamado Jovelino que certa vez me falou: - Marcos, nós somos café pequeno. Na hora fiquei revoltado com ele. Argumentei que não concordava, pois existem segmentos demais pra tamanha generalização. No que diz respeito à música, à cultura em Alvinópolis, temos uma história, uma trajetória e portanto temos nossa importância. Mas o Jovel não falava disso. Ele falava de dinheiro e poder, das articulações nas caladas, das traições, das jogadas sinistras, da maldade que não temos para jogos tão pesados. Ele dizia já ter frequentado ambientes onde se conversava em torno de grandes cifras e que em torno dos políticos, inclusive dos bem intencionadas, há sempre uma corte de figuras nefastas que sabem puxar bem puxado e tecem uma teia de elogios para ludibriar os líderes. Como o poder é um espaço de vaidades, quase sempre os manda-chuvas se deixam levar por essas ratazanas e fazem seu jogo sem perceber. As ratazanas são tão espertas, que conseguem seus intentos sem que o líder se dê conta. Elas(ou eles) tem paciência, martelam suas idéias, aliciam pessoas próximas, vão ocupando espaços aos poucos e quando o líder percebe, está pior que sozinho, rodeado por uma matilha de hienas. O Jovel dizia respeito a uma situação particular vivenciada por ele. Tá certo amigo! Sou café pequeno, mas com muito pó, pouco açúcar e uma pitada de cicuta. Charles Darwin já deu seu veridicto. Os mais aptos sobrevivem. Portanto, melhor que um nerd esquálido não se aventure num ringue de pesos pesados, pois um soco apenas pode ser fatal. No entanto, num game virtual, num ambiente que domina, o nerd pode trucidar o lutador do ringue em poucos segundos. Ai, deixamos de ser cafés pequenos e nos tornamos, sei lá, capuccinos.

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