
Minha mãe foi a pessoa mais refinada que conheci. Com ela, adquiri a cultura da cortesia, de tratar todos do mesmo jeito, com educação, com um sorriso, seja doutor, seja varredor, qualquer um. Como lembrou o amigo Marcelinho, também tenho o sangue quente italiano e as vezes entro em erupção mesmo, mas 95% do tempo, opero na cortesia. Tem também aquele ditado, cortesia gera cortesia, tratar bem para ser bem tratado e por ai vai. Só que à partir de um fato que aconteceu comigo, percebi que até a cortesia pode ser mal interpretada. Trem danado. Para algumas pessoas, pode soar como puxa-saquismo. Quando vejo uma pessoa que está radiante, que está bonita, que está exercendo muito bem o seu papel, tenho uma baita vontade de dizer isso pra essa pessoa. Mas aí vem o problema. As vezes o elogio é interpretado como bajulação ou mesmo como cantada. Só pra exemplificar, dia desses fui elogiar uma pessoa com a qual tinha até certa amizade. Foi um elogio sincero, como outros que já havia feito. Não é que essa pessoa veio com um discurso feminista, de que cavalheirismo era uma forma hipócrita dos homens elogiarem as mulheres pra ganhar algo em troca? Caramba! Jamais pensei em ter qualquer tipo de benefício. Apenas fiz um elogio num momento em que achava que procedia, assim como já havia feito antes. Mas parecia que a pessoa já estava armada contra mim, pronta a me dar coices. Pensei comigo: não posso generalizar por causa de uma pessoa apenas. Mas por via das dúvidas, se tiver vontade de elogiar uma mulher, pesquise primeiro se ela é militante feminista. Se for, pense muito bem antes de elogiar. Pode soar como ofensa.
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