quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

CONJECTURAS


É incrível o quanto se conjectura por aqui. Existem vários videntes de plantão tentando antecipar cenários. Existem aqueles atores que se intercalam no protagonismo da cidade e quando esses atores, de aqui ou até de longe se pronunciam, logo vem os interpretes tentando decifrar enigmas, filigramas de palavras escondidas no meio das frases. Tem vírgulas extremamente significativas e reticências não tão confiáveis. Engraçado que cada um tem seu ponto de vista e acaba traduzindo cada acontecimento, adaptando para os interesses do seu público. Assim, qualquer declaração mais apimentada é sinônimo de ruptura. Os separatistas ficam alvoroçados, começam a maquinar novos argumentos para tentar mover a opinião para seus objetivos. As mentes diabólicas da oposição começam a funcionar e a dar sustentação as idéias dos separatistas, afinal, nada melhor que soprar o fogo ateado. É preciso muita firmeza de caráter para não se contaminar, para não sucumbir aos argumentos tóxicos. Política é isso: essencialmente uma guerra de argumentos. Porém, as conjecturas são quase sempre derrubadas pelos fatos. Quando digo quase sempre, é porque uma delas vai ser a certa. Quase sempre, a mais óbvia. Exatamente a que muitos não conseguem enxergar.

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