domingo, 30 de outubro de 2011

FUNK É MACUMBA

Não pensem que estou esculachando o funk. Muito pelo contrário. O funk brasileiro tem seu valor como expressão cultural. O gênero começou com umas bateriazinhas programadas, com aqueles grupinhos Copacabana Beat e o quase dinossauro Latino fazendo o tal de funk melody. Depois vieram os bondes do tigrão e dá-lhe bondes de todo tipo. Nessa época também pintaram Claudinho e Bochecha com algumas melodias até bonitinhas. As baterias ainda eram programadas e até ingênuas.Depois, as letras foram ficando mais sujas, com o MC Serginho, com o Creu, com Tati Quebra Barraco, mais ousados, abusando das letras de duplo sentido. Um sujeito como Gabriel, o pensador é um capítulo à parte e nem pode ser incluído na tribo. Mais recentemente, pude perceber que houve uma mudança interessante nas percussões. Não sei se vocês repararam mas as batidas deixaram de ser quadradinhas, passando perto das batidas de candomblé. E o mais interessante é que os sons utilizados não são aqueles registros de peças de bateria, mas tudo feito na boca - o pessoal chama de Pit Box. O efeito é interessante E considero uma evolução, afinal, os compassos ficam com mais swing, mais molho. O foda é que o pessoal exagera na dose e fica tudo muito igual. Alguns registros de vozes são melhores que os outros e isso é até natural. Mas a repetição da fórmula já está começando a cansar . Outra coisa. Já está na hora de aparecer gente que saiba criar boas letras. Essa parte aí é que deixa um pouco a desejar, pois o gênero acaba servindo apenas para entretenimento e pouco acrescenta no quesito conteúdo. Mas quem sabe dessa macumba não saia algo de bom no futuro? Vamos aguardar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário