quarta-feira, 30 de novembro de 2011

ENTREVISTA COM DANIEL BAHIA - DO UMBIGO TRIO


Pois é, fiz umas perguntas provocativas pro Daniel Bahia, do Umbigo Trio e as respostas foram do mesmo tamanho. Leia e entenda porque o UMBIGO é o trabalho mais instigante da cidade no momento.
Ah...e eles estarão nesta quinta na primeira edição do  5ª CULT, junto com a banda THE TRAVEL.

1) - Por que o nome UMBIGO? Por acaso vocês fazem música pro próprio Umbigo?

Umbigo não tem significações e não queremos isso. Como todo nome de banda, esse nome veio à tona e ficou. Depois é que vieram os signicados. Por exemplo, por onde nasce toda matéria sonora?

2) - Não acham muito perigoso fazer música instrumental, num país tão acostumado aos estilos mais populares?

Eis a questão. Não fazemos parte de nenhum modismo, tendênicias, movimento...sendo assim não temos o que temer. Eu CREIO que o contrário, o avesso, o não convencional podem vingar e dar mais certo do que vc se entregar a estéticas pré-estabelicidades pela mídia. A música instrumental é tão grandiosa quanto a música cantanda. Temos exemplo de vários músicos que vivem de música instrumental. Eu estou pouco me lixando para rótulos, se tenho vontade eu faço. E foi assim com o Umbigo.

3) - O que vocês fazem não pode ser considerado jazz, uma vez que não tem improviso, mas convenções. Como pode ser classificado o som de vocês?

Classificações deixam o som pasteurizado. Não pensamos em estilo para compor. A única coisa que pensamos é não sermos iguais aos nossos ídolos, buscarmos caminhos próprios. Por isso, fica difícil enquadrar a banda em algum estilo. E no fundo o grande barato é esse. Cabe tudo. O Umbigo quer renascer dos estilos que bebemos na barriga da ''Mãe Música''.

4) - Tem uma música de vocês chamada MACHU PICCHU, que é realmente muito boa. Foi a música que inspirou o nome ou o nome que inspirou a música?
Umas das nossas inspirações é o cinema, paisagens. Um dia estava vendo um documentário sobre o Machu Picchu e isso me inspirou muito. Daí canalizei essa inspiração em música. Não fazemos música para provar que somos os melhores, com solos virtuosos, passagens de entortar a cabeça. Fazemos música porque somo sensívéis ao que nos cercam. Seja uma palavra, uma montanha, uma curva de uma mulher ou uma cultura...

5) - A banda no inicio tinha André Freitas no baixo. Depois o André esteve dedicado a alguns projetos pessoais e Nicollas Ferreira o substituiu. Mas o André participou da criação das músicas. Qual o diferencial dos dois?

Ambos são excelentes músicos. O André é multi-instrumentista e isso ajuda muito. O Nicollas é um baixista fenomenal que preenche todos os vázios da música. Não tem comparação. Prefero dizer que os dois têm o Umbigo em si...


6) - Nos shows, além das músicas instrumentais, que são muito legais, você tocam clássicos do Rock. Isso ajuda a linkar a galera e azeitar para ouvir as músicas autorais de vocês. Mas as músicas que tocam são escolhidas a dedo, geralmente músicas que quase nunca estão no repertório da maioria das bandas. Quais os critérios para essa escolha?

O critério é a energia da música. Não colocamos qualquer música no repertório. Ela tem que estar no msm nivel das instrumentais.

7) -Vocês tocam Beat it do Michael Jackson, mas enfatizando mais a guitarra. O Ed Van Halen é uma influência?

Claro. Assim como todos os grandes guitarristas. Assim como a poesia. Assim como a dança do Michael Jackson. Assim como o groove dos guetos. Assim como os Planetas, ou seja, o universo intrisecamente nos inspira.

8) - Até onde estudar música interfere no som do Umbigo?
Interfere na qualidade. Daria para compor sabendo um acorde, mas se tivermos mais técnica, o leque é maior. Daí dá para colorir nosso som.

9) - Como vocês avaliam o cenário do rock de hoje em dia?
Cenário desunido. Pronto. Mas não perco a esperança.  Queremos ''botar nossa música na rua e brincar de tocar''.

10) - Vocês sempre estiveram antenados com relação à cena local. Quais bandas vcs apontariam como representativas na cena monlevadense?

Gosto de ajudar as pessoas, de dar o braço e apostar na musicalidade dos amigos. Monlevade é rica musicalmente, falta espaço. Temos a The Travel, O Esboço, Roses in Black, Infocus, Desarme, Audio Funcho, Isabela Leles, Phelipe Godinho e Cila Cordelli, João Roberto e Ronivaldo, nossa, tem gente boa demais. Alô alô galera, vamos musicalizar as esquinas de João Monlevade.
11) - Vocês entrarão em estúdio em breve para gravar o primeiro CD da banda. Quantas músicas e o que o público pode esperar?

Iremos gravar 6 músicas e uma faixa ruído. Muita gente pergunta se já temos cd gravados, entao quer dizer que eles querem a fonte sonora para terem devaneios intimos, ora escutando em casa sozinhos ou com os amigos, ou no carro, no celular. Esperem por multiplicidade sonora.


12) - Vocês tem agendado um show no dia 25 de dezembro no Rock na Rua, junto com a consagrada banda CONCRETO. Qual a expectativa para este show? Será um desafio levar o show  para a praça, já que não foi testado perante grande público?

Será o grande show do Umbigo. Estamos preparando um show especial, com um repertorio com musicas novas e uma performace bem energética. O Concreto é uma referencia, será um prazer dividir o palco com eles. Tenho a seguinte ressalva:  se nosso show funcionou bem em lugares pequenos, em lugares grandes iremos matar a ''PAU''.

13) - Quantas músicas próprias vocês tem? Tem outras no forno?

Temos 7 músicas prontas. Mas temos o privilégio de compor com muita facilidade. 

14) - Como professor, o que diria para a moçada que está começando?
Estudem, olhem para as montanhas, leiam o livro das ''Ignoranças'', não tenham medo, compre uma passagem para saturno.

15) -  E como roqueiro, o que recomendaria  

Estudem. Só com estudo um artista consegue chegar próximo a perfeição, seja roqueiro, mpbeiro ou assoviador. 

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