BR 381 - PSICOLOGIA DOS USUÁRIOS

Uma coisa que eu nunca havia pensado, mas que me veio à cabeça agora cedo. Quais são as motivações dos que utilizam a BR e as ansiedades que isso acarreta? Eu digo isso pelo seguinte. Quem tem familia já vivenciou a cena dos filhos sentados nos bancos de trás dos carros, perguntando a todo minuto: - pai, tá chegando? Dai a 5 minutos, de novo: - pai, tá chegando? Muita gente utiliza a BR para descer para o litoral, seja os que vem do centro-oeste, seja vários que vem do interior do estado. Ao volante, quando não tem ninguém pra revezar, encontra-se um motorista cansado, com as pernas doendo, muita pressa pra chegar ( e muitas vezes, muito chão pela frente ainda), além do desgaste da atenção e a tendência em utilizar a força do possante para ganhar algum tempo. Eis ai um perfil perigoso, não concordam? Tem ainda os caminhoneiros, estes pilotando seus elefantes, seus trens as vezes com 2 e 3 vagões. Esses caras, muitas vezes tem de tomar algum tipo de substancia para se manterem acordados. E quando descem na banguela, tem de sair da frente mesmo. Para eles, os carros pequenos são como formiguinhas. Imagine se um elefante ao caminhar se lembra que está pisoteando formigas? E tem também os Airton Cena Macabra, os motoristas fanáticos com automóveis e velocidade que fazem das ultrapassagens um jogo. O problema é que não tem "game over". Tem ainda os motoristas tranquilões que gostam de andar devagarinho, na deles. Só que eles tem de dividir a pista com os nervosões, com os apressados, com os elefantes e os trens. Para completar o menu explosivo, os próprios acidentes e paralizações geram mais nervosismo, mais cansaço e necessidade de apertar o pé. Não sei não. Acho que além da duplicação ou de fiscalização, precisamos sim pensar nos perfis, na psicologia dos usuários. A abordagem precisa e deve ser multisetorial. Mesmo porque, embora devamos racionalizar, não podemos engessar a rodovia, torná-lo um martírio maior para quem tem de ir e vir.