
Essa não é uma frase minha, mas de um divulgador com quem eu ainda não encontrava há muitos anos desde que trabalhei na Rádio 98 Fm em Belo Horizonte. Estava eu viajando de trem, quando percebi que um sujeito mais ou menos da minha idade sentou-se no restaurante numa mesa mais ou menos afastada e ficou me olhando. Notei que era um rosto familiar, mas não conseguia me lembrar. Mas ele também teve a mesma impressão e me cumprimentou. Passado um tempo ele aproximou-se e perguntou: -Vem cá, por acaso você não é o Homem de Lata? ( um apelido que carreguei por muito tempo. Depois conto essa história). Na hora reconheci o sujeito. Era o Fernando, que trabalhou divulgando vários artistas por uma grande gravadora multinacional. Ele me contou que havia parado de trabalhar com divulgação de artistas um tempo antes da internet mudar completamente o cenário. Casou-se, teve filhos e mudou-se para o distrito de Cocais, onde reside com a sua familia ( perguntei se conhecia o grande baixista Monlevadense Eduardo Moreira, que também mora por lá, mas disse não conhecer, pois seu sitio era um pouco afastado). Ainda quando trabalhava na gravadora, conheceu alguns executivos de uma multinacional da indústria química que fornecia insumos para a própria gravadora em que trabalhava. Acabou que lhe ofereceram um emprego de vendedor e consultor e ele está lá desde 1998. Segundo ele uma empresa ideal para se trabalhar, pois tem solidez e zero de concorrência, sendo a unica que fornece matéria prima para a indústria nacional. Ele viaja pelo Brasil inteiro e pega sempre o trem para fugir da BR 381. Bom, mas voltando ao tema inicial, o Fernando começou a falar do cenário atual, da quebradeira das gravadoras, do cenário musical e finalmente sobre a Rádio Alternativa. Contou-me que a sua esposa ficava ligada o dia inteiro na Rádio Monlevadense por causa da programação eclética. Embora sua ligação maior seja com Santa Bárbara e Barão, que tem sua própria rádio, contou-nos que a Alternativa era muito ouvida por lá. Fez perguntas sobre Monlevade, sobre o porque de não ter mais rádios influentes em termos regionais e lhe respondi da seguinte forma. - Bom, a Rádio Cultura poderia ser uma potência regional, mas faz a opção de ser apenas um braço político de seu dono e praticamente só fala para o público monlevadense. Outra rádio que poderia ser uma interessante opção, a GLOBAL FM, infelizmente enveredou pelo mesmo caminho. Não mira o mercado regional e sua programação não tem nada de original, de diferencial. Só toca o estilo sertanejo, como se só houvesse caipira nessa mundo. A Rádio Alternativa, por um tempo até chegou a ter um programa de conotação política, mas que durou um certo tempo e depois retornou ao seu estilo de tocar músicas sem politizar demais, com um jornalismo mais light, sem se tornar tão local assim. O resultado é uma liderança de quase 30 anos em nível regional. O Fernando me contou que em Minas tem outras rádios no estilo da Alternativa, principalmente no triângulo mineiro e sul de Minas, rádios com poder de difusão em regiões imensas. Ficamos ainda conversando sobre gosto musical e do quanto vamos ficando chatos com o tempo. Eu, particularmente, fico à cata de músicas diferentes, principalmente rock, mpb e jazz e a internet tem me suprido dessas necessidades. Sei que sou exceção e não regra, então, não vou ficar esperando que façam uma rádio segmentada para agradar apenas ao meu gosto. Rádio é um negócio e tem de agradar a média. Neste sentido, não há como negar que a Alternativa é uma rádio inteligente. Não sei dizer se sua programação, se sua coordenação se baseiam em pesquisas ou intuição, mas se for a segunda opção percebemos que vem acertando há muito tempo. Ficamos ainda lembrando das palhaçadas que fazíamos na 98, da equipe de humor que está de volta fazendo o 98 futebol clube. Depois ele me disse que qualquer dia iria a Monlevade e me telefonaria e que gostaria de voltar a Alternativa para visitar o Weber e o Geovani Gandra ( que não está mais na rádio, mas arrebentando em Ipatinga). Falei pra ele que seria um prazer e que tenho certeza que o Weber também iria gostar muito, pois é um daqueles sujeitos cujo papo dura, e dura...e continua depois. Só avisei pra ele que seria melhor ir com uma camisa diferente, pois ele estava com uma camisa com listras pretas e brancas que poderiam deixar o Weber e o João Carlos de mau humor ou com cara de satisfação, dependendo dos resultados na Libertadores.
Grande Marcos Martino!Moço tomei a liberdade pra agradecer em nome da família Rádio Alternativa,muito obrigado pelas palavras!!!Nós acreditamos no trabalho,trabalhamos sério e estamos como diz o Marcelo d2 "a procura da batida perfeita " sempre.Abraço ao Fernando...
ResponderExcluirValeu meu caro.
Uai! programação eclética? será que eu entendi bem?que eu saiba a não só a alternativa como todas as outras FMs de JM. tem programação segmentada voltada para o gosto duvidoso só se preocupando com quem tem gosto nenhum para musica. qual é né cara, deixa disso né.
ResponderExcluirGosto duvidoso? O que é gosto duvidoso? Ora, gosto duvidoso é o gosto que não é como o nosso né? Eu digo eclética no sentido de não tocar apenas sertanejo. Toca sertanejo também, porém veicula sucessos de todas as épocas, desde a dance-music, ao pop rock, axé, romântico, pagode, de tudo. Rola Titãs e Amado Batista. Mais eclétismo, impossível. Sendo assim, não é uma rádio segmentada, mas plural. Mas como eu disse, rádio popular se faz para a média, não para ouvidos mais exigentes como deve ser o seu caso. Vivo pra ver o dia em que vão fazer uma rádio segmentada na região, no estilo Guarani, Alvorada, 98, mas acho que não sobreviverá, pois a maioria do nosso povo vai optar mesmo pela chamada música popular. A Alternativa é espelho do nosso povo, meu caro. Seus programadores são antenados para descobrir o que o povo deseja e fazem tudo para atendê-lo. Nisto reside o sucesso da rádio.Para quem não se satisfaz, tem a internet.
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