quarta-feira, 3 de agosto de 2011

POESIA? PRA QUE POESIA?


Eis um assunto completamente sem importância.
Ninguém precisa de poesia para viver.
As pessoas precisam comer, beber, dormir, 
moradia, vestuário e saúde.
Educação, só para o básico.
Lazer é importante, pois não dá  
para ficar sem um futebolzinho, 
sem um churrasquinho com cerveja 
e sacanagem... muita sacanagem.
Quanto à tal da poesia, ah...
ninguém precisa de poesia.
As pessoas também precisam de trabalho, 
de um emprego para passar o tempo 
e pagar as contas.
Precisam também de fábricas 
para fazer carros, computadores 
e todo tipo de produtos.
Precisam ainda de aviões, 
trens e navios para carregar o mundo.
Precisam de porcas, parafusos, 
válvulas, chips e petróleo.
Mas poesia? De que serve a poesia?
O mundo precisa de técnicos em informática, 
de influenciadores digitais, 
de especialistas em internet, 
de comerciantes, advogados, donos de bar, 
jogadores de futebol, médicos, dentistas, 
professores, contrabandistas, 
políticos, prostitutas e cafetões.
Mas os poetas são uns inúteis.
Pra que poesia, se a vida real 
é tão pragmática, 
áspera e cruel?
Poesia, cultura, arte, 
não são prioridades. 
São supérfluos.
Esqueçamos Carlos Drummond de Andrade, 
Mário Quintana, 
Vinicius de Moraes, Pablo Neruda, 
Cecília Meireles, Paulo Leminski, 
Chico, Caetano, Gil, 
Fernando Brant, Cazuza, Renato Russo 
e esses vagabundos 
que nunca gostaram de trabalhar.
Quanto a essas livros 
todos cheios de bobagens, 
vamos queimá-los 
e fazer uma mega fogueira. 
A chama será tão alta 
que pode atear fogo nas nuvens.
E deixa eu parar por aqui, 
senão vão me acusar 
de poeta. 

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