sexta-feira, 19 de agosto de 2011

SAUDADE DA ROÇA


Se tem um assunto que vira polêmica rapidamente é o fato de João Monlevade não ter zona rural, mas dar tanta ênfase às cavalgadas e festas agropecuárias. É Saudade da roça, gente! Como a cidade é formada por pessoas que vem dos municípios próximos para trabalhar, municípios estes eminentemente rurais,  acaba que dá uma baita saudade de sentir cheiro de bosta de boi, de sair cavalgando sem rumo por esse mundo de Deus. São muitas gerações de famílias que vieram há muitos anos, os pioneiros que aqui fincaram raízes bem antes da cidade se chamar João Monlevade. Falo isso à partir de ponto de observação bem peculiar. Sou de Alvinópolis, aqui pertinho. Acho que tem mais Alvinopolenses aqui do que lá. E não são só Alvinopolenses citadinos. Também dos distritos de Major Ezequiel (majoritários) e Fonseca, além dos que vem da roça mesmo. Ô trem bão, sô!  E olhem que Alvinópolis é um ponto um pouco mais distante. Inclusive, já vi muito líder monlevadense falando da região sem citar Alvinópolis e Dom Silvério, por serem mais pra cima, próximas a Ponte Nova. Mas não duvidem. O êxodo de Alvinópolis pra Monlevade sempre foi e continua enorme. Sei que o mesmo se repete com Rio Piracicaba, com os distritos do Jorge e Padre Pinto e sua zona Rural. Bela Vista então nem se fala. Há pouco tempo tive oportunidade de andar de ônibus pela zona rural do município  que é enorme. São Domingos do Prata também não é diferente, uma cidade eminentemente rural e com zona rural gigantesca. Aí os amigos intelectuais, afeitos à MPB e ao Rock ficam buzinas da vida quando a cidade investe numa cavalgada e festas congêneres.  Eu, particularmente, também não sou adepto desse tal sertanejo pop, mas também gosto de um cheirinho de curral, de caldo de cana na hora. Não posso ser hipócrita em dizer que fico ansioso para que chegue a cavalgada. Realmente, me desculpem, mas não gosto dessa música sertaneja vigente. Mas respeito os cavaleiros que vem de longe para se congraçar. Acho bonita a relação do homem com seus animais. Já fiz até uma música sobre o tema para uma cantora da região, a "Silvanna" de São Domingos do Prata. Bom, sei que essa conversa pode não dar em nada. Quem gosta, gosta. Quem não gosta não vai gostar mesmo. Eu sei que tem muita gente que se irrita com a invasão dos cavalos, com o quanto sujam a cidade, com a loucura dos cavaleiros, mas pessoal, vamos dar um desconto. É só saudade da roça.

O nome da música que fiz pra Silvanna é Rainha das Cavalgadas. Quem quiser ouvir, só acessar o link http://palcomp3.com/silvannaeoscowboys/#!/a-rainha-da-cavalgada

2 comentários:

  1. Martino,
    Concordo. Mas penso que é mais que saudade da roça. As cavalgadas serviram para integrar a Monlevade Rural (Carneirinhos) à Monlevade Industrial (bairros industriais). Os blogueiros pouco falam dessa dicotomia. Mas que ela existe, existe.Existe uma admiração mútua pelos dois extremos opostos e as cavalgadas serviram para aproximar as duas culturas.

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  2. Ok. Existe muitas histórias que precisam ser desveladas. Acho que é um mito essa história de que não existe a Monlevade rural. Quem vai a uma reunião do clube do cavalo sente isso muito bem. Quando uma cavalgada tão forte acontece, vê-se a força dos "fazendeiros" locais. Aliás, tá aí uma saga bonita de ser contada.

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