
Enquanto na Índia o povo tem a vaca como animal sagrado, aqui em Minas sagrado é o cavalo. Temos 853 municípios e devemos ter uns 700 clubes do cavalo. E dá-lhe festa do peão boiadeiro, festa do cavalo, leilões, cavalgadas, cavalhadas e cavaladas. Tem também as festas agropecuárias, em que os outros rebanhos como bovinos, suinos, caprinos, além das aves, dominam o pedaço.Tem ainda as festas do milho, da batata, do inhame, etc. Mas o cavalo é soberano. Pode ser muito bonita a relação do ser humano com seu animal. Pode ser um terror também se o sujeito for um torturador contumaz. Engraçado que nas roças, muitos trabalhadores substituíram os cavalos por motos, que são de ferro, não comem e bebem pouco ( gasolina). Com isso, os cavalos vem perdendo seu valor utilitário, passando a ter quase um valor estimativo e ornamental, ligado ao lazer rural. Pelo fato de João Monlevade estar em uma região industrial, mas cercada de cidades agrícolas, acaba tendo uma forte ligação com os equinos. Prova disso é que tem um dos clubes do cavalo mais organizados da região. Por isso, a prevalência da música sertaneja na maioria das rádios, nos bares, nos carros, nos churrascos, nas festas. O curioso é que a cultura é influenciada pelos arredores e não pelo meio. E o danado do cavalo é soberano. Nos dias de cavalgada eles tomam conta dos asfalto, deixam seus rastros de urina e fezes, enquanto os cavaleiros vivem a fantasia de um faroeste caboclo. As amazonas também desfilam seus adereços country e conseguem seus momentos de glória. Saudades da roça? Claro que sim. Muitos vieram das cidades vizinhas pra trabalhar na siderurgia e cultuam os cavalos. Ser chamado de cavalo pode ser até ser considerado um elogio. É sério! Quando um sujeito tem saúde, costumam dizer: - nossa, esse cara é um cavalo. Quando uma mulher é muito bem servida pela natureza, o povo também costuma dizer: - Nossa, essa menina é uma cavala. Levando-se em consideração que o cavalo é sagrado, tudo certo. O que ninguém quer é ser chamado de burro. Já quando o sujeito é chamado de jumento, pode ser até que seja um elogio, dependendo do ponto de vista. Mas pessoal, precisamos respeitar o cavalo. É um ícone cultural muito importante da civilização. Está no jogo de xadrez como importante peça estratégica, no símbolo da Ferrari, que me lembrei agora e em diversas simbologias humanas. E as festas cavalares, independente de não serem as festas preferenciais de algumas pessoas, continuarão existindo e atraindo multidões. Agora, quanto ao local para se fazer esses eventos equinos já é uma outra discussão.
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