Tava lembrando de alguns sapatos que tive. Os famosos Vulcabrás pretos tive aos montes. Mas o primeiro que me me marcou mesmo foi um sapato preto de borracha preta furadinho. Quem tem por volta de 46 anos deve se lembrar. Os danados davam um chulé infernal e deixavam os pés pretos também nos lugarzinhos dos furos. Meus sapatos geralmente ficavam esfolados nas pontas, pois eu tinha o hábito de chutar pedras nas ruas. Minha mãe xingava direto, mas não adiantava. Fui crescendo e sapateando pela vida afora. Da Vulcabrás, dificil não lembrar também dos famosos Kichutes. Quando ganhei um me senti um super-herói. Lembro-me de um comercial da época, em que uma pessoa usando o fantástico calçado corria de uma pantera. O mais interessante é que na minha época de criança, ia para os matinés carnavalescas no Alvinopolense, onde a meninada brincava era de dar bicudas uns nas pernas dos outros. O Kichute era o calçado mais cobiçado nessa época. Com meu Kichute, joguei partidas memoráveis no campinho da rua de Cima. Mais à frente um pouco, pintou a moda dos sapatos bico fino e bico de agulha. Foi na época da Discoteque. Quando mais fino o bico, mais na moda estava o cocotão. Eu tinha um de bico tão fino, que se fizesse um furo na ponta e botasse linha, dava pra costurar a discoteca inteira. Mais à frente um pouco, aderi à moda das alpergatas, sapatos de pano hiper confortáveis, à moda dos Ninjas chineses. Parecia estar descalço. Depois, virei rockeiro e comecei a usar botas fechadas tipo militar. Ganhei uma que foi como um objeto de tortura. Meu pé é 41 e a danada da bota era 40. Ficavam os dedinhos apertadinhos. Mas a bota era muito boa, robusta e calçava bem. Tinha uma outra qualidade. Quando chovia, não entrava uma gota de agua e eu odeio ficar com o pé molhado. A tortura compensava. Depois desse tempo, aderi a moda dos Sapatenis, calçados mixtos, que juntam o conforto dos tênis com a formalidade dos sapatos. Caminhei meus sapatos por esse mundo afora e hoje tenho alguns de excelente qualidade -escolhas da minha esposa-e 3 pares de tênis. Confesso que nunca tive tantos pisantes em minha vida.
E pra completar, tem a peça SAPATO, nesta sexta e sábado no centro educacional. Tô doido pra ver o que essa galera do teatro anda aprontando.
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