FORMAÇÃO DE PÚBLICO - O GRANDE DESAFIO DA CULTURA I

Embora alguns contestem e afirmem que o Monlevadense gosta de cultura, a ausência de público nos eventos de perspectiva artistico-cultural merece uma severa reflexão. Já foi dito que o maior problema é que a pouco se fez pela cultura nos últimos anos. Há de se reconhecer que no Governo Gustavo Prandini houve uma iniciativa maior, mais investimento e um inicio de renascimento de algumas artes, antes completamente abandonadas. Porém, parece haver um divórcio entre o grande público e a cultura, a arte em geral. Quando eu falo de cultura é bom entender que falo da cultura e arte de conteúdo, da literatura, das belas artes, da dança e da música, com toda a sua diversidade. Há de se reconhecer que são realizados eventos com a chamada "cultura de massa", que são as cavalgadas e outros eventos regados à música sertaneja. Não adianta o pessoal usar o argumento de que aqui não tem zona rural. O povo gosta e espera esses eventos populares e ai do prefeito que ousar não investir no evento.  Não dá pra dizer que não são eventos culturais também, afinal, são realizados há mais de 20 anos, configurando-se como tradição. O que é danoso é a monocultura, essa tendência das massas de seguir os modismos para ter a confortável sensação de pertencimento. Nesses novos tempos, parece que as pessoas estão simplesmente ignorando a chamada cultura de conteúdo. Mas isso é um fenômeno local? Não! Penso ser um fenômeno nacional. Já falei disso antes. Quando separaram cultura e educação, simplesmente alijaram a cultura e diminuíram sua importância. Com isso as prefeituras passaram a utilizar a cultura politicamente, priorizando os eventos para as massas, não vendo a necessidade de contemplar a cultura do teatro, da música, das belas-artes, da dança. Um blogueiro e jornalista autodidata da cidade chegou a tecer elogios e a reconhecer que está havendo um renascimento da cultura na cidade. Nessa postagem, embora tenha enviado algumas farpas a mim direcionadas, reconheceu que em governos anteriores, inclusive em alguns que chegou a integrar, nada foi feito pela cultura. Depois ele jogou uma piadinha insinuando que eu fizesse o caminho de volta. Tem problema não. Já estou bebendo veneno sem me intoxicar. Mas voltando ao título do post, a partir de agora vou iniciar uma série falando sobre várias idéias para trabalharmos a formação do público. Nós da Fundação Casa de Cultura já estamos conversando muito à respeito e desde já contamos com as boas idéias de todos que quiserem colaborar.