quarta-feira, 20 de julho de 2011

HISTÓRIAS DE SAPATO I

Dias 22 e 23 de julho, teremos a peça "Sapato" no Centro Educacional, com realização do Grupo Cia do Infinito. Estarei lá e espero que toda a comunidade artística também esteja presente. Mas sendo sincero, o nome da peça pra mim soou como uma provocação e vocês vão entender porque. Minha relação com os sapatos é profunda.  Só de contar o inicio da minha história com meus andantes vocês vão entender porque. Como desde sempre abdiquei dos automóveis,  o sapato tem sido meu principal meio de transporte. Mas quando pequeno, tive uma relação estranhíssima com os pisantes. Por um desses mecanismos mentais que a gente não entende , criei um complexo com relação ao meu pé. Certa vez, ao ficar sem sapato na escola, alguém caçoou de mim me chamando de pé branco. Daquele momento em diante fiquei com vergonha de mostrar o pé. Só andava calçado por onde ia e não ficava descalço na frente dos outros de maneira alguma. A loucura era tanta que certa vez minha familia viajou para Fonseca, distrito de Alvinópolis num final de semana. Um dos melhores programas por lá era nadar no rio rasinho que tinha praia de areia e aguas cristalinas. Lá chegando, vi todo mundo pegando seus shorts e eu naquela: e agora? Olhei para um lado e para o outro, não tinha ninguém olhando. Escolhi um ponto do rio e entrei na agua...mas de sapato. Inacreditável, aquele recato era coisa de doido varrido, mas não estava em mim. Algum tempo depois foi feita uma campanha em minha escola. A professora e meus colegas fizeram uma vaquinha para me comprar uma sandália franciscana, mas eu não quis saber. Iria mostrar parte do pé e isso eu não iria permitir. Certa vez juntaram vários colegas e me seguraram tentando tirar meu sapato, mas busquei forças não sei de onde e consegui me desvencilhar dos meus dessapatantes amigos. Com os anos, nem sei como, mas naturalmente fui vencendo o preconceito. Deixei para trás o complexo com relação a minha champra 41. Mas outros sapatos vieram e muitas histórias mais. E tem sapatos com histórias muito pitorescas mesmo. Em próximo post vou contar a história de um sapato de um amigo meu, do grande Neo Gemini ou Manel, como o conhecemos. Ele tinha um sapato, que segundo ele era calmante. E aproveito para lembrar: todos lá no Centro Educacional na sexta e sábado hein? Quero ver o que essa turma tem a nos dizer sobre os sapatos. Enquanto isso, vou lembrando as histórias dos meus...

Nenhum comentário:

Postar um comentário