segunda-feira, 25 de julho de 2011

Partido cultural



A arte é longa e a vida breve. 
Mas todos nós que trabalhamos com cultura precisamos refletir sobre uma coisa vital para a sobrevivência dos nossos valores artísticos: precisamos nos organizar como PARTIDO CULTURAL.
Digo isso porque a cultura tem realmente grande dificuldade de fazer com que as pessoas percebam sua importância. Vivemos tempos imediatistas e as pessoas, hipnotizadas pelos apelos da sociedade de consumo, tem grande dificuldade em perceber valor na arte .
As pessoas, acostumadas com a chamada cultura popularesca, tem muita resistência com a cultura um pouco mais elaborada. Geralmente consideram qualquer forma de intelectualismo como tediosa,  assim como acham chatos a literatura, o balé, a arte em geral. 
Ai a gente fica pensando: qual deve ser o papel de das fundações e instituições culturais ? Dar ao povo apenas o que deseja, ou seja: pão e circo,  shows sertanejos, pagode, axé ou funk ? Oferecer espetáculos de grande valor artístico, capazes de gerar  reflexão e depurar o senso artístico das pessoas ?
Dificil responder a essa pergunta  ?
Pois eu respondo: as duas coisas são importantes.
Que o povo tenha entretenimento nos eventos de entretenimento e que tenham cultura
e arte nos festivais culturais.
O que quase sempre fica desequilibrado é o quanto se investe em cada tipo de evento.
Para os eventos de entretenimento, desde sempre se investiu grandes somas em dinheiro.
Isso acontece em quase todos os municípios brasileiros.
A cultura, há tempos anda de pires na mão, atrás de migalhas para sobreviver.
Nesse sentido, foi muito danoso o divórcio entre cultura e educação.
E sejamos realistas: cultura não traz votos. 
Mas também ficarmos chorando não vai nos fazer avançar. Para que a cultura possa conquistar seu lugar ao sol, é preciso que ocupe espaços políticos e econômicos. É preciso haver mais gente consumindo cultura, mais difusão da cultura nos ambientes propícios, principalmente nas escolas. Só assim, teremos no futuro uma geração mais antenada, mais afeita aos conteúdos interessantes e só assim a cultura se tornará atraente e viável economicamente.  
Mas não chegaremos a lugar nenhum se deixarmos que os interesses  Culturais sejam atropelados pelos interesses partidários. 
Conclamo a todos da cultura que tenhamos um horizonte comum ao invés de entrarmos no jogo dos que tentam implodir tudo que se tenta construir nessa cidade.
Integro um governo que tem viés cultural. O Prefeito Gustavo Prandini é uma pessoa que ama a poesia, a literatura, a música, o teatro. Pelo esforço do Gustavo, tivemos aqui o Festival de Artes Cênicas, o Artesania, Concurso Literário e vem mais coisas boas por aí, não tenham dúvidas. Mas não se pode esperar de um prefeito a onipresença. No entanto, sou testemunha da sensibilidade dele.  Penso que devemos é aproveitar o momento propicio para nos articular e não ficarmos criando arestas . Vamos levantar a bandeira do Partido Cultural e fazermos a diferença. Quem vai se filiar ?

Nenhum comentário:

Postar um comentário