Na sexta-feira tivemos o lançamento do livro PORTAIS, do Monlevadense Ledinilson Moreira. Foi preparada uma programação bacana, todos trabalharam bastante para que fosse um sucesso, para que todos fossem bem recebidos e foram. Não houve uma divulgação massiva em termos de rádio, panflatagem, cartazes, etc. Mas foi feita uma boa divulgação via internet e releases foram distribuídos para os jornais. Pelo Facebook recebemos retornos interessantes, vários responderam positivamente. Muitos multiplicaram a divulgação via redes sociais e parecia que o comparecimento seria bom. Mas para nossa decepção, compareceram apenas umas 30 pessoas, entre familiares do escritor e nós da Fundação Casa de Cultura. Nada de pessoas públicas, nada de agentes culturais, nada dos artistas das diversas artes. A conclusão a que chegamos foi de que apenas divulgação via internet não funciona. Aliás, acontece um fato estranho nessa cidade. Por exemplo, o Festival de Artes Cênicas foi bastante divulgado, mas o que encontrei de gente que falou que não ficou sabendo não está no gibí. A que se deve? Será que existe uma saturação de midias, de panfletos, de promoções, fazendo com que as divulgações se percam em meio à imensa quantidade de enunciados? Mas isso não serve como desculpa. O pessoal da cultura vive reclamando da falta de público em suas promoções, mas um não frequenta o evento do outro. Se não mudarmos esse comportamento, se o povo do teatro não frequentar os eventos da literatura e vice-e-versa, jamais teremos público para a cultura. Formação de público passa por aí: pra começar, que tal um frequentar o evento do outro? Falar, reclamar, lamuriar é fácil. Mas uma coisa é certa: não há nada nesse mundo que evolua sem sacrifício, sem esforço.
COMENTÁRIO DO ESCRITOR - JAIRO MARTINS
ResponderExcluirMartino,
é pleonasmo dizer que concordo com o seu 'puxão de orelhas'. Mas... Mas digo, e acrescento que a cultura, e os escritores em especial, têm que se apoiar, a princípio, neles mesmos. É condição 'sine qua non' para expansão de seus esforços até a outras duas pontas do triângulo, a saber, a própria obra e o público. A primeira ponta deste triângulo, de certa forma já disse, é a aceitação do autor pelos confrades, pela classe a que pertence. E aí que está, presumo, o primeiro entrave.
De minha parte, por exemplo (lembrar que moro a quatrocentos e poucos km de distância), tentei entrar em contato com colegas presentes na 'bienalzinha' do livro ocorrida no ano passado no Centro Educacional. Nada. Nada de resposta! Com a Funcec, que seria nossa referência acadêmica, aconteceu o mesmo. Nada!
Pessoas como você (espero que outros da mídia o ajudem, podem mudar este estado de coisas! Há muito que se fazer. Daqui, fisicamente distante, bato palmas para o que tenho visto ser feito pela Fundação, enfim, o caminho é longo (mais ainda quanto à produção literária!) mas a fundação de uma Academia Monlevadense, deverá ser o passo final. E, aí está o lado bom, há sinais positivos para acreditar. Basta reparar nos títulos ultimamente lançados!
Um abraço, Jairo